Acabara de tomar o segundo analgésico do dia quando olhei o celular e vi que já estava quase na hora da minha primeira sessão de fisioterapia.
Desde que fiz uma cirurgia no tornozelo, estou um pouco travado. Em parte, pela dor que irradiava da região quase o tempo todo e também pelos ferros que mantém meu osso no lugar agora.
Não estava com nem um pouco de vontade de fazer fisioterapia, mas sabia que precisava, se não quisesse ficar travado e principalmente, sem jogar por mais tempo ainda.
Estava em pós operatório há apenas duas semanas, mas já me encaminharam para uma clínica para fazer mais fisioterapia do que já tinha feito no hospital.
Eu odiava esses exercícios. Eles são horríveis, faziam doer ainda mais minha perna.
Mas eu faria de tudo para voltar a jogar de novo. E por isso fui para a garagem de casa pegar minha Porsche 911 azul royal; quando o fiz, comecei a dirigir direto para a clínica, a Riverside Medical Center.
Passei aproximadamente uma hora dirigindo por causa da distância e do trânsito nova-iorquino, até chegar em meu destino e estacionar meu carro na garagem do lugar.
Assim que entrei, fui recebido por um ambiente moderno e elegante, composto por um saguão de hospital com bancos verdes e assentos de metal. Há uma placa na parte superior que indica a localização da sala de espera, raio-x, entre outras salas e corredores. A área de inscrição é coberta por um balcão de madeira, o chão de ladrilhos possui um tom cinzento e as paredes, um tom bege claro. Luzes fluorescentes brilhantes no teto iluminam a sala.
Quando enfim encontrei um assento vazio na sala surpreendentemente cheia, logo me sentei e tirei meu celular do bolso, para me distrair enquanto aguardava.
Depois de poucos minutos, ouvi meu nome ser chamado e fiz menção de me levantar da cadeira; mas quando ergui os olhos para o corredor, senti como se meu peito tivesse acabado de ser atingido com um soco ao ver uma mulher devastadoramente bonita, diferente de qualquer uma que já tenha visto em minha vida dando um pequeno sorriso em minha direção.
Tentei me recompor e disse quem era, caminhando até ela, que ainda me olhava com um lindo sorriso. Assim que nos apresentamos ela me guiou até sua sala, e logo depois de termos conversado sobre minha cirurgia ela me levou à sala onde minha "tortura" começaria.
Passei a sessão toda um pouco encantado por ela, cheguei até a ficar com medo de estar boquiaberto. Mesmo que já tivesse conhecido uma quantidade considerável de mulheres, havia algo nela que me fazia achá-la a mais linda que já vira, no entanto, esse "algo" era desconhecido.
Enquanto realizava os exercícios que Blair mandava, parecia que toda a extensão de minha perna gritava de dor, mas de algum modo, a presença dela me fazia sentir melhor, mesmo com a dor excruciante irradiando da perna que eu obrigava a se mexer.
Deixei que um grunhido escapasse de minha garganta quando senti meus músculos doerem com o esforço, o que me rendeu um "Está tudo bem?" de Blair, que respondi apenas assentindo.
-Se precisar fazer uma pausa, tudo bem.
-Não preciso. Mas obrigada- Forcei a ela um sorriso que não me chegava aos olhos.
Tentando me distrair da dor, me peguei inconscientemente observando pequenos detalhes na Blair, como o fato de que seu tom escuro de cabelo contrastava com seu tom claro de pele. Tanto sua voz, quanto a maneira como ela se move pela sala são elegantemente suaves.
Apesar de ser nova no hospital, pelo o que ela mesma me disse, Blair se comunicava com os pacientes como se os conhecesse há um longo tempo, mas ainda mantia o jeito profissional, sem perder a compostura. Fiquei por mais um tempo observando-a dessa forma, reparando em seus detalhes, mesmo enquanto conversava com ela e me exercitava, ainda encantado com a graciosidade e a beleza dela.
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Lesão do Amor
RomanceBlair é uma fisioterapeuta dedicada e apaixonada por sua profissão. Depois de anos de estudos e trabalho duro, ela consegue a oportunidade dos sonhos: trabalhar no hospital em que sempre sonhou. O que ela não esperava é que essa oportunidade trouxes...