୨୧․°sixteen

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                                                        Lana

No dia seguinte, após minha noite com Miguel, me assustei ao vê-lo dormindo em minha cama pois não lembrava de nada da noite passada.

-AAAAAA. Gritei, acordando Miguel.

-O que houve Lana?! Aconteceu algo?!

-Não- digo, sim.

-E o que houve?

-Eu não sei, mas algo aconteceu ontem à noite.

-Ah sim, você não se lembra?

-Não! Mas e você? Lembra? Perguntei mas com medo de saber o que havia acontecido.

-Vagamente, mas sim, não imaginei que você tivesse ficado tão bêbada a ponto de não se lembrar de nada. Ele riu.

-Espera! Acho que me lembrei de algo.

-Que bom! Mas acho melhor eu ir para casa agora. Ele disse e deu um sorriso.

-Concordo, e eu preciso me arrumar para o trabalho.

-Mas hoje é sábado.

-É?? Meu Deus, fiquei tão atordoada que nem lembrei que hoje é sábado!

Miguel soltou uma risada curta, parecia estar divertindo-se com meu nervosismo.

-Uma pergunta, que horas são?

-São 11:00. Por quê?

-AI MEU DEUS!

-O que foi desta vez?!

-Daqui a pouco minhas irmãs chegam aqui! Você precisa ir embora rápido-

Tive minha fala cortada pelo som da campainha tocando.

-Fique aqui! Vou ver quem é. Enquanto isso se vista por favor.

Entrei em desespero ao ver meu pai e minhas irmãs pelo olho-mágico da porta.

-Lana? Eu cheguei com suas irmãs filha! Ouvi meu pai gritar do lado de fora.

-Já estou indo pai! Gritei enquanto vestia a primera camiseta que vi em meu armário.

-Papai nós vamos lá no quarto da Lana e já voltamos. Charlotte disse assim que abri a porta.

-NÃO!

-Ué, por que suas irmãs não podem ir até seu quarto filha?

-Porque...Porque...Porque lá está uma bagunça! Está tudo muito bagunçado lá e elas podem acabar tropeçando em algo no chão.

Quando expliquei já era tarde e as meninas já estavam na porta do meu quarto, por sorte Miguel estava totalmente vestido.

-Maninho!! As crianças exclamaram, felizes em verem Miguel.

-Oi coisinhas lindas do tio! Ele disse, também animado em as ver.

-Por que você  'tá' aqui no quarto da maninha?

-Porquê... Miguel disse tentando pensar em uma resposta enquanto dava sinais para mim com os olhos . -Nós estávamos fazendo uma festa do pijama ontem à noite!! Não é Lana?

-Isso! Estávamos fazendo uma festa do pijama!

-E por que não chamaram a gente? Elas perguntaram, um pouco chateadas e curiosas.

-Porque nós resolvemos fazer de última hora, e infelizmente estava muito tarde para vocês virem até aqui. 

-Exatamente. Estava muito tarde para vocês virem, mas na próxima eu prometo que chamamos vocês, não é Miguel?

-Com certeza! Prometemos de dedinho.

-Tá bom então, mas não esqueçam de chamar a gente na próxima vez! Luana disse, tentando parecer ameaçadora.

-Eu estou aqui perdido meninas, não vão me apresentar o novo amigo de vocês?

-Ah pai relaxa, ele é meu paciente e amigo. Elas o conheceram por acaso e apelidaram ele assim.

-Ah entendo, essas duas adoram dar apelidos carinhosos mesmo.

-É um prazer conhecê-lo, me chamo Miguel, e o senhor?

-Me chamo Guilherme, e é um prazer conhecê-lo também. Fico feliz em ver a Lana com amigos, ela não costuma fazer amizades e sempre está trabalhando.

-Como ela disse, sou um paciente dela, então nos conhecemos no trabalho dela mesmo.

-Só assim para ela fazer amizades. Meu pai brincou.

Miguel e meu pai passaram alguns minutos conversando enquanto eu havia sido arrastada para o quintal pelas gêmeas.

Depois que meu pai e as meninas foram embora, Miguel me deu um leve susto.

-AI! Quer me matar de susto?!

-Não. Ele riu.

-Sabe, eu adorei conhecer meu futuro sogro, ele é muto gente boa!

-Futuro sogro? Que história é essa?

-Ah Laninha, apenas aguarde. Você vai ver que mais cedo ou mais tarde seu pai vai me chamar de genro. Ele sorriu, como se estivesse falando aquilo de propósito.

-Miguel já conversamos sobre isso.

-Eu sei, e eu me lembro bem de ter dito que não iria desistir de você, mas sim te conquistar. Além disso, aconteceu uma coisa ontem que eu acho que você não se lembra, mas eu me lembro muito bem.

-Aconteceu mais alguma coisa ontem à noite? O que?

-Você meio que se declarou pra mim.

-Me declarei? Como assim?!

-Você disse que está se sentindo mal por ter me rejeitado, e que agora acha que é você quem está gostando de mim como mais que um amigo e um paciente. Depois de dizer isso você me beijou e viemos para cá.

-O QUE?! MEU DEUS! EU NÃO ACREDITO QUE EU DISSE ISSO!!

-Mas você disse, e está tudo bem, porque como eu já havia dito que faria, eu não desisti de você, eu ainda amo você.

Envergonhada e com o rosto vermelho, levei minhas mãos até minhas bochechas e senti meu rosto quente.

-Bom, acho que não posso mais negar nada já que eu mesma me dedurei, e sim, eu estou suspeitando de que eu esteja gostando de você, mas ainda preciso de tempo para pensar, e ver se de fato estou gostando de você, pois não quero lhe dar falsas expectativas.

-Ok, vá no seu tempo, vou esperar por você mesmo que demore.

Depois daquela conversa Miguel e eu nos despedimos e ele foi embora, enquanto eu fiquei pensando sobre o que eu havia dito para ele na noite passada e sobre o que nós havíamos feito.

Lesão do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora