• pov. Gizelly •
No dia seguinte, eu mesma levei o atestado de afastamento por quinze dias de Rafaella, conversei com seu chefe e expliquei sobre a gravidez de risco da minha namorada. Ele sabendo de seus direitos, deixou claro que ela não precisava se preocupar, e lhe mandou melhoras e que se recuperasse logo.
Os dias foram se passando, eu passava mais tempo na casa de Rafaella do que na minha. Durante o tempo que permanecia no escritório, eu ligava para ela ou mandava mensagens. Ela passava a maior parte do tempo deitada, sem fazer esforço algum, seguindo as orientações de Beatriz, essa mesma que ligou no decorrer da semana para saber como minha namorada estava passando. Contamos aos nossos pais sobre sua gravidez e que era de risco, deixando os quatro preocupados, assim como nossas amigas. Meus pais iam fazer visitas a Rafaella diariamente, as meninas também já tinham ido. Meus sogros vieram e ficaram aqui por cinco dias, Genilda deixou a mãe nos cuidados de sua irmã para passar uns dias com a filha que se animou um pouco.
Já tinha pego Rafaella chorando sozinha algumas vezes, principalmente quando ela sentia alguma coisa, e vê-la daquele jeito deixava meu coração apertado. Ela estava deixando o medo lhe apavorar e eu tentava tranquilizá-la, claro, eu também tinha medo, mas também tinha esperança que tudo ia ficar bem, que nosso filho ia ficar bem. Eu tentava fazer de tudo para lhe passar confiança, lhe acalmar.
E os quinze dias se passaram...
{...}
- Rafaella Freitas Kalimann. a secretária de Beatriz chamou Rafa e nós duas seguimos até a sala da mesma.
Rafaella tinha tido uma crise de choro antes de virmos, devido a um sangramento repentino pela madrugada.
- Bom dia meninas, como estão? Beatriz perguntou nos dando um sorriso.
- Estamos preocupada doutora, Rafa sangrou de novo pela madrugada. falei apreensiva.
- Como foi Rafa, com ou sem dor, pouco ou intenso? ela perguntou se diririgindo a minha namorada.
- Com um pouco de dor e pouco sangramento. Rafa respondeu.
- Fica calma viu? Se troca e vamos ver como esse bebê está? falou simpática e Rafaella assentiu seguindo até o banheiro. - Ela tomou a medicação direto e está tomando o ácido fólico? Beatriz perguntou se diririgindo a mim.
- Sim, ela tomou certinho e o ácido fólico também está tomando, ficou de repouso como você pediu, só que ela me falou que queria voltar a trabalhar, mesmo de casa se puder, e eu acho que é até bom pra ela espairecer um pouco a cabeça, porque ela fica sozinha em casa até eu chegar, ela está muito ansiosa.
- Vamos ver direitinho como está a gestação e talvez eu libere,
- Tá bom.
Rafaella saiu do banheiro vestida com a camisola e se deitou na maca. Fiquei ao seu lado e segurei sua mão deixando um beijo terno ali.
A tela grande logo apareceu na nossa frente, observei Beatriz repetir o mesmo processo da consulta anterior, pegou o aparelho e passou o gel e em seguida o deslizou na parte íntima de Rafaella.
Sorri abobalhada ao ver o pontinho preto, um pouco maior que o anterior mas ainda pequeno.
- Olha, o hematoma diminuiu um pouco, mas ainda está aqui, e apesar do sangramento, o bebê está bem. Beatriz disse o que me fez sorrir novamente.
Desviei meu olhar para Rafaella que tinha os olhos fixos na tela e lacrimejados.
- Vamos ouvir os batimentos? Beatriz disse e após uns segundos, os batimentos tomou conta da sala. - 146 por minuto, está ótimo.
Rafaella e eu nos olhamos e sorrimos cúmplices, ambas emocionadas.
- Pode se trocar Rafaella, vamos conversar melhor.
Ajudei Rafa a se levantar e ela retornou ao banheiro. Beatriz pegou algumas folhas e a segui até sua mesa, me sentando na sua frente.
Não demorou muito para Rafaella voltar e se sentar ao meu lado.
- Rafa e Gizelly, como eu disse, o saco gestacional ainda está descolado, diminuiu o hematoma, porém pouco, você está quase completando as oito semanas, vai começar o terceiro mês, com doze semanas a placenta começa a substituir o saco gestacional, então eu quero que você continue os repousos, para tentarmos evitar de evoluir o descolamento do saco gestacional para a placenta. Beatriz explicou calma com as mãos sobre a mesa.
- E o hematoma pode se curar completamente até as doze semanas? Rafa perguntou, podia sentir sua aflição.
- Sim e não, no seu caso, está sendo uma recuperação mais lenta, o que eu temo um pouco, mas temos que focar no positivo, o bebê de vocês está bem e sei que isso já acalma o coração de vocês.
- Muito, eu só quero que isso tudo passe e nosso filho ficar totalmente fora de risco. Rafa falou e me olhou, lhe dei um sorriso de lado e beijei sua mão novamente.
- Vai dar tudo certo tá? falei tentando lhe passar calma e ela assentiu.
- É lindo ver essa cumplicidade de vocês duas, você passando confiança para ela, isso é muito importante. Beatriz disse e eu sorri.
- Eu faço qualquer coisa para vê-la bem.
- Eu posso trabalhar de casa doutora? Eu fico o tempo todo sentada, só vou precisar ir na agência quando tiver reunião. Rafa pediu e seu jeito manhoso me fez rir.
Beatriz a olhou pensativa por alguns minutos.
- E essas reuniões são muitas?
- Depende, costuma ter duas por semana.
- Tudo bem, mas nada de esforço, subir escadas nem pensar e as outras recomendações você já sabe.
- Ok, não tô fazendo esforço algum, só quero ocupar a cabeça.
- Eu compreendo, vai dar tudo certo, vou te passar uns exames de sangue e assim que ficar prontos, você trás pra mim ok?
- Tudo bem.
- Qualquer coisa é só me ligar.
- Obrigada doutora. agradeci.
Nos despedimos e fomos embora.
Com coração mais feliz e esperançoso. Deus ia cuidar de tudo.
•••
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Sentimentos Inesperados
FanfictionRafaella e Gizelly se conheceram no primeiro ano do ensino médio e elas não se suportam desde então. Só que esses sentimentos mudam. ••• História g!p! Se não gosta, não leia!