32 capítulo •final•

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Now York, February, 1946

O dia amanheceu com uma neblina cobrindo os prédios e impossibilitando uma visão mais longe, a casa estava silenciosa o que indicava que eu era a primeira a acordar. Me movimentei pela casa silenciosa até me encontrar na cozinha, já que estava acordada iria fazer o café da manhã.

Arrumei a mesa e fiz os pratos favoritos de todos, não levaria na cama, pois Carolyna me proibiu, segundo ela nossa família Deveria fazer as refeições todas juntas e eu concordava plenamente com ela. Não demorou e ouvi passos decendos as escadas da nossa nova casa, pelo som reconheci ser camila. Sorri quando a avistei, segurando nosso bebê no colo, me aproximei e beijei a cabeça do meu filho para logo em seguida abraçar e beijar minha mulher, agora poucos centímetros maior que Carol, conseguia beijá-la sem dificuldades.

- Já pedi algumas vezes para não pegar peso meu amor - Repeti pela milésima vez só naquela semana.

- Não seja boba, nosso filho não pesa o suficiente - Resmungona se sentou a mesa com dificuldades, sorri e coloquei minha vida sentado ao lado da sua mãe, ambos sentados voltei a subir as escadas para ir até a última porta do corredor, bati duas vezes para logo uma criança Resmungona assim como a mãe passar coçando os olhinhos com as mãos, sorri com a imagem e segui o pequeno garotinho que descia as escadas.

Ver a animação dos meus filhos e da minha esposa enquanto conversavam me faz pensar em como minha vida mudou em um
curto período de tempo, parecia que havia acontecido ontem quando descobrimos a gravidez de Carolyna, em um mês exato que meu amigo foi embora, no começo foi uma tremenda surpresa já que não esperávamos, poucos meses depois que nosso pequeno Henry havia nascido resolvemos nos casar, não foi um casamento grandioso, na verdade as únicas pessoas que chamamos foram Amanda, o marido dela e uma amiga nova que minha mulher fez durante suas idas no parque, o casamento foi realizado pelo marido da amiga de Carolyna, ele era pastor e muito devoto da religião, aceitou de bom grado nos casar, claro que me casando com meu nome de batismo.

Com um pouco de esforço terminei os estudos e me formei em medicina e logo consegui um emprego no maior hospital de Nova York, com toda a confusão de guerra os hospitais sempre estavam lotados, então emprego foi algo fácil de conseguir por aqui. Ao decorrer do crescimento do nosso filho Henry, Carolyna me convenceu a comprar uma casa grande o suficiente para nosso filho e para os que poderiam vir, sendo sincera a última parte que me convenceu. Com dois anos completos, Henry ganhou um irmãozinho, outra vez inesperado mas muito bem recebido. Meu pequeno Luke, me chocou por como se parecia comigo, não que meu primogênito não parecesse, entretanto Luke era completamente idêntico, coisa que segundo Carolyna o fez nascer com a maior sorte do mundo, isso me tirava ótimas risadas já que de certa forma era um grande elogio.

Uma mão pequena segurando meus dedos me tirou dos pensamentos, abaixei o olhar e meu pequeno Luke sinalizava que eu deveria sentar ao seu lado, me abaixei um pouco para deixar um beijo na sua cabeça para logo em seguida sentar ao seu lado. Com o café da manhã tomado, as crianças correram para se arrumar, pois iríamos sair, assim deixando somente nós duas na cozinha.

- Você está linda - Murmurei lhe abraçando como podia.

Ela deu um sorriso tímido e manhosa me agarrou pelo pescoço.

- Não minta para mim - Resmungou com a cabeça no meu pescoço, enquanto massageava minha nuca.

- Não estou mentindo, sempre vai ser a mulher mais linda para mim - Sussurrei no seu ouvido e desci para acariciar sua barriga de sete meses. Durante a primeira gravidez camila se mostrou uma mulher muito insegura e ciumenta, por várias vezes ela surtou de ciúmes com medo de trocá-la por está ganhando peso, eu achava uma besteira, mas entendia que era sua insegurança falando mais alto, então com o tempo conseguimos contornar isso e ela ficou mais tranquila com tudo.

Minha mulher sorriu me empurrando gentilmente para o lado e se afastando, antes de subir me olhou entre o ombro e subiu as escadas, sorri e devagar subi as escadas atrás dela me certificando que ela subiría segura. Todos prontos, nos encontrávamos arrumando nossos filhos no carro, ansiosa me sentei atrás do volante para dar início a nossa viagem, o caminho era longo e demorava um pouco, prova disso era meus dois filhos que estavam energéticos e agora cochilavam no banco de trás, depois de algumas horas entramos no caminho de terra, o sorriso brotava no meu rosto só de me aproximar daquela casa. Parei o carro de frente a casa e desci junto com minha esposa e meus filhos, o jovem homem veio nos receber sorridente.

- Como ele está hoje? - Perguntei abraçando o homem loiro sorridente.

- Tá zangado - Falou e riu, sorri negando com a cabeça e adentramos a casa, da porta já via sua cabeleira bagunçada.

- Oi amigão - Falei abraçando seu pescoço por trás, ele deu um leve pulo, mas logo se ouvia sua risada.

- Pensei que não iria mais vir - Falou me puxando pelo braço, antes de tudo cumprimentou Carolyna e meus filhos.

- Eu disse que sempre iria vir shawn - Falei sorrindo e acompanhando minha mulher que foi para a cozinha junto com o loiro. - Como está sua vida de casado? - Perguntei me sentando ao seu lado.

- Melhor do que imaginava quando era mais novo - Murmurou com os olhos brilhando. Para a surpresa de todos meu amigo havia aparecido em um hospital desconhecido em uma cidade distante, um homem alemão lhe ajudou após milagrosamente sobreviver a uma explosão por uma mina, com o pouco de consciência que lhe restava Lucca foi guiado pelo alemão até um local distante de toda aquela guerra, mesmo muito machucado meu amigo lutou por sua vida até os últimos momentos onde foi atendido por um grupo de desertores, havia saído com vida, mas infelizmente não ileso Lucca precisou retirar sua perna para não morrer e assim ele fez sem hesitar. O tempo que ele passou desacordado se recuperando o alemão que se identificou como Aton foi de grande ajuda, ficando ao seu lado o tempo todo. Aton deu tudo de si para não faltar nada para Lucca, vendeu tudo que tinha e levou meu amigo embora para algum lugar que estivesse mais tranquilo, foi o tempo de Lucca voltar a tomar consciência total das coisas e associar que estava no mesmo lugar que eu, fui comunicada da sua chegada por um alemão afobado que chegou nervoso na minha porta, esse mesmo alemão era Aton Lehmann Foganoli, o homem que dedica sua vida para fazer meu amigo feliz.
Aton recebeu o sobrenome Foganoli após se casarem entre eles, somente o amor deles como testemunha. Em seguida ao casamento com o pouco dinheiro que lhe restaram, compraram um pequena fazenda que estava quase abandonada, daqui fizeram seu lar e é exatamente aqui que vivem felizes.

Então desde que nos reencontramos, tentamos nos encontrar o máximo de tempo possível, então sentamos e nos conectamos como só fazemos entre nós, Lucca me contava de como estava interessada em ter uma criança, e assim como todos os seus sonhos aton seu marido se esforça para realizar uma garotinha alemã apareceu na vida deles.

Agora minha vida se tornava completa, com os amores da minha vida todos juntos, o que me resta agora é aproveitar o presente que me foi concedido.






FIM.



Espero que tenham gostado da história :)

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