୨୧․°seventeen

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                                                       Miguel

Porra, agora que percebi que estou a muito tempo sem jogar, ou seja, sem trabalhar. Estava tão distraído com Lana durante esse tempo que mal notei o tempo passar, é como se tivesse me apaixonado por ela no exato momento em que a vi, desde que a conheci praticamente não penso em nada que não sejam os olhos castanhos, o cabelo preto, a pele macia e o rosto delicado dela.

Ao mesmo tempo que sei que o melhor seria tirar essa mulher da minha cabeça, simplesmente não consigo, é como se não fosse capaz de fazer isso. E é real e oficial, a morena alugou minha cabeça como moradia, e acredito que não pretenda sair tão cedo. 

-É... Pelo visto eu estou fudido mesmo. Digo a mim mesmo.

Resolvo sair um pouco de casa para esfriar a cabeça e para minha surpresa, vejo Lana e Erick conversando. Eles se conhecem?

Me aproximo para tentar ouvir o que eles conversam escondido, sei que isso é falta de educação, mas minha curiosidade falou mais alto. E escuto algo que não me parece uma conversa nada amigável.

-Ah qual é gatinha, me dá só mais uma chance vai. Escuto Erick dizer com um tom malicioso em sua voz.

-Erick eu já disse que não! E se me dá licença estou quase atrasada para meu trabalho, com licença.

Me movo um pouco conseguindo ver o que está havendo ali. E ao ver Erick agarrando o braço e logo depois a cintura de Lana fico puto, ele está mesmo assediando ela no meio da rua?!

-Me larga!! Ouço Lana quase gritar aparentemente assustada com a situação.

Irritado ao ver o desgraçado do Erick assediando Lana perco meu controle e saio do meu esconderijo falando:

-Larga ela filho da puta!! 

-Miguel? Lana exclama, surpresa e aliviada ao me ver.

-Lana meu amor, de onde conhece esse cara? Erick a pergunta, tentando esconder a cara de quem está irritado.

-Não me chame assim Erick! E só para você saber, não lhe devo satisfação alguma sobre minha vida.

-Não vou falar de novo, larga ela desgraçado! 

-Não se mete Miguel, Lana é minha namorada e pode deixar que com ela eu me resolvo.

Namorada? Como assim? Lana tem namorado? E por que ela não me disse nada sobre isso? Por que transou comigo e disse que está gostando de mim? Meu Deus, tenho tantas perguntas sem respostas agora.

-Eu não sou sua namorada Erick! Esqueça essa história!

-NUNCA. VOCÊ ME PERTENCE LANA. Ele grita e dá um tapa em seu rosto.

Me descontrolo ao ouvi-lo gritar com Lana daquela forma e ainda por cima bater nela. Soco sua cara com uma força que nem eu sabia que tinha fazendo-o cair no chão.

Lana olha para Erick assustada e vou até ela dando um abraço para tentar acalmá-la. Aos poucos ela tira seus olhos de Erick e levanta a cabeça me encarando e percebo que ela está tendo uma crise de pânico. Ela está apavorada.

-Calma Lana, está tudo bem agora. Paro de abraçar ela e seguro seu rosto com minhas mãos fazendo carinho em suas bochechas.

-Ele...

-Lana, olhe para mim por favor, ouça minha voz...Se concentre na minha voz.

-Ele me bateu...E disse que pertenço a ele...

-Calma, eu estou aqui e vou garantir que ele nunca mais coloque um dedo sequer em você. 

Quando ela finalmente se acalma um pouco e olha para mim com os olhos marejados eu a abraço e ela me aperta forte.

Devagar, coloco uma mão em seu cabelo deitando sua cabeça em meu peito, Lana permanece praticamente imóvel e fecha seus olhos antes de começar a chorar muito. Com a mão que está em seu cabelo faço cafuné a acalmando aos poucos. Quando Lana finalmente parece estar mais calma tiro sua cabeça do meu peito e a encaro dando um sorriso fraco e limpando suas lágrimas, seus olhos estavam vermelhos e inchados deixando evidente o quanto havia chorado.

-Está mais calma? Pergunto e beijo sua testa.

-Acho que sim. Ela responde com as maçãs do rosto levemente vermelhas.

-Ótimo, então vamos sair daqui antes que alguém perceba esse traste aqui. Posso te dar uma carona, para onde quer que eu a leve?

-Ah não precisa me dar carona Miguel, não quero incomodar.

-Mas não seria incômodo algum, me diga, onde quer que eu te leve?

-Bom, já que insiste vou aceitar, quero ir para casa.

-Mas você não ia para o trabalho?

-Sim, eu ia, mas acho melhor ficar em casa depois do ocorrido. Preciso descansar um pouco.

-Concordo, você precisa descansar. E a propósito, seu rosto está doendo?

-Só ardendo um pouco, mas não precisa se preocupar, acredito que em breve vá passar.

-Assim esperamos. Digo e sorrio para ela que sorri de volta.

Puta merda que sorriso mais lindo, a cada dia que passo com ela fico mais apaixonado por essa mulher.

Alguns minutos depois chegamos em sua casa e deixo Lana na porta, da maneira que a mesma havia me pedido.

-Muito obrigada Miguel, por ter me defendido e por ter me trazido em casa, não era necessário o incômodo, mas obrigada.

-Imagina, não precisa me agradecer, e pela terceira vez, não foi incômodo nenhum, fique tranquila.

Saio do carro para abrir a porta para ela e nos abraçamos. Lana puxa meu rosto e beija minha bochecha, segundo ela como agradecimento me deixando de boca aberta e com as maçãs do rosto vermelhas como o interior de uma melancia.

Coloco minha mão no local onde ela beijou ainda sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Sei que pareço um idiota ficando tímido e encantado com um beijo no rosto considerando que já transamos duas vezes, mas nessas duas vezes estávamos bêbados e agora ela estava totalmente sóbria. Entro no meu carro sorrindo feito um idiota e volto para casa.

Lesão do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora