CAPÍTULO 11
Férias?!
Era época de férias escolares, por isso tinha duas semanas para decidir o que fazer antes que as aulas começassem e Fábio tivesse que voltar ao colégio. E esperava que nesse meio tempo, não tomasse as piores decisões da minha vida outra vez, baseando-me em olhares e doces palavras. Afinal, não sou mais aquela menina inocente. Ou penso não ter me transformado numa mulher ingênua. Na atual situação caótica que me encontro, nem consigo mais definir quem sou. Respiro fundo, levantei da cama e decidi tomar de volta as rédeas da minha vida…
O pior de tudo, seria convencer meu filho a me dar esse tempo de reflexão tão importante em nossas vidas. E bastou pôr os pés na cozinha…
— Quero voltar para casa! — Fábio nem me deu bom dia.
— Bom dia pra você também, seu mal educado! — sentei à mesa na sua frente.
— Fábio, não fala assim com sua mãe! — minha mãe chamou sua atenção compadecida com meu semblante abatido.
— Eu tenho amigos, sabia? Escola! O que vou fazer aqui? Meus jogos, meus livros, minha vida está em outra cidade! — ele encarava a xícara sem esconder a raiva que sentia. — Eu quero ficar com meu pai. Sei que vocês não estão bem. Que provavelmente isso se transforme numa separação. E tenho direito de escolher com quem ficar. E eu, decido meu pai…
— Sua mãe não vai se separar, Fábio. Ela só precisa de um tempo pra esfriar a cabeça. Mamãe segurou firme a mão dele sobre a mesa. — Seu pai estava errado. Não se bate em uma mulher! E esse tempo vai ajudar ele a entender isso.
— Eu… vou … ficar… com … meu pai! — socou a mesa e levantou furioso voltando ao quarto.
— Fábio! Volta aqui! — Tentei ir atrás dele, mas minha mãe segurou meu braço e me fez sentar outra vez.
— Ele precisa de um tempo…
— Ele precisa de umas boas chinelada! Isso sim! — Tentei tomar meu café, mas o apetite já era.
— Calma, Ângela! Todos estão de cabeça quente. E isso pode ser muito perigoso!
— Eu sei. — Olhei a cozinha pequena toda decorada com enfeites de porcelana. Eles eram coloridos, alegres, mas havia saudade impregnada nela. — Sinto tanto a falta dele…
— Eu também. Seu pai era um homem que preenchia todo esse espaço…— vi lágrimas se formarem no rosto dela.
— Por que vocês não brigavam? Eram tão felizes! — segurei firme a mão dela.
— Por que nos casamos por amor… — aquilo doeu. Foi uma facada em meu peito. — E quando um casal se casa por amor, tudo fica mais fácil de se resolver.
— Marcos vive me dizendo que me ama. E nada é tão fácil assim. — deixei o corpo escorar pesado no encosto da cadeira.
— E você? O ama? — Olhei o nada a minha frente buscando uma resposta. — Não precisava casar Ângela. Nós daríamos um jeito.
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Marcas De Uma Paixão
RomanceÂngela pensava viver um conto de fadas com Gabriel, até o destino reservar uma surpresa ao casal. Quando o amor é verdadeiro, ele suporta uma mentira? Quanto se pode abrir mão dos seus sonhos para viver uma paixão? Sem essas respostas, Ângela opt...