Heaven Quinn
- Sente-se.
Me sentei na minha cadeira favorita, colocando uma expressão angelical no meu rosto.
É o que eles dizem, né? Carinha de anjo pra esconder que é o próprio demônio.
- Eu tive um sonho revelador hoje. - Menti.
- E o que você sonhou? - O meu tio questionou, juntando as suas mãos e colocando as mesmas embaixo do queixo enquanto me encarava com atenção. O anel de família no seu mindinho brilhou, atraindo o meu olhar até ele.
- Que eu deveria começar o meu negócio. - Sorri angelicalmente.
- Isso seria ótimo. Manteria a sua mente diabólica ocupada. - Fez gracinha e o meu sorriso caiu. - O que você venderia? - A pergunta fez uma expressão divertida aparecer no meu rosto.
- Drogas. - Falei e os olhos do meu tio se arregalaram.
Eu soltei uma risada, me aconchegando na cadeira, as minhas costas contra o apoio para braços e as minhas pernas em cima do outro apoio.
O meu tio me encarou por longos segundos enquanto eu ria, um sorriso suave sem dentes se formando nos seus lábios.
- Sabe... - Ele parou de falar, desviando o olhar para a sua mesa e piscando algumas vezes antes de negar com a cabeça.
- O quê? - Perguntei, brincando com a correntinha do James.
- Você ainda tem o mesmo sorriso que você tinha quando era uma criança. - Ele contou, sorrindo levemente.
- O meu pai costumava dizer isso. - Falei quase sem pensar.
Eu pisquei, tentando ignorar a dor que parecia cortar o meu coração em pequenos pedaços.
- Você é tão parecida com a sua mãe. - Ele soltou, o seu olhar carinhoso e melancólico fixo no meu rosto. - Em tudo...
- Não fala isso... - Pedi, me forçando a manter o contato visual. - Eu não sou a minha mãe. Eu sou eu.
O meu tio franziu as sobrancelhas, tentando processar o que eu tinha acabado de dizer.
Eu levei a cruz da correntinha do James até os meus lábios, passando ela de um canto da boca para o outro lentamente, tentando me confortar com esse pequeno movimento.
Se o James estivesse aqui ele saberia como me confortar. Ele saberia o que dizer.
- Eu lembro que ela uma vez me disse que ela nunca achou que fosse realmente bonita até que viu os traços dela em você. - Ele soltou com a voz fraca e o olhar baixo, me fazendo cerrar a mandíbula enquanto ele girava o anel de família no dedo.
Quem diria que palavras tão suaves poderiam cortar tão profundamente.
- Para. - Falei entredentes. - Por favor. Não tente me convencer que eu estou errada. Que ela não foi o monstro que me criou.
- Ela não era um monstro-
- Ela pode não ter sido um monstro pra você, mas ela com certeza foi pra mim! - Cortei o meu tio, o seu olhar desamparado me observando atentamente. - Ela me destruiu. Ela me transformou nesse ser humano deformado e impossível de consertar.
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O Inocente Aluno Novo
Teen FictionHeaven Quinn é uma garota problemática, que parece ignorar o fato que está em um Colégio Interno Católico e comete todo e qualquer pecado que lhe é apresentado. Se metendo em constantes encrencas, quem diria que isso lhe levaria a conhecer o inocent...