Capítulo 41

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• pov. Gizelly •

Eu entrei em pânico quando vi que Rafaella estava em trabalho de parto com trinta e cinco semanas de gestação ainda.

Nossa menina ia nascer. Não tinha mais volta.

Eu não sei nem como fui capaz de dirigir até a clínica, minha cabeça estava a mil por segundo vendo Rafaella naquele estado.

Já na clínica, minha namorada foi levada para a sala de parto enquanto eu dei seus dados de internação na recepção. Logo depois, corri até onde ela estava e fiquei ao seu lado.

Rafaella chorava me fazendo sentir um aperto no coração, eu sabia que não era apenas pela dor que ela estava sentindo, mas também, pelo medo. Nossa filha seria prematura e tinha seus riscos.

Observava cada movimentação de Beatriz e das enfermeiras. Rafaella estava deitada em uma maca, onde se contorcia de dor. Sua mão apertava a minha com força.

- Dois centímetros de dilatação. Beatriz disse após fazer o toque em Rafaella.

Suas pulsações estava sendo medida por uma das enfermeiras, e a frequência cardíaca de Maria Sofia estava sendo monitorada.

- Ela não virou, ainda está pélvica. Beatriz falou com a mão abaixo do ventre da minha namorada.

Alguns minutos depois, que mais pareciam horas, Beatriz fez outro toque em Rafaella negando com a cabeça.

- Rafa, Gi, vamos ter que fazer uma cesária. Beatriz disse nos olhando. - A dilatação não está evoluindo e a posição da bebê já não é favorável, uma cesária é o melhor a se fazer nessa situação. ela disse com calma.

- Faça o que tiver que fazer, eu só quero que minha filha nasce bem. Rafa disse respirando fundo e eu assenti com a cabeça.

Rafaella foi levada pelas duas enfermeiras para outra sala.

- Vai dar tudo certo viu? Beatriz disse me dando um sorriso terno e eu assenti.

Estava a ponto de ter um colapso de nervoso.

Beatriz saiu e eu fui orientada a colocar uma roupa privativa da clínica e touca para poder entrar na sala de cirurgia. Me lembrei de avisar meus pais e os de Rafa sobre o nascimento de nossa filha, peguei meu celular rapidamente e liguei para minha mãe a avisando e pedi que ligasse para Genilda, por fim, encerrando a ligação e corri até a sala de cirurgia.

{...}

Além de Beatriz, tinha o anestesista, uma pediatra e duas enfermeiras.

Me aproximei de Rafaella que já estava mais calma, já tinha tomado a anestesia e nesse momento, deitada esperando fazer efeito e com um acesso no braço pois tomava soro.

- Vai dar tudo certo viu? sussurrei e ela assentiu. Deixei um beijo em sua testa e ela sorriu de lado.

Colocaram um pano em uma altura que impedia Rafa ver a cirurgia. Senti a mão da minha namorada tremer assim que Beatriz realizou o primeiro corte, desviei meu olhar pra ela, seus olhos estavam lacrimejados.

Levei minhas mãos até seu rosto e fiz um carinho ali. Ela tinha me falado do seu medo de fazer cesária, mas, para o bem dela e de nossa filha, ela tinha que fazer.

Voltei minha atenção novamente a cirurgia e Beatriz ainda estava em um dos cortes e em seguida começou a retirar minha filha. Senti meu coração palpitar, acelerar os batimentos e foi inevitável não sorrir ao ouvir o choro da minha menina.

- Quer cortar o cordão Gizelly? Beatriz perguntou e eu assenti.

Uma das enfermeiras me entregou uma tesoura e eu cortei o cordão umbilical que ligava minha filha a placenta, chorei com o ato sentindo toda a sensação daquele momento. Pude ver minha bebê por segundos que foi segurada pela pediatra e se afastou.

Voltei até Rafaella e me abaixei deixando um beijo em sua testa.

- Estou orgulhosa de você. falei baixinho e ela sorriu.

A finalização da cirurgia levou em torno de trinta minutos.

Maria Sofia tinha sido enrolada em um manto e a colocaram sobre Rafaella que sorriu entre as lágrimas.

- É a coisinha mais linda desse mundo. falei depositando um beijo no rosto da minha bebê.

- Parabéns meninas, apesar dela ter nascido de trinta e cinco semanas, é uma bebê muito saudável. a pediatra disse nos fazendo sorrir ainda mais.

- Ela é tão linda. Rafa disse dando um cheiro em nossa filha.

- Ela é seu cheroquinho, linda igual a mamãe Rafa né bebê? falei quase num sussurro.

Aquele momento durou pouco, Maria Sofia tinha sido levada pela pediatra junto com uma das enfermeiras para fora sala de cirurgia, ela tinha que fazer alguns exames para ter certeza estava tudo bem com ela. Eu também tive que me retirar da sala, e assim eu fiz, deixando minha namorada ali com Beatriz.

Ao chegar na sala de espera, encontrei meus pais e os abracei emocionada.

- Nasceu? minha mãe perguntou.

- Sim, tão linda. respondi em meio ao choro de alívio. - Levaram ela pra fazer alguns exames, mas a pediatra disse que ela é saudável apesar de ser prematura. completei.

- Graças a Deus! meu pai falou com um sorriso no rosto.

- E a Rafinha, como está?

- Está na sala de cirurgia ainda, mas já terminaram.

- Ela deve ir para o quarto agora, estou muito feliz por vocês minha filha.

- Obrigada mãe, e eu estou explodindo de alegria, não sei descrever essa sensação incrível.

- Eu sei bem como é minha filha. ela disse acariciando meu rosto. - Você vai amá-la como nunca amou alguém na vida.

- Eu já amo, muito. afirmei sorrindo e ela me abraçou de novo.

Fiquei ali com meus pais em torno de vinte minutos e fui chamada para ir até o quarto para ficar com Rafaella.

Me despedi dos dois e pedi para esperarem, que assim que tivesse mais notícias, eu falaria para eles.

•••

E ela nasceu. 🥺🤏

Sentimentos InesperadosOnde histórias criam vida. Descubra agora