Capítulo 63

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• pov. Rafaella •

Quando eu comecei as trinta e cinco semanas de gestação, toda contração que eu sentia me deixava atenta se teria outros sinais junto, pois o medo de parto prematuro me atormentava desde já.

Porém, Theo venceu a prematuridade e veio ao mundo com trinta e oito semanas e quatro dias.

Por volta de onze horas da noite de terça para quarta, eu comecei a ter uma cólica forte que permaneceu indo e voltando a madrugada toda. Não consegui dormir nada e uma vez que acordei Gizelly, ela permaneceu acordada comigo. Porém, as contrações não eram ritmadas e não se intensificaram, mas incomodava muito.  Gizelly ligou para Marcela e ela disse que eu estava no início da fase latente, que era para irmos para a clínica pela manhã, caso contrário, só se as contrações viessem com outro sintoma.

Tentei relaxar, o que falhou miseravelmente, pois fiquei assim até cinco horas da manhã e nenhuma posição na cama amenizava. Fui para debaixo do chuveiro e minha esposa entrou comigo e começou a fazer uma massagem, o que ajudou, por alguns minutos. Comecei a sentir cólicas e as contrações começaram a ficar mais fortes e um pouco mais ritmadas.

Por volta das seis e meia minha sogra chegou para ficar com Maria Sofia e Gizelly e eu fomos para a clínica. Ficamos esperando por Marcela, que não demorou a chegar graças a Deus, eu já tinha sido internada e Marcela fez o toque em mim, cinco centímetros de dilatação.

A partir daquele momento, eu só podia esperar aquela fase ativa, e a cada minuto que passava, para mim, pareceria horas. Gizelly estava sendo essencial pra mim, o carinho e atenção me fazia sentir mais confiante e segura.

As dores e o cansaço apertaram e já era oito horas, e minha dilatação estava em seis centímetros ainda.

Até os dez eu tinha certeza que eu morria.

Eu já estava oito horas em trabalho de parto e a minha vontade de ter um parto normal, já tinha perdido um pouco no parto de Maria Sofia, agora então, nunca mais quero. Mas eu também não queria cesária de novo, odiei as reações da anestesia, eram duas escolhas e as duas tinha suas vantagens e desvantagens.

Marcela conversava comigo com toda calma do mundo, enquanto eu sentia os braços de minha esposa me abraçando por trás e acariciando minha barriga.

Não tinha palavras para descrever a dor que estava sentindo. Parece que meus ossos estavam sendo quebrados todos de uma vez. Eu só conseguia chorar e morder meu próprio lábio para não gritar durante as contrações intensas.

Quando Marcela disse que eu estava com dez centímetros, e que Theo estava pronto para vir, mesmo estando muito cansada, tirei forças não sei de onde.

As dez e cinco, peguei meu filho nos braços. Não tinha sido um parto fácil, mas, foi inesquecível.

•••

- Não tenho palavras pra descrever o quanto estou feliz pela sua chegada meu amorzinho, mamãe te ama tanto, assim como sua irmã Maria Sofia.

Acordei ouvindo Gizelly conversando com nosso filho enquanto o ninava. Eu já sabia que ela seria uma mãe incrível, desde a gravidez de nossa primogênita, seu cuidado, o carinho dobrado, sua dedicação, e continuou sendo depois de seu nascimento e na gestação de Theo. Eu tinha sorte em ter ela como esposa e eles sorte por ter ela como mãe.

- Te acordei amor? Desculpa. falou ao se virar.

- Não, já dormir demais.

- Você tem que descansar, ficou onze horas em trabalho de parto pra esse meninão nascer. ela disse se aproximando de mim.

Sentimentos InesperadosOnde histórias criam vida. Descubra agora