Capítulo 15

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CAPÍTULO 15

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CAPÍTULO 15

Recordações…

Tomei o rosto de Gabriel em minhas mãos e o surpreendi com um beijo. Que primeiro não passou de um leve toque em seus lábios e foi se aprofundando aos poucos com o mesmo desejo de treze anos atrás. Senti ele arfar e corresponder com o mesmo entusiasmo. Fiquei surpresa por aquele fogo todo não existir só em mim. Gabriel reagiu na hora cedendo ao desejo. Segurando meu rosto entre suas mãos e  deixando minha boca explorar a sua cheia de saudade. O corpo se rendendo ao calor da paixão e pude escutar um gemido dele reprimido em lábios.

O carro apagou, andou um pouco à frente quando ele deixou as mãos do volante para acariciar gentilmente meu rosto. E só não provocamos uma batida porque éramos o primeiro carro da fila diante da sinaleira. E ele teve o bom senso de pisar no freio e o manter parado.  A saudade era uma urgência tão gritante naquela carícia que se fazia necessária. Não vou negar.  Queria que aquele momento durasse pra sempre!  Mas, não me iludia com esse desejo.

O som da buzina do carro atrás de nós nos trouxe ao mundo real novamente. Ele encostou sua testa na minha suspirando e sorriu envergonhado da cena em questão. Parecia que éramos dois adolescentes, cometendo o maior pecado das suas vidas. E ficamos imaginando se quando o condutor de trás nos alertou era raiva ou apenas um anjo nos avisando do perigo ao qual nos acometia ali dentro daquele carro.

    — Me desculpe. Fui um idiota. — Gabriel deu partida no carro e seguiu o caminho todo embaraçado com a situação. Percebi que o excitei só com aquele beijo e completamente fora de mim, perguntei.

    — Você ainda me deseja? — Eu  mantinha uma mão sobre a sua perna e instintivamente lhe acariciava.

O vi lutar contra o desejo por um tempo e enfim, perder a batalha. Demonstrando que sim, ele me queria e não dava mais pra conter essa paixão …

— Eu te amo,  Ângela! — Ele estacionou o carro numa rua menos movimentada e me encarou. — Eu sei que fui um idiota e te falei coisas horríveis,  mas eu estava com raiva. — tamborilava os dedos no volante com o olhar perdido no silêncio da estrada.

— Raiva? Por quê? Foi você que me abandonou! — Bufei, cruzando os braços em meu peito.

— Vamos parar com essa palhaçada! E vamos ser realistas. — a voz era abatida. — Erramos,  Ângela.  Eu por que coloquei meus sonhos acima da nossa paixão. Você por que não teve paciência e se precipitou casando com um velho por pirraça.

— Você não tem ideia do que aconteceu na sua ausência para me dizer isso. — enxuguei uma lágrima silenciosa que escorreu pelo meu rosto.

— Por que não me conta? Me diz, que diabos de urgência te fez se entregar num relacionamento que você nem ama a pessoa? — Tentei olhar em direção a rua, mas meu rosto foi puxado com delicadeza pelo queixo em sua direção.

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