Capítulo 53

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• pov. Rafaella •

Gizelly e eu tínhamos acabado de tomar um banho e realmente foi só um banho, e agora estávamos sentadas na cama discutindo sobre uma tal de viagem com as meninas do colégio quando estudávamos, o problema era que Ivy e Hariany iriam também e eu não sou obrigada, sou,?

- Você pode ir, eu não vou. falei o mais calma possível, se que é que dava.

- Eu sabia que era uma má ideia. Gizelly disse e suspirou frustrada.

- Se sabia, porque concordou então? questionei.

- Não foi ideia minha, Juli e Marcela que inventou de chamar as duas, elas querem todas nós que estudamos juntas.

- Que ótimo. falei em desdém.

Gizelly me olhava com um sorrisinho de lado.

- Posso saber qual o motivo desse sorriso aí?

- Você, com ciúmes.

- Vai se foder Gizelly! falei um pouco mais alto.

Eu não queria, mas não podia evitar os ciúmes fluindo em minhas veias.

- Eu até quero, mas minha mulher tá se fazendo de difícil sabe? ela disse vindo pra cima de mim. Confesso, o minha mulher que saiu da sua boca, me pegou.

- Para, não tô de graça.

- Larga de ser marrenta.

- Por que você gosta tanto de me irritar? perguntei.

Conversámos olho no olho.

- Eu não gosto de te irritar, você que se irrita por pouca coisa.

- Pouca coisa? Tá bom então, vai lá viajar com as poucas coisas. falei irritada a empurrando mas ela segurou meus braços pra cima.

- Você sabe que é a mulher da minha vida, não sabe?

- Ah, sou?

- Sim, meu amor... e eu tenho essa certeza desde que nos beijamos pela primeira vez.

- Ah. falei duvidando e ela semicerrou os olhos.

- Está duvidando de mim Rafaella? perguntou num tom de ofensa.

- Um pouco. respondi e ela ergueu a sobrancelha. - Você pegava todo mundo Gizelly, fica difícil acreditar.

- E você namorou quatro anos com o tal do Antônio. rebateu e eu ri em negação.

- Vai mesmo querer falar sobre o nosso passado? questionei.

- Você que começou.

- Eu apenas citei um ponto pra explicar o que você disse agora e você já foi lá no Antônio.

- Que não é tão passado assim né, já que vocês se encontraram. falou se levantando de cima de mim com a cara fechada.

- Falou a que vai viajar com as ex's. revidei.

Ajeitei minha posição permanecendo sentada na cama.

- Se você não for, eu não vou também.

- Já falei que pode ir, tá tudo bem.

- Eu já não queria ir mesmo, só aceitei porque elas insistiram muito e me pediu pra te chamar, eu já sabia que sua resposta seria não.

- Eu acho que até seria bom pra gente viajar, curtir um pouco, mas eu não sei se vou saber lidar com as duas lá também, e você sabe o motivo.

- Sei.

- Elas com certeza vão ficar de gracinha pra cima de você.

- Eu não vou dar papo pra elas, no máximo um oi, bom dia, essas coisas...

- Por mim, nem oi você dava. falei firme e ela riu.

- Você decide, se vamos ou não. ela falou.

- Vou pensar. respondi e ela assentiu.

Gizelly caminhou ficando próxima de mim novamente, ficando entre minhas pernas. Involuntariamente levei minhas mãos até sua cintura, segurando no cós de sua calça.

- Eu sinto muito por tudo... só quero consertar tudo entre a gente. falei num impulso, mudando completamente o assunto.

- Nós duas vamos consertar, hum?

Ela sorriu de lado, o que me fez sorrir também.

- E como faremos isso?

- Podemos planejar algo para fazermos, uma coisa só nós duas sabe? Acho que precisamos disso para nos reconectar.

- Concordo, agora vem cá.

A puxei pra mim e juntei nossos lábios, sua língua encontrou a minha e fez o encaixe perfeito, ela chupou levemente meu lábio inferior me fazendo soltar um leve gemido.

Eu me cedia tão fácil que até me odiava por isso. Mas hoje eu seria forte...

Ao cessarmos o beijo por falta de ar, Gizelly desceu os beijos pelo meu pescoço, sua respiração calma batia contra minha pele me fazendo arrepiar e era tão bom ficar ali só sentindo seus toques.

Entrelacei meus dedos em seus cabelos fazendo um carinho em sua nunca ora ou outra puxando devagar alguns fios.

- Estou com tanta saudade de você. sua voz saiu rouca e eu quase desfaleci com sua mão boba subindo por minha coxa.

Caramba, eu amava tanta essa mulher. E ela me deixava atordoada.

Com um enorme esforço, segurei sua mão a impedindo de continuar e ela levantou o rosto me olhando.

- Hoje não, você sabe que gosto de conversar primeiro, vamos nos entender. falei e ela jogou seu corpo ao lado do meu na cama.

- Sete meses na seca mesmo, mais dois e empatamos quando você estava grávida da Maria Sofia. ela disse de olhos fechados passando as mãos pelos cabelos.

- Quer ficar mais dois meses? questionei erguendo a sobrancelha.

- Eu não disse isso, eu já tô morrendo. ela disse rapidamente abrindo os olhos e eu cai na gargalhada.

- Não te aguento.

- Me dá pelo menos uns beijos, uns carinhos pode? Tô carente de você.

Sorri com seu jeito fofo e manhosa de falar.

E foi assim, nos braços uma da outra cheios de trocas, que colocamos para fora tudo que tínhamos para falar sobre nosso casamento, trazendo pauta por pauta, tudo que fosse necessário para recomeçar nosso relacionamento e também deixar algumas coisas para trás, passar uma borracha por cima de tudo. E logo ficou evidente que outros momentos assim seriam necessários, mas nós duas sabíamos que estávamos no caminho certo, nos sentíamos muito mais leves depois daquela conversa.

•••

Ainda lembram dessa fic? Perdoem a demora, esses dias estavam meio corridos.

Estão gostando da história?

Sentimentos InesperadosOnde histórias criam vida. Descubra agora