CAPÍTULO 3

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CAPÍTULO 3

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CAPÍTULO 3

CONFISSÕES...

Porém, não são só de lembranças boas que vivemos. Existem as piores que tornam-se pesadelos todas às vezes que trouxemos a tona. Dentre elas, a pior de todas  é a que guardarei dessa fatídica tarde de quarta feira, dois meses depois do revelion, quando depois de um longo beijo e um caloroso abraço nos perguntamos mutuamente...

"O que você tem de tão importante pra me dizer?" 

— Fala você primeiro, Ângela. Sua cara tá péssima,  parece que viu um fantasma. — Gabriel falou da minha palidez que havia se tornado constante. 

— Gabi  eu ... — Por mais que eu tenha ensaiado uma centena de vezes diante do espelho... Ainda me falta coragem para isso... Deixei ele falar primeiro. — Diz você,  qual é a sua novidade. Sua cara tá transbordando felicidade. Deve ser algo muito bom. — tentei sorrir. Mesmo chorando por dentro.

— Sim, é algo maravilhoso! Mas você está me deixando preocupado. — segurou meu queixo me fazendo o encarar.— Nas últimas semanas, tem fugido de mim. O que anda acontecendo? Eu te machuquei?

— Muito trabalho,  a escola e você sabe... — tentei enrolar.

— A escola? Conta outra! Nem começou ainda! — fechou o cenho me encarando.

— Eu sei, mas é o último ano, então estou nervosa. Você sabe como é. Já passou por isso.

Esperava que fosse uma bobagem o que ele tinha pra me dizer quando mandou seu irmão entregar aquele bilhete, e que me fizesse sorrir e deixasse-me mais relaxada pra contar o motivo de tamanha urgência, do meu bilhete. 

Sim, tive a mesma ideia de chamar seu irmão para lhe entregar esse recado, pois não tinha coragem de ligar para chamá-lo pessoalmente. O medo de sua mãe atender, me deixava em pânico. Celular é artigo de luxo ainda por aqui. E o que nos resta é o telefone residencial de cada um. No meu caso, o da padaria. 

Depois, ao ouvir sua voz, poderia me trair. Roubar a pouca coragem que vinha juntando todo esse tempo e adiar, mais uma vez, a trágica notícia que agora tenho a lhe dar...

— Bom, se for assim, eu começo.  Passei no vestibular! —  não era uma bobagem... 

— Passou?! — A minha voz quase nem saiu. Tinha uma  bola de espinhos entalada em minha garganta. 

Passar no vestibular para uma das mais importantes instituições de ensino do país não era para qualquer pessoa. Isso era uma vitória. Uma conquista de poucos. De momento,  senti uma vertigem. Meu estômago embrulhou. As lágrimas vieram à tona, mas as contive. Tinha que ser forte, mas  como?

Ele teria que morar a quase 500 quilômetros de mim. Ou seja, nos veríamos menos ainda. Outra cidade. Quatro anos de estudos. Uma profissão tão sonhada no final. Uma vida confortável para nós…

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