🌿𝟎𝟏𝟏. 𝐏𝐫𝐨𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚 𝐚𝐫𝐫𝐢𝐬𝐜𝐚𝐝𝐚

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Yago/negrinho do pastoril
Horário 16:45

Eu estava sentado nas escadas das ruínas do jardim. Pensando se o Jasper já havia dito alguma coisa pra a Tetê.

se meus poderes fossem um pouco mais fortes eu
poderia sair daqui sem dificuldade nenhuma. Essa é a desvantagem de ser o menos poderoso das entidades...

Paro de pensar um pouco e continuo a observar atentamente o jardim quase vazio, até que inesperadamente a mulher alta de pele morena se senta ao meu lado me fazendo disfarçar o susto que tive.

- Desculpa, eu não queria te assustar. - diz ela com a voz mansa.

- me assustar. - bufei de um jeito debochado. - Quem disse que você me assustou?

- Não precisa ter vergonha. - Diz ela rindo da minha cara, apoiando o braço em um dos joelhos.

- O que você quer? - Pergunto seco olhando para a saída do jardim.

- só vim saber se você tá com fome. - afirma ela me olhando com gentileza me oferecendo um hambúrguer.

Já faz um tempo que eu não comia nada por estar tão preocupado com o corpo que eu havia escondido. Estava preocupado já que não era algo que eu costumava fazer.

Volto a minha atenção para a mulher e decido aceitar o lanche oferecido por ela.

- Porque está sendo tão gentil? - questiono abrindo o lanche olhando desconfiado pra ela.

- Você é só um garoto, porque eu teria que pegar pesado com você?

Mordi um pedaço do hambúrguer e engoli a comida, voltando o meu olhar para ela respondendo a sua pergunta.

- Porque você é uma primária?! E os primários não tem compaixão de ninguém?! - falo irônico.

ela respira fundo.

- Tá. vamos começar do início. eu sou a Camila.

A mesma estende a mão se apresentando.

- Yago.

Respondi de boca cheia ao mesmo tempo que limpo minha mão coberta de molho e retribuo seu aperto de mão por educação.

- pra mim também é confuso esse negócio de primários e secundários...

cita ela olhando para frente. Engoli novamente a comida que estava mastigando e tratei de responder a morena sobre isso.

- Não culpo você. A minha irmã sempre diz que precisamos ter cuidado, que devemos desconfiar de todos até das entidades mais boazinhas, Elas são as mais horríveis disfarçadas. - digo calmo olhando atentamente para o chão.

- Olha... Nem todos são assim. Eu sou prova disso. a cuca salvou e cuidou de cada uma daquelas pessoas que você viu, como se fossemos filhos dela. não dá pra dizer que ela é um ser tão horrível assim. - explica a moça com certeza na fala.

Ao escutar o seu pequeno discurso me levanto das escadas olhando entediadamente em seus olhos castanhos e questiono de um jeito frio.

- e a mariá? Quando acusaram ela de assassinato, o qui foi que a cuca fez?
Nada! Absolutamente nada! - começo a alterar a voz a medida que vou me lembrando do sofrimento da mariá. - Uma mãe não abandona um filho como ela abandonou a minha irmã! - Encerro o meu desabafo olhando com a cara fechada para a morena que me olha confusa enquanto pisca os olhos várias vezes confusa.

Nossa conversa e cortada por uma voz tranquila que se manifesta vindo de trás de mim.

- Eu concordo com você, e entendo perfeitamente a sua raiva, nenhuma mãe abandonaria o seu próprio filho.

𝐂𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐢𝐧𝐯𝐢𝐬𝐢𝐯𝐞𝐥 |𝐂𝐨𝐧𝐟𝐥𝐢𝐭𝐨𝐬 𝙴𝚗𝚝𝚛𝚎 𝚎𝚗𝚝𝚒𝚍𝚊𝚍𝚎sOnde histórias criam vida. Descubra agora