Capítulo 17

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5 anos depois.

● pov. Rafaella ●

A semana seguinte que se passou depois que me mudei para Goiânia, Gizelly e eu já estávamos conversando bem, nos meses finais daquele ano já tínhamos se acertado em partes.

Confesso que o medo de não nos vermos mais durante muito tempo tomava conta de mim, apesar de tudo, eu ainda a amava e não sei quando esse sentimento iria sair de mim. Talvez um dia, talvez nunca, não sei...

Porém, a medida que o outro ano se inciou, nosso contanto foi diminuindo. Ela me disse que iria fazer direito e eu administração, já que iria trabalhar na empresa do meu pai.

Meu contato com Bianca, Manu, Mariana e Camila continuava o mesmo, a gente sempre se cobrava para nos encontrarmos, o que nunca dava certo.

Até então, não tínhamos falado sobre nossos sentimentos desde que vim embora, eu sabia que ela continuava com a vida dela de pegadora, mas eu estava longe, eu não quis ter um relacionamento, então eu não podia cobrar nada dela.

Eu não tinha me relacionado com ninguém nesse tempo. Eu tinha conhecido Antônio desde que entrei na faculdade e fizemos amizade, esse que cursava análise e desenvolvimento de sistemas. Dois meses depois, Antônio deixou claro que estava interessado em mim, mas não forçou nada. Admito, eu não tinha deixado de amar Gizelly, mas deixei rolar, é aquele ditado:

"Não espere esperando, espere vivendo, o que for teu, te encontra".

Apesar que eu estava quase tendo a certeza de que Gizelly e eu nunca ia dar certo.

Minha relação com Antônio evoluiu para um namoro, ele era atencioso, carinhoso e companheiro. Me fazia bem e me fazia rir. Ele era um cara incrível.

Gizelly acabou por me perguntar sobre ele e eu disse que estávamos namorando, resultado? Brigamos outra vez. Novamente, ela me cobrando uma coisa que ela não fazia.

E convenhamos. Nenhuma de nós duas tinha que cobrar nada.

Desde então, perdemos o contato de vez e acho que foi melhor assim. Não dava para insistir em algo que eu sabia que não ia dar certo.

Minha avó foi se recuperando aos poucos e hoje estava 70% recuperada do AVC, mas ficou 30% com sequelas. Contudo, minha mãe decidiu ficar de vez em Goiânia.

Quando estava no quinto semestre de administração, acabei me interessando por design gráfico e comecei a fazer o curso de graduação tecnológico.

Minha vida estava uma loucura, eu tinha que ter uma disciplina para ter um bom rendimento nos estudos. No início, foi complicado conciliar os dois cursos, mas ao longo do tempo fui me acostumando. Fiz um planejamento semestral e semanal para não me perder. O curso de design eu fazia de manhã e o curso de administração eu fazia de noite. Apesar de tudo, eu conseguia tirar um tempo para minha família e Antônio. Sua faculdade era a noite também e ele trabalhava durante o dia, mas saíamos aos finais de semana.

Ao todo, ficamos juntos por quatro anos e cinco meses, foi meu relacionamento que tinha durado mais tempo. Mas acabou. Era tudo recíproco entre a gente, mas aos poucos fui percebendo que o amor estava ficando escasso e permanecendo só o carinho que tínhamos um pelo outro, então, terminamos. Posso dizer que Antônio foi uma das pessoas mais especiais que tive em minha vida, eu só tenho a agradecer por termos construído uma história juntos. Sempre iria ter um carinho por ele.

Agora depois cinco anos, estou retornando para a cidade paulista.

•••

● pov. Gizelly ●

E nesses anos em que Rafaella e eu passamos longe uma da outra me fizeram pensar muito.

Os primeiros dias foram angustiados, um, dois, três, quatro, cinco dias... fiquei dias me torturando por não saber quando eu veria Rafaella de novo.

Ficar longe dela, me deu um choque de lucidez e sensatez. E isso me despertou para tudo aquilo que realmente valia a pena. Rafaella valia a pena. Mas ela estava em outra cidade, longe de mim, e tudo podia acontecer. Como aconteceu.

Quando Rafaella me disse que estava namorando, me senti perdida e talvez ali fosse a minha primeira e única decepção amorosa. Estava sentindo o que ela sentiu quando me via com as outras. E eu não soube lidar com isso, brigamos de novo e não nos falamos mais.

Eu estava cursando direito, queria trabalhar na área de advocacia. Meus pais ficaram até surpresos quando disse que queria ser advogada, minha mãe pensou que eu iria concluir o terceiro ano e parar com os estudos, já que eu nunca fui muito fã.

Mas eu tinha que pensar no meu futuro não é mesmo?

Ano ia e vinha e eu continuava nessa minha vida de pegadora e cafajeste, se antes, eu já não entregaria meu coração a ninguém, agora muito menos, ele já tinha uma dona, Rafaella e tenho certeza, que outra jamais entraria ali e eu não queria.

Cinco anos se passaram e eu me formei. Juntamente de Juliette. Ela também cursou direito. Quando estávamos no nono semestre, fizemos a primeira fase do exame de OAB, tinha 80 questões, tinha que acertar no mínimo 40, eu aceitei 72 questões. Logo em seguida, fizemos a segunda fase, que tinha questões mais dissertativas e discusisvas e também uma redação, eu fiz 8 pontos de 10.

Juliette e eu, vínhamos conversando sobre abrir um escritório de advocacia juntas, em sociedade.

Já tínhamos alugado um imóvel, que no momento estava passando por uma pequena reforma. Fizemos uma avaliação de mercado e o controle financeiro e também a estrutura de prestação de serviços.

Aos poucos tudo estava se encaminhando e logo mais nosso escritório estaria aberto.

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O reencontro vem. 🙃

Sentimentos InesperadosOnde histórias criam vida. Descubra agora