Heaven Quinn é uma garota problemática, que parece ignorar o fato que está em um Colégio Interno Católico e comete todo e qualquer pecado que lhe é apresentado.
Se metendo em constantes encrencas, quem diria que isso lhe levaria a conhecer o inocent...
A sala do diretor estava iluminada apenas pelo pôr do sol, e quando o som da porta abrindo e fechando soou, eu fiquei ainda mais confusa do motivo de eu estar aqui.
O diretor não se aproximou de mim, apenas me encarou.
Ele estava esperando por uma explicação. Um motivo para eu não ter nem aparecido na missa.
- Eu não tive coragem de aparecer lá. - Confessei, abraçando as minhas pernas em cima da cadeira de couro que eu sempre escolhia. - Eu apenas... não consegui.
Eu esperei pelos gritos e xingamentos, mas eles não chegaram.
Eu apenas senti a mão do meu tio tocar o topo da minha cabeça em uma espécie de conforto.
Ele nunca foi muito bom com toque físico.
- Tá tudo bem. - Ele sussurrou com a voz baixa. - Eu também não consegui entrar lá.
Eu virei o meu rosto na sua direção chocada, a minha testa se franzindo.
- Por quê?
- Eu tinha medo de chorar tanto com o que você fosse falar que todo mundo tentaria fazer um exorcismo em mim. - Contou com o olhar distante. - Eu tive uns pesadelos estranhos nos últimos dias. - Explicou.
Eu soltei uma risada nasal desacreditada.
[...]
Todos os cabelos que cresceram na cabeça do diretor durante as últimas 2 semanas tinham acabado de cair assim que ele pegou meu boletim.
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- Eu tenho perguntas... - Ele sussurrou com uma careta.
- Foi o Nolan. - Me apressei a explicar o desenho com um sorriso apreensivo.
O Nolan era vingativo, e sinceramente, eu não sabia se podia culpar ele depois de desenhar uma piroca na foto do boletim dele.
A Niani recebeu um desenho de uma tiara de princesa.
- Eu tenho medo que com essas notas você não consiga passar de ano. - Me lançou um olhar preocupado.
- Mas você é meu tio, não pode fazer uma macumba no meu boletim e me fazer passar? - Protestei.
- Posso. - Sorriu. - Mas não vou.
- Por quê? - Afundei na cadeira de couro.
- Eu quero que você passe de ano por mérito próprio. - Deu de ombros. - Você quer realmente ter que repetir de ano?
- Prefiro pedir pra Deus me levar de arrasta. - Revirei os olhos.
- É otimista da sua parte pensar que você vai pro céu. - Ergueu as sobrancelhas.
Eu abri a boca ofendida e chocada, mas depois fechei a mesma percebendo que ele estava mais que certo.
- Heaven, você apenas vai herdar a sua fortuna se passar de ano. - Contou apreensivo e eu franzi as sobrancelhas arregalando os olhos.
- Pera aí. - Ergui a minha mão, o choque me fazendo quase levantar. - Fortuna?
- Os seus pais deixaram uma fortuna pra você e eu tenho adicionado cada vez mais dinheiro todo mês. - Falou como se fosse óbvio. - É capaz de você ser a pessoa mais rica dessa escola.
Um sorriso diabólico se estendeu pelo meu rosto, pensando em toda a maconha que eu ia comprar.
- Mas você apenas vai herdar tudo quando terminar o ensino médio. - Avisou. - E com as notas que você tem...
- E se eu te passar um cheque embaixo da mesa, você pode me fazer passar de ano? - Sugeri com um pequeno sorriso angelical.
O diretor apenas sorriu gentilmente e negou com a cabeça, fazendo o meu sorriso cair.
- Você já começou a olhar algumas faculdades? - Questionou e eu semicerrei o olhar para ele.
- Me faz passar de ano e aí eu te conto. - Cruzei os braços.
