53_ Quem nasceu Deus?

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Heaven Quinn

O James fechou os olhos, como se estivesse com dor, e eu abri um sorriso ainda maior. O pau do James ficou ainda mais duro embaixo de mim e as suas mãos apertaram a minha bunda, me pressionando contra ele.

Não esperei a resposta dele, saindo de cima do mesmo, o chão frio tocando os meus pés enquanto eu andava pelo quarto.

- O que você acha que significa mais: bonita ou linda? - Pensei alto, ainda de costas para o James.

- Você. - Ele soltou e eu me virei pra ele com uma sobrancelha erguida.

O James agora estava apoiado sobre os seus braços na cama, a coberta caída até a sua cintura e revelando o seu peito e abdômen definidos. A luz do nascer do sol que entrava pela janela batia no seu rosto, os seus olhos azuis e verdes fixos em mim.

- Eu nunca mais vi você usando os seus óculos. - Lembrei, franzindo as minhas sobrancelhas.

- Você quebrou eles. - Falou confuso e eu abri a boca indignada. - Quando você caiu uma vez em cima de mim e me deu uma cabeçada? Bem antes do Ken ser expulso. - Contou e eu fechei a boca lembrando. Ah, é. Eu quebrei mesmo.

- Você consegue me enxergar, não é? - Semicerrei o olhar para o James. Seria uma pena ele não conseguir me ver, eu sou tão linda.

- Eu consigo te ver perfeitamente. - Sorriu como se conseguisse ler a minha mente. - Sendo sincero, eu não acho que eu conseguiria te ver de qualquer jeito além de perfeita.

Eu mantive o contato visual com o James, apertando ainda mais os olhos na sua direção enquanto eu andava para trás lentamente, até chegar na sua mesa.

- Você poderia ter pedido outros óculos pro seu pai, sabe? A gente permite encomendas no colégio. - Murmurei, dando de ombros.

- Eu não falo com o meu pai faz meses. - Ele disse com a voz baixa, e eu observei o James confusa.

- Ele não te manda cartas? - Processei, quase indignada. Eu entendo muitos pais não mandarem cartas para os filhos. Pais horríveis, filhos terríveis. Esse tipo de coisa. Mas o James é... o James.

O James apenas negou com a cabeça, um pequeno sorriso fraco nos seus lábios.

Oh.

Eu acho que eu nunca cheguei a pensar como a relação do James com o pai ficou depois que ele acidentalmente matou a mãe dele. Ele estudava em um colégio interno apenas para garotos antes de entrar aqui. O pai dele parece simplesmente não... querer ele.

Eu pisquei, desviando o meu olhar para a mesa do James e encontrando mais do que tinha ontem. Além da vasilha de metal com água benta, a mesa agora tinha algumas folhas e a bíblia.

Uma frase em um pequeno pedaço de papel que estava no meio da bíblia chamou a minha atenção.

"E se a libertação está na destruição?"

- Quem nasceu Deus? - Perguntei de repente, um sorriso gigante se espalhando pelos meus lábios.

Vendo o meu sorriso, o James também sorriu.

- Deus não nasc-

- Ele não teve uma mãe? Que sorte... - Provoquei e o James fechou os olhos desacreditado. - Mas como é que Deus descobriu que ele é Deus? E as girafas! Ele fez elas assim de propósito ou foi tudo um acidente?

- Você pode perguntar tudo pra ele assim que chegar no céu. - O James sugeriu e eu fechei a cara chateada.

- Engraçado você pensar que eu vou pro céu. - Murmurei.

Eu cometi todo pecado que eu conheço. Mentir? Eu amo mentir. Inveja? É difícil não sentir inveja olhando pro espelho todo dia. Roubar? O Nolan não vai sentir falta do Uno dele. Matar? Bom, a minha família tava precisando de férias.

- O mais próximo que eu tenho do paraíso é você. - Pisquei pra ele antes de me virar e caminhar até a porta do seu quarto.

- Heaven, amor, você realmente quer sair assim? - A voz do James soou, me fazendo parar e encarar a minha camiseta. - Eu tenho uma roupa que você pode usar.

- Eu duvido que as suas camisetas fariam muita diferença. - Apontei.

- Eu tenho roupa sua. - Ele corrigiu, me fazendo arregalar os olhos.

Eu assisti o James sair da cama, o seu corpo se movendo graciosamente até o armário de roupas e abrindo uma gaveta que estava vazia se não por um conjunto de pijama branco com pequenos corações rosas.

- Você deixou aqui depois de ter derrubado um armário de produto de limpeza em cima de nós. - Ele lembrou com um sorriso carinhoso, me entregando a calça e a blusa.

- Você lavou eles. - Comentei com os olhos cerrados.

- Sim... - As suas maçãs do rosto assumiram um tom rosado. - Eu pensei que as senhoras da limpeza podiam achar estranho ter um pijama feminino no meu quarto.

- Você lavou eles. - Provoquei, abrindo um sorriso diabólico.

- Se você gostar do serviço, pode continuar trazendo as roupas. - Segurou a minha mandíbula, depositando um beijo suave nos meus lábios.

continua...

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quando tiver 7.777 comentários eu posto o capítulo:P

O Inocente Aluno NovoOnde histórias criam vida. Descubra agora