Capítulo 17

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CAPÍTULO 17

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CAPÍTULO 17

Notícias boas?

Não sei quanto tempo fiquei desacordada. Viajei a um mundo silencioso onde o medo imperava. Sonhei, ou vi imagens distorcidas sobre discórdia entre famílias, um grande sofrimento e por fim felicidade. Uma visão do futuro? Quem sabe. Mas sabia que todo esse caos estava pronto para acontecer a qualquer momento. 

Não foi agradável voltar à realidade. As mulheres me socorrendo escandalosas aos gritos. Tapas no meu rosto, sacudidas, desespero. O pânico de Fábio estampado naqueles olhos inocentes em me ver sendo reanimada ali, no chão frio da praça corroía meu coração em dor no meu peito. Todo mundo nessa hora é entendido em primeiro socorros, porém na verdade, na hora do desespero, ninguém sabe nada de verdade. E a única coisa certa que fizeram, foi chamar uma ambulância.

Na ambulância, lembro da extrema velocidade em que era conduzida. Os paramédicos tentando acalmar meu filho aos prantos ao meu lado enquanto ele respondia as perguntas sobre o que eu era alérgica ou não. Se tomava remédios contínuos ou tinha alguma doença em tratamento... 

Onde estava minha voz naquele momento? Sinceramente não sei. Tinha plena consciência da ação em minha volta. Porém, minhas as palavras estavam sufocadas em minha garganta. Era como se mãos invisíveis me sufocassem. As lágrimas silenciosas banhavam meu rosto com intensidade, único sinal que compreendia tudo o que estava acontecendo. 

— Senhora, consegue me ouvir?— pergunta o socorrista que fingia calma. — Sente alguma dor, senhora?— meus olhos rolavam pelas minhas órbitas em lamuria numa resposta que me deixassem morrer em paz. 

Se tinha dúvidas sobre meu estado e queria manter em segredo, não havia mais possibilidades pra isso e pensar nas consequências que aconteceriam desse momento em diante me fizeram vomitar na ambulância, por causa do sacolejar dela, do cheiro da loção pós barba do socorrista ao se aproximar de mim para me sustentar enquanto vomitava e da tontura continua que sentia…

Ele gritou algo com seu companheiro.  As palavras eram complexas demais para meu estado débil de vergonha. Morte. Meu cérebro implorava. As imagens das pessoas em fúria dos meus sonhos povoam as lembranças da inconsciência. Medo. Eu tenho medo do que viria a seguir. Por mim, por Gabriel… Então, num estalar de dedos, tudo era um breu novamente...

♡♥︎♡♥︎♡

E quando não sei quanto tempos, os meus olhos se abriram devagar irritados por causa da luminosidade do quarto, vi Marcos conversando com o médico próximo da cama. 

    — Parabéns senhor, a sua esposa está grávida! — Disse o médico todo pomposo a Marcos no hospital, depois de uma bateria enorme de exames ao qual deveria ter passado. Ele já estava lá porque Fabinho entrou em desespero e ligou pra ele ainda na ambulância.

Não consegui discordar.  Ele tinha razão do que fazia naquele momento. Pra ser sincera, não tive nem forças pra isso. Tive que assumir os riscos. E pelo jeito, a certeza que tenho agora sobre mim, me traz um grande problema...

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