Heaven Quinn
- Você pode checar na Niani depois? - O Nolan sussurrou do meu lado.
- Por quê? O que que aconteceu? - Perguntei preocupada, largando a canetinha na hora.
Ele olhou em volta no refeitório, meio desconfortável e com medo que alguém escutasse, apesar de todo mundo estar ocupado demais fazendo a decoração, depois do terror que eu botei em todos.
- Hoje é o dia da carta. - Falou simples e eu não precisava escutar mais nada para entender.
O dia da carta era o dia que todos alunos do colégio recebiam cartas dos pais ou dos familiares que foram enviadas durante a semana.
Era uma felicidade para muitos e uma desgraça pra outros.
Eu nunca recebi uma carta, por motivos óbvios, já que os meus pais estão dançando no inferno.
Mas o Nolan e a Niani recebiam uma carta cada sempre.
Eles não tinham os melhores pais e o Nolan sabia lidar com isso, mas a Niani...
Todo dia da carta, era como ver alguém pisar no coração dela e não poder fazer nada.
- Eu vou. - Prometi para o Nolan e ele sorriu, apesar da tensão nos seus ombros. - Prometo.
[...]
Eu sentia que eu estava sendo perseguida, e eu sabia por quem.
Ken.
Macho escroto quando é rejeitado vira um demônio.
Virando a cabeça pra trás frequentemente, checando o corredor que eu estava, eu nem percebi quando esbarrei com tudo em alguém, nos jogando pro chão e praticamente quebrando meus dentes na testa da pessoa.
A queda foi feia, fazendo um barulho enorme e me deixando em cima da pessoa.
- Tem AK47 nessa cabeça, caralho? - Falei sem antes ver quem era, começando a me sentar e pegando na minha boca que levou a pancada.
E agora como que eu vou abençoar gente com o meu beijo?
- Então você vai ignorar que a queda foi sua culpa? - A voz do James soou com indignação.
- Você não tem olho não? - Encarei ele brava, só pra perceber que ele estava sem óculos.
Eu provavelmente destrui os óculos dele na queda.
Me sentei melhor, percebendo então que eu estava no colo dele.
Eu realmente não podia culpar a Aubrey.
O colo dele é bem confortável.
Os olhos do James se arregalaram e ele se sentou também, aproximando o seu rosto do meu e me fazendo notar finalmente o que tinha de errado com os seus olhos.
Os seus olhos não era verdes.
Pelo menos, não apenas verdes.
Os olhos dele eram uma mistura das cores azul e verde.
As suas pupilas dilatadas se focavam na minha boca e eu me ajeitei no colo dele, o que só fez ele fechar os olhos com força na hora.
- Meu pequeno diabo, a sua boca tá sangrando. - Falou encarando o meu lábio inferior.
- Você quer beijar ela pra ver se cura? - Provoquei inclinando a cabeça para o lado.
Os seus olhos, que eu tinha acabado de descobrir que não eram apenas azuis, nem apenas verdes, mas os dois, apenas me faziam querer permanecer mais tempo encarando o James.
- Heaven? James? - A voz preocupada do Nolan soou no fundo do corredor, seguida de passos apressados. - Meu deus, o colégio inteiro escutou um estrondo tão alto que eu achei que era tiroteio. Por favor, me fala que você não quebrou a costela de outro jogador de futebol. - Quase implorou, nos encarando com os olhos agitados.
Eu revirei os olhos, começando a tentar me levantar e o Nolan se apressou a me ajudar, para logo depois ajudar o James a levantar também.
Ouvi alguém correndo até nós e eu presumi que era um outro fofoqueiro.
O James franziu as sobrancelhas para a pessoa atrás de mim, o seu corpo ficando tenso, o que me fez estranhar, mas eu apenas me virei para falar com o Nolan.
A pessoa atrás de mim, me prendeu pela cintura, me puxando contra ela e apertando a minha bunda com força.
Me desvencilhei da pessoa, com nojo e ódio, acertando um soco no meio da sua cara.
Ken.
Filho da puta.
Ele segurou o nariz, mas não rápido o suficiente pra eu não ver o sangue escorrendo do mesmo.
A minha mão provavelmente estava suja do seu sangue também.
Os seus olhos azuis se voltaram pra mim e era pura raiva e ira neles.
O Ken se aproximou de mim, fechando os punhos e semicerrando os olhos.
O seu corpo tenso gritava que ele iria me acertar e seria feio.
continua...
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O Inocente Aluno Novo
Teen FictionHeaven Quinn é uma garota problemática, que parece ignorar o fato que está em um Colégio Interno Católico e comete todo e qualquer pecado que lhe é apresentado. Se metendo em constantes encrencas, quem diria que isso lhe levaria a conhecer o inocent...