Sentimentos Inesperados

Capítulo 1

● pov. Gizelly ●

- Desisto! Isso não entra na minha cabeça Rafaella. resmunguei jogando a caneta longe.

- Gizelly você precisa de foco.

- Estou focando... em você. brinquei e ela soltou uma risada nasal.

- Idiota. falou me dando um empurrão pelo ombro.

Depois de ir mau em duas provas, minha mãe simplesmente me obrigou a estudar com Rafaella, ou melhor, pediu ela para me ajudar em algumas matérias que eu tinha dificuldades. E nem tinha como eu fugir, minha mãe era a diretora.

Rafaella era umas das alunas mais inteligentes da escola, se não, a mais inteligente. Eu era mediana.

Tinha três semanas que estávamos estudando, três vezes por semana. E estranhamente, eu não a odiava o quanto pensava, na verdade, eu não a odiava. Ela apenas me irritava.

- Chega! Eu não aguento mais.

- Você é impossível Gizelly, tem trinta minutos que estamos aqui.

- Está ótimo.

Ela me olhou semicerrando os olhos.

- Que é Rafaella, hoje é segunda ainda, temos a semana inteira para estudar.

- A semana inteira não, mais dois dias.

- O que acha depois do seu treino? brinquei.

- Me recuso.

- Eu odeio química.

- Tá, vamos lá, mais um pouco.

- Rafa...

- Gizelly assim não vai adiantar eu te ajudar, você vai para o colégio interno.

- Que horror.

- Até que não seria uma má ideia. ela disse me fazendo encará-la. - Eu não ia precisar ver tua cara todos os dias.

- Tu é bem grossa às vezes sabia?

- Cada um tem o lado meu que merece, vamos estudar anda.

Suspirei frustrada, me rendendo.

- Ok Rafaella. falei firme seu nome do jeito que ela não gostava.

- Eu mereço um prêmio por te aturar sabia?

- Eu que te aturo, você é uma chata.

- E você insuportável.

- Marrenta.

Ela me olhou e eu me perdi na dimensão do seu olhar esverdeado.

Logo voltamos a estudar, eu odiava química todas as minhas forças, não entrava na minha cabeça de jeito nenhum. Já Rafaella resolvia tudo da forma mais simples possível.

Em um dado momento, minha atenção foi para Rafaella. Ela lia algo com o olhar com a uma caneta na boca.

Será que ela tinha noção do quanto era linda?

Ela me olhou e meu coração ficou disparado, um nervosismo estranho surgindo por todo meu corpo.

- Gizelly? me chamou.

- Oi.

- Foco. disse virando meu rosto para o caderno sobre a mesa.

- Prefiro olhar você. falei descarada e ela negou com a cabeça.

- Você não vale nada.

- Como sabe?

- Todos sabem que você é uma cafajeste, gosta de pegar todas.