୨୧․°twenty three

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                                              Lana

Ainda não acredito no que vira e ouvira, Miguel está agarrando meu rosto com as mãos grandes e acabou de fazer uma declaração de amor para mim. E honestamente, meu coração anseia para que cada palavra que ele disse seja verdade, e para que as flores sejam não apenas um meio de tentar me manipular.

Ver ele beijando aquela garota na festa doeu muito, eu senti meu coração se apertar, meu estômago se embrulhou e um nó que parecia nunca sair se formou em minha garganta. Eu repeti diversas vezes a mim mesma que eu não devia estar chateada, afinal, eu e ele não temos nenhum tipo de compromisso, mas nada adiantou, eu continuava chorando e chorando cada vez mais enquanto meus amigos tentavam me consolar de todas as formas.

Nesse momento estou encarando Miguel com os olhos arregalados e marejados, enquanto assisto a briga entre meu cérebro e meu coração para decidir se acredito ou não em sua confissão.

-Não vai dizer nada? Miguel pergunta, quebrando o silêncio entre nós.

-Eu...Bom...Eu não sei o que dizer. Na verdade, não sei nem se posso acreditar em você, meu coração diz que sim, mas minha cabeça diz que não. Realmente não sei o que dizer ou fazer.

-Por favor, Lana acredite em mim. Eu amo você e jamais me interessei por qualquer outra mulher desde que te conheci. Você fez moradia na minha cabeça e, principalmente, no meu coração desde que nos conhecemos. Você é a única mulher da minha vida.

Procurando desviar o olhar do de Miguel, olhei para baixo porque não conseguia olhar em seus olhos.

-Você não precisa me dar uma resposta agora, se está confusa, tudo bem, te darei um tempo para pensar.

-Obrigada. Olhei para Miguel, dando um sorriso fraco.

-Posso...Ao menos te dar um beijo na bochecha? Ele me perguntou com um olhar triste em seu rosto.

Não respondi, apenas assentindo lentamente com a cabeça.

Miguel tirou uma de suas mãos do meu rosto para beijar minha bochecha direita e senti algo em meu peito se apertar. Logo depois o assisti pegando o buquê de rosas do chão e o peguei nas mãos quando ele entregou o mesmo para mim.

-Provavelmente você vai jogar fora mas são 'pra você, espero que goste de rosas.

Vi Miguel entrar em seu carro e trocar um olhar triste comigo antes de dar partida em seu carro e ir embora.

Algumas horas depois

-E foi isso o que aconteceu. Falei, suspirando em seguida e olhando para Bruno e Bruna que me ouviram dizer o que havia acontecido horas atrás e me olhavam boquiabertos e com os olhos arregalados.

Pedir conselhos aos meus amigos sempre me ajuda.

-E o que você pretende fazer? Foi Bruno quem quebrou o silêncio, fazendo a irmã voltar sua atenção para mim novamente.

-Ainda não sei, estou decidindo se devo acreditar nele ou não.

Bruna olhou pensativa para mim antes de suspirar e dizer:

-Bom, eu acho que você deveria dar uma chance à ele de mostrar que o que ele disse é mesmo verdade, entende? Dar uma chance de provar com atitudes e não com palavras.

-É uma boa ideia. O irmão da mesma concordou,

-Talvez eu faça isso mesmo, se eu for ficar só tentando decidir se acredito no Miguel ou não vou acabar fazendo isso 'pra sempre. Eu disse, me jogando na minha cama de maneira relaxada.

Bruna se levantou abruptamente da cama, ficando de pé e disse:

-Ok, agora chega desse clima pesado, o que vocês acham de vermos algum filme?

-Topo.

-Topo também. Respondi, concordando com Bruno.

Depois de algumas horas vendo Titanic pela milésima vez, o que inicialmente era para ser apenas um desabafo meu acabou se tornando uma festa do pijama com direito à comidas, brincadeiras, conversas e altas fofocas. 

Lesão do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora