Heaven Quinn
... sentindo a mão dele apertar a minha coxa.
Me afastei do James, e voltei a me sentar no meu banquinho de madeira.
O garoto de olhos verdes me encarou perdido, tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
Mergulhei o meu pincel no óleo e depois na tinta, tentando lembrar onde eu tinha parado na pintura quase acabada.
- E você? - A sua voz grossa voltou a soar.
- Se eu quisesse foder você, você saberia. - Esclareci.
O rosto do James era de puro choque, os seus lábios avermelhados e lubrificados se abrindo lentamente enquanto a sua respiração ficava presa.
- E sinceramente, tem lugares muito mais divertidos pra se pegar do que na cama de um dormitório. - Soltei com sarcasmo.
- Eu tava perguntando o que você tá fazendo aqui. - Ele corrigiu, a voz demonstrando o choque ainda presente.
- Oh... - Arregalei os olhos.
A minha língua tem vários talentos:
Beijar bem e falar merda.
- Eu to pintando. - Falei como se fosse óbvio.
- Tem salas de artes nos outros edifícios.
- Eu acho que eu conheço esse colégio melhor que um garoto que tá aqui nem faz um dia direito.
- Tenho certeza que você conhece muitas coisas melhor que eu.
Franziu as sobrancelhas.
- Mas isso não responde por que você tá aqui.
- Pode ficar tranquilo que isso não é da sua conta, meu parceiro. - Soltei simples, focando na pintura.
- Eu acho que é. - Semicerrou os olhos pra mim. - Eu estou aqui, com você, nessa sala aleatória e afastada de todas as outras, sem mencionar que é em um dos edifícios mais afastados dos dormitórios, e que, se eu me lembro bem, a Aubrey mencionou que você está sendo castigada e observada a cada movimento. Você estar aqui, é um problema, não é?
Eu travei, sentindo o meu coração acelerar.
Não por medo de ser descoberta, mas porque, o garoto que eu achei ser inocente, talvez, não seja tão inocente assim.
- Eu venho aqui pra usar drogas. - Menti dando de ombros.
- Mentirosa. - Sorriu mostrando os dentes e as suas covinhas apareceram.
- Eu resolvo os meus problemas usando drogas, por que isso seria uma mentira? - Ergui as sobrancelhas.
- Não estou falando que você não usa drogas, pulmão preto.
- Então você tá falando que eu uso drogas? - Fingi estar ofendida, tentando me livrar dessa conversa.
- O que você está fazendo aqui? - Insistiu e eu revirei os olhos.
- Eu sou sadomasoquista, eu espanco gente aqui.
Era uma meia verdade.
Eu adoro espancar gente.
- Eu acho isso possível, mas eu sei que você ainda tá mentindo.
- Então, você tá falando que eu tenho cara de puta?! - Arregalei os olhos levantando do banquinho.
- Por que você está aqui, Heaven? - Voltou a perguntar, o seu tom mais firme dessa vez.
Eu não queria ter que chegar nesse ponto.
Tirei a minha camisa larga de botões em um só movimento, ficando apenas de sutiã e calcinha.
Deixei a camisa azul clara deslizar pelo meu braço e cair no chão de madeira.
Era uma madrugada fria e não demorou mais que 2 segundos para que a minha pele se arrepiasse e os meus mamilos ficassem duros.
Os olhos do James se arregalaram, caindo para os meus peitos por um breve segundo e depois voltando para o meu rosto.
Um tom vermelho profundo se espalhou pelas suas bochechas.
Os seus lábios ficaram entreabertos de choque, mas nenhuma palavra saia deles.
Era como se os olhos dele lutassem e se recusassem a explorar o meu corpo, nem que fosse por um segundo.
De um jeito quase impossível, as suas pupilas se dilataram mais.
Admiração.
Ele parou de respirar e acho que nem mesmo ele percebeu.
A sua boca se fechou e ele engoliu seco.
Dei um passo na sua direção, abrindo um sorriso angelical.
O diabo antes de destruir, ele deve conquistar.
Cortei toda a distância entre nós e o James franziu as sobrancelhas quando a minha mão tocou o seu pescoço, erguendo a sua cabeça, para que eu conseguisse ver os traços dele melhor na escuridão.
Passei o meu dedo pela sua mandíbula, roçando a minha unha levemente na sua pele suave.
A minha outra mão passou por cima do seu abdômen coberto ainda pela camiseta branca.
- Você ficaria muito melhor sem isso. - Comentei com a voz baixa.
Ele estava jogando sujo, então eu decidi jogar ainda mais sujo.
O James assentiu e eu dei uma leve risada, porque eu sabia que ele não fazia a mínima ideia que tinha acabado de concordar comigo.
- Toca em mim. - Pedi, fazendo carinho na mandíbula dele e mordendo o meu lábio inferior.
Senti a mão quente do James tocar a minha coxa e eu abri um sorriso ainda maior.
Os seus dedos suaves e cuidadosos fizeram carinho na minha pele sem pensar muito.
- Agora me toca no lugar certo, garotinho bonito. - Provoquei, as bochechas do James tomando um tom ainda mais vermelho.
Os seus olhos se arregalaram e ele apertou a mão na minha coxa.
O James levantou abruptamente e se virou de costas pra mim, o que me fez gargalhar.
Peguei a minha camisa do chão e vesti sem demorar muito.
O James estava com as mãos apoiadas na mesa da frente e olhava pro nada.
Eu me aproximei dele com cuidado, sem tentar esconder o sorriso vitorioso do meu rosto e toquei no seu ombro tenso.
- Vira pra mim. - Pedi com a voz suave.
Eu era um pequeno diabo, e eu sabia disso.
- Não. - Ele falou baixinho e o meu sorriso aumentou.
- Por que não? - Passei o meu braço pela sua cintura e toquei o seu abdômen definido por cima da camiseta de tecido leve.
O James congelou sobre o meu toque, ficando ainda mais tenso que antes.
- Senhor, como se tem multiplicado os meus adversários, são muitos que se levantam contra mim... - Rezou em voz alta e eu cai na gargalhada.
Me afastei dele ainda rindo e sentei no meu banquinho, terminando de apertar alguns botões soltos da minha camisa.
- Você é um pequeno diabo. - Ele sussurrou pra mim.
- Um diabo muito lindo, não? - Ergui uma sobrancelha, mesmo que ele não pudesse me ver.
continua...
---
vcs tão gostando do livro até agora?:)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Inocente Aluno Novo
Teen FictionHeaven Quinn é uma garota problemática, que parece ignorar o fato que está em um Colégio Interno Católico e comete todo e qualquer pecado que lhe é apresentado. Se metendo em constantes encrencas, quem diria que elas lhe levariam a conhecer o inocen...