• pov. Rafaella •
Eu já estava no quarto, ainda sob efeito da anestesia e tomando soro na veia. Sentia minha cabeça meia tonta e meu estômago embrulhava, Beatriz disse que era reação da anestesia, mas que logo passava.
Toda aquela sensação de angústia e medo tinha passado depois que peguei minha filha, no entanto, me encontrava um pouco preocupada já que ela tinha sido levada e não voltou até agora.
A porta se abriu revelando Gizelly que caminhou até mim com um sorriso no rosto.
- Como está se sentindo? perguntou carinhosa passando a mão em meus cabelos.
- Tô meia enjoada e a cabeça tonta, mas a Beatriz disse que é reação da anestesia.
- Meus pais estão lá fora, te mandaram um beijo. sorri de lado e fechei os olhos instantemente com a pontada na cabeça.
- Tô preocupada com nossa filha, eles tão demorando demais, será que tá tudo bem com ela?
- A pediatra disse que ia fazer alguns exames, já devem estar vindo.
No mesmo minuto, a porta se abriu novamente e uma enfermeira adentrou o quarto com minha filha no colo, e a pediatra logo atrás.
- Tem uma neném aqui com fome. a enfermeira disse me dando um sorriso terno e eu sorri de orelha a orelha ao pegar minha filha.
Abaixei a alça da minha camisola e a enfermeira me instruiu, segurei o bico do meu seio o levando em direção a boquinha de minha filha que o abocanhou e começou a sugar. Senti um incômodo, mas nada que pudesse tirar aquela sensação incrível de amamentá-la.
- Está tudo bem com ela? Gi perguntou direcionada a pediatra.
- Sim, fizemos alguns exames e todos estão ótimos, ela é um bebê de trinta e cinco semanas muito saudável e forte. a pediatra disse me fazendo sorrir, sentindo meu coração grato. - Geralmente os bebês que nascem de trinta e cinco à trinta e sete não tem grandes complicações, e essa menininha está ótima, mas ainda sim prematura à termos, tendo que ter cuidados especiais, vocês terão que ficar aqui por dois dias para fazermos mais alguns exames e ela tem que ficar em observação para controle da glicemia. ela completou e eu assenti.
Voltei minha atenção para minha filha que abriu os olhinhos, me derreti, eram iguais aos de Gizelly, levantei meu rosto para ela que tinha um sorriso bobo no rosto.
- Com quantos quilos ela nasceu? eu perguntei.
- Com 3.050 kg, e o apgar foi oito, o que é ótimo. ela respondeu com um sorriso. - Bom, vou deixar vocês aproveitarem a filha de vocês, mais tarde passo aqui para olhar ela.
- Tá bom, obrigada. agradeci.
- Se precisarem de alguma coisa, só chamar. a enfermeira disse e Gizelly assentiu.
As duas se retiraram do quarto nos deixando à sós.
- Ela é seu cheroquinho amor, perfeitinha demais. Gi disse alisando seu rostinho devagar.
- Os olhos são seus. falei desviando meu olhar para minha namorada. Seus olhos brilhavam tanto, nunca os tinha visto daquela forma.
Realmente, Maria Sofia era linda demais, se parecia mais comigo, mas os olhos castanhos eram de Gizelly, os cabelos ralos e castanho claros lembrava os meus quando eu era bebê, talvez escurecessem à medida que ela fosse crescendo ou ficariam loiros como os da minha mãe. Minha filha era uma verdadeira obra divina de Deus, eu estava apaixonada em cada detalhe dela.
Quando ela se sentiu satisfeita, largou meu seio, em seguida, a levantei firmando seu corpinho e a coloquei com a cabecinha em ombro até que ela arrotou.
- Vai com sua outra mamãe meu amor. falei beijando sua testa e lhe entreguei para Gizelly que a pegou com muito cuidado, como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo. E era.
- Oi meu amor, seja bem-vinda viu? Sou tão grata a Deus por tudo, por ter guardado sua vida na barriga da mamãe Rafa, por ter te formado tão forte e saudável, tão linda e perfeita, tão nossa... Saiba que eu estarei aqui por você e pra você tá? Mamãe Gi te ama muito minha pequena. Gizelly falava sussurrando com nossa filha enquanto a balançava devagar, sorri com a cena, tinha certeza que ela seria uma mãe maravilhosa.
{...}
Assim que minha anestesia acabou, eu comecei a sentir algumas dores, Gizelly chamou a enfermeira que aplicou alguns analgésicos no soro. Tive que me levantar para finalmente tomar um banho, e depois da dor do parto, se levantar após uma cesária era uma sensação péssima, jurei que ia pro chão. A enfermeira me ajudou no banho, já que minha namorada estava com Maria Sofia, ela tinha acabado de mamar novamente. Depois do banho, fui ajudada a me vestir e voltei para o quarto, me deitando de novo.
Eu consegui dormir, e acordei com Gizelly me chamando já que nossa filha estava com fome. Depois que ela se deu por satisfeita, lhe entreguei para Gizelly de novo, me sentia dolorida no rumo do corte. Por volta das seis da manhã, o café foi servido para a gente, o que eu agradeci, pois meus estômago estava quase indo com Deus de tanta fome.
A manhã foi tranquila, tirando minha dor, claro, mas não tinha muito o que fazer, o remédio não tirava ela completamente, só ajudava a amenizar. Maria Sofia era calminha, chorava só quando estava com fome e ficava tranquila no colo de Gizelly. Foi ela que trocou a fralda e estava cuidando do coto umbilical, fazia tudo com cuidado e conversando com nossa filha.
Seria babona demais.
Após o almoço, que no meu caso, tinha sido uma sopa de legumes, eu caí no sono novamente, estava cansada e com dor. Acordei com o resmungo de Maria Sofia que estava no colo de Gizelly enquanto ela falava ao celular e assim que viu que eu tinha acordado, ela encerrou a chamada.
- Desculpa te acordar amor, mas cada hora é uma das meninas ligando, elas estão em pleno surto. ela disse se aproximando de mim e eu ri.
- Não tem problema, já dormir demais, me dá ela aqui. pedi ajeitando melhor minha posição e ela me entregou nossa filha que foi logo procurando meu seio quando abaixei a alça da camisola e sutiã, acabei rindo de seu desespero.
- Minha mãe deixou um beijo para você.
- Ela veio aqui? perguntei.
- Sim, deixaram ela entrar, mas como você estava dormindo, ela ficou na porta pra não te incomodar e eu mostrei a Maria pra ela, ficou encantada, uma vovó babona. sorri. - Ah, sua mãe também ligou, ela disse que vai vim hoje mesmo, não conseguiu um vôo mais cedo, mas que vem às cinco horas, entreguei a chave lá de casa pra minha deixar com ela, já que estamos aqui. ela disse.
Soltei um suspiro cansado e ela voltei a atenção para a minha pequena que sugava meu seio com tanta vontade que fazia um barulhinho. Segurei sua mãozinha e cheirei sua pele tão macia e delicada.
- Não sei descrever o que estou sentindo, parece que esperei a vida toda só para conhecê-la.
- Me sinto igual, ainda tô processando todas as emoções, mas ser mãe é lindo, só de pensar que esse serzinho saiu de dentro de mim, é indescritível.
- Eu amo tanto vocês.
- A gente também te ama muito meu amor. falei e ela se abaixou deixando um beijo em meus lábios.
Eu estava feliz demais!
•••
Estou em um caso de amor com a Gizelly mamãe. 🥺🤏
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Sentimentos Inesperados
FanfictionRafaella e Gizelly se conheceram no primeiro ano do ensino médio e elas não se suportam desde então. Só que esses sentimentos mudam. ••• História g!p! Se não gosta, não leia!