Capítulo 19

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CAPÍTULO 19

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CAPÍTULO 19

Hospital...

De Bromélias até o hospital Vila Franca, que de Vila não tinha nada a muitos anos devido ao seu crescimento populacional e industrial, deve levar em média uma hora de viagem, numa velocidade bem acima do limite permitido, mas ver Gabriel entrando na recepção trinta e cinco minutos depois, denunciava que ele ultrapassou todos esses limites para salvar o filho.

O olhar demonstrava um misto de raiva, dor e ansiedade em saber o grau da situação, quando entrou esbaforido na recepção do hospital onde estávamos. Os cabelos em desalinho, o uniforme do laboratório e a certeza que deveria ter chorado, marcava seu desespero. Ninguém é tão forte quanto pensa quando se trata de salvar um filho. Seu mundo praticamente desaba diante da sua impotência em agir contra a morte.

Ele trouxe consigo um malote de sangue que conseguiu no Hemosc de Bromélias e segundo ele, quando Marcos jogou-se aos seus pés implorando ajuda, ele tiraria até a sua última gota de sangue para salvar Fábio se isso fosse necessário.

Mas, não chegou a tanto, graças a deus! Gabriel doou sangue no hospital, foi encaminhado a recepção e horas depois de angústia e silêncio desesperador entre nós pela espera do fim da cirurgia, veio à resposta que apesar de ainda estar em estado grave, Fábio já não corria mais tanto risco de morte e que se continuasse reagindo bem a medicação, mais uma hora e já poderíamos espiar ele pelo vidro na UTI.

Respiramos todos aliviados. Reviver aquele drama de treze anos atrás com meu pai, no mesmo suspense emocional a cada vez que um médico aparecia naquela sala estava acabando comigo. Mas de qualquer forma, agora vinha a pior parte. Contar a verdade a Gabriel. E essa conversa era só minha e dele. Por isso, Marcos me deu um leve beijo na testa e me entregou aos seus cuidados...

Antes de nos deixar a sós, Marcos confirmou comigo senão queria sua presença nessa conversa. Confirmei que precisava fazer isso sozinha. Era meu dilema de uma vida, foi minha atitude impensada e um erro talvez que tenha assumido por conta própria. Então, nada mais justo que esclarecer toda essa confusão com minhas próprias palavras sem sua defesa. Pelo menos, por enquanto. Ele concordou, beijou minha testa novamente e encarou Gabriel...

- Vá com calma, sim. Ela está grávida... - Foi seu único pedido dirigido a Gabriel.

- Não se preocupe com isso, vamos ser prudentes. - Ele o tranquilizou. - Vamos Ângela?!

Ainda relutante caminhei ao seu lado até a cantina do hospital. O silêncio entre nós era perturbador. E me dei conta, que nem sabia o que lhe dizer. Meu peito doía, aflito por não saber as escolhas certas das palavras à dizer e começar uma guerra. Sim, uma guerra! Pois Marcos jamais abriria mão de ser pai de Fábio.

Escolhemos uma mesa ao fundo da cantina, reservada e que nos proporciona descrição. Ali ninguém nos incomodaria, principalmente àquela hora da noite. Gabriel pediu café e um bom e reforçado sanduíche, já que, tanto a fadiga da viagem como a doação de sangue lhe roubaram muito de suas energias. Eu, simplesmente um copo de água.

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