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Capítulo Dezoito   

CINQUENTA E TRÊS DIAS dias.  

Era março e a última vez que Yibo subira essas escadas havia sido cinquenta e três dias atrás. Ele olhou para a luz piscante do segundo andar pelos velhos tempos e continuou lentamente para o terceiro andar, passo a passo.  

A caminhada era surrealmente familiar - o rangido alarmante do segundo e último degrau, o entalhe no cano subindo até o telhado. O barulho da porta atrás dele, quando ele saiu da escada. Os dez passos mais ou menos para a porta da frente no tapete velho e manchado.  

Não, a porta do Chao. Este nunca seria o lar de Yibo novamente. E junto com a pontada agridoce de tudo o que havia perdido era a onda de alívio e antecipação. Ele temia esse momento, desde que ele voltou para Nova York e colocou seu plano em ação.  

Hora de fechar este livro.  

Pareceu estranho bater, mas ele o fez, embora o metal irregular da chave estava cavado sua outra palma. A porta se abriu e lá estava Chao em sua calça e camisa pretas habituais, olhando para Yibo com um sorriso tenso.  .

— Hey. — Disse Chao. — Hum... — Ele deu um passo atrás. — Entre.  .

Parte de Yibo queria recusar e dizer a ele para empilhar as caixas no corredor, mas não. Ele poderia fazer isso. Ele precisava fazer isso. Quando ele entrou, ele quase automaticamente abriu o zíper do casaco e o pendurou em um dos ganchos. Mantendo-o, ele enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans.   

 SuShe  apareceu no final da pequena entrada, vestindo a camiseta clássica de Asteroids que Yibo havia comprado para ele há alguns anos. Ele sorriu nervosamente.  

— Ei, Yibo. Que bom ver você, cara.  

E foda-se, era bom vê-lo. E Chao. Eles tinham sido tudo para Yibo por tanto tempo, e por um momento horrível, ele teve medo de cair em lágrimas humilhantes.  .

Ele não fez.  

Cabeça erguida, ele acenou para SuShe . 

 — Ei. Obrigado por ter vindo.  .

— Claro. Nós realmente queremos conversar com você. — Ele recuou e eles se arrastaram para a sala de estar.  

Pela porta aberta do quarto, Yibo podia vislumbrar a cama. Ele se deixou lembrar da visão de SuShe  em cima de Chao, pegando seu pau. Ele se lembrou da traição, experimentando as emoções - mágoa, fúria, vergonha, desespero - e saindo do outro lado.  

Aceitação.  

Não, Yibo não ia chorar e não ia gritar. Acabou, e sua vida seria melhor por isso. Assim. Muito. Melhor. Ele sorriu para si mesmo ao pensar em Xiao Zhan  terminando sua última excursão na Costa Leste, e na foto que ele havia mandado uma mensagem no início da semana, a partir do nascer do Sol incrivelmente rosa, em Mission Beach.   

A única coisa que falta é você.  

— Hum, Yibo?  

 Piscando de volta ao presente, Yibo observou Chao e SuShe  trocando olhares desconfiados. Eles provavelmente estavam com medo de que ele estivesse prestes a perdê-lo completamente, com o sorriso.  

— Sim. — Ele olhou em volta para sua antiga casa - todos com tons frios e bordas afiadas na moda. Caixas móveis foram empilhadas por uma parede.  

Não muitas, provavelmente dez, rotulados de maneira ordenada no roteiro de Chao, pois ele sabia o quanto Yibo gostava de organização.  

Material de banheiro.  

Lua de mel pra umOnde histórias criam vida. Descubra agora