14 capítulo

1.2K 128 22
                                    


Lucca começou a brincar com a ponta da coberta e se deitou novamente, me deitei ao seu lado esperando ele me falar tudo que estava sentindo.

- Ele não me bateu como punição, sentamos e conversamos, mas não sei.. Em algum momento da conversa ele ficou irritado e saiu de casa, mamãe disse que ele foi passear para clarear as ideias então não me importei, aí eu fui para o quarto, fiquei lendo até dormir, acordei com alguns gritos do meu pai então desci para ver - Parou e respirou fundo, passou a mão pelo olhos e encostou sua testa na minha clavícula - Minha mãe chorava enquanto ele batia e abusava dela, aí eu desci correndo e tirei ele de cima dela, ele estava bêbado e demorou para levantar aí ajudei minha mãe a sair de casa, eu até tentei ir com ela mais meu pai já tinha levantado e não deixaria ele fazer nada com ela então eu fiquei para tentar acalmar ele - Abracei meu amigo mais forte sentido minha camisa molhando - Ele me xingou e me bateu um pouco, ele ficava falando que eu era todo errado, que tentou me ensinar a ser homem, mas como não tinha funcionado ia me fazer aquilo que eu tanto queria ser, eu estava um pouco machucado e fraco então ele aproveitou e começou a fazer aquilo que estava fazendo com minha mãe - Apertei os olhos sentindo algumas lágrimas descendo - Eu chorava e ele não parava, ele ficou irritado e começou mandar eu parar, mas eu tava assustado e não conseguia aí ele começou a me bater.

- Meu Deus, Eu sinto muito amigão - Beijei seus cabelos - Você falou para sua mãe? - Perguntei baixinho, ele assentiu e fungos algumas vezes. - E o que ela fez?

- Nada, disse que eu não devia ter atrapalhado ele, que foi consequência da minha intromissão, que eu fui o culpado dele ter traído ela - Franzi o cenho não entendendo.

- O que?

- Priscila, eu não quero mais ficar aqui, me ajuda, não me deixa aqui sozinho - Pediu voltando a chorar.

- Claro! Nunca vou deixar você sozinho
Beijei sua testa e me levantei. - Vamos
embora.

Ajudei ele a levantar, ele estava fraco e quase não conseguia ficar em pé, fui olhar se dava para sair pela porta enquanto ele arrumava suas coisas.

- Ei amigão vamos lá - Não tinha ninguém perto da saída, poderíamos sair com calma, Lucca estava sentado na cama brincando com os dedos.

- Eu estou com dor - Murmurou se abraçando

-Eu vou cuidar de você, mas não aqui. - Ajudei ele a leva dar se apoiando no meu ombro, descemos as escadas tentando fazer silêncio para não chamar atenção.

Quando saímos da casa começamos a andar em direção ao trem, as vezes parávamos para ele conseguir descansar e assim chegamos no nosso local.

- Fica deitado aí - Deitei ele nos colchões e sentei ao seu lado. - Está com fome?

- Sim, não sai do quarto esses dias - Me olhou e deu um pequeno sorriso - Onde você estava esse tempo todo? - Deitou de brucos ainda me olhando. - Bom, estava desacordada durante uns dias devido a surra que levei, e depois fui procurar você com ajuda de Carolyna.

- Quem? - Perguntou franzindo o cenho.

- Sabe a mulher da casa atrás da cerca, ela é muito legal e simpática - Suspirei quando lembrei de Carolyna - Linda, tem um sorriso maravilhoso, o melhor abraço que já ganhei - Olhei para shawn que me encarava sem expressão nenhuma.

- Meu Deus.

- O quê? - Perguntei sem entender. - Priscila você tá muito ferrada - Soltou uma risada e negou com a cabeça.

- O quê? Por quê? — Cruzei os braços. - Nada não amiga, você vai saber depois - Virou de costas para mim - Agora minha comida por favor.

Estava pensando em passar em casa e pegar um pouco de comida, mas depois desisti não queria voltar tão cedo assim, então resolvi ir em camila e falar a situação quem sabe ela pode nos ajudar.

-Eu já volto - Passei a mão no seu ombro e levantei saindo do trem, o dia já estava começando a ir embora e a noite chegando.

Passei pela cerca e me aproximei da casa, bati na porta e esperei ela abrir, não demorou muito e logo Carolyna apareceu, ela sorriu e logo estreitou os olhos em minha direção.

- Já está quase anoitecendo Priscila, já falei que é perigoso ficar na rua a noite - Falou e me puxou para dentro.

- Eu sei, desculpe - Me sentei no sofá e ela sentou-se ao meu lado, falei tudo para ela, tudo que aconteceu com meu amigo e como vim parar aqui nessa hora.

- A família de vocês são perturbadas, - Abaixou a cabeça e suspirou, logo levantou rapidamente e segurou meu rosto com as duas mãos - Isso nunca aconteceu com você certo?

Neguei com a cabeça e fechei os olhos quando ela passou a mão por meu cabelo, descendo para minha bochecha onde ficou fazendo um carinho com o dedo.

- Fico aliviada com isso, mas ao mesmo tempo preocupada com você sozinha naquela casa - Engoli em seco ao pensar na possibilidade de alguma coisa do tipo me acontecer, fui surpreendida por um abraço de Carol, que prontamente retribui - Me prometa que vai tomar cuidado ok? Assenti e Murmurei um ok, ficamos um tempo abraçada até ela se afastar rapidamente.

- Seu amigo precisa de comida, vou preparar alguma coisa leve para ele comer - Se levantou e arrumou as roupas, segui todos seus movimentos com os olhos.

- Eu posso ajudar você a preparar alguma coisa - Levantei ficando perto dela.

- Definitivamente não, você pode se queimar ou se machucar - Falou caminhando para a cozinha.

- Não vou me queimar - Segui ela até o local.

- Não vou arriscar, você quase se machucou guardando pratos, deixar você chegar perto de fogo é pedir para você se queimar - Falou decidida, eu até ia revisar, mas seu olhar sério disse que era para eu ficar calada e aceitar.

-Eu vou ficar aqui olhando então - Falei cruzando os braços.

Ela sorriu de lado e se aproximou, passou o dedo por meu nariz e beijou minha testa.

Cocei a nuca e sorri abraçando sua cintura.

- Não fique chateada, só não gosto de ver você machucada - Sussurrou perto do meu ouvido.

Apertei mais meus braços em sua cintura e enfiei minha cabeça no seu pescoço, inspirei seu cheiro e passei meu nariz por seu pescoço ouvindo ela suspirar.

My first love Onde histórias criam vida. Descubra agora