65_ É tudo, senhorita Quinn.

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Heaven Quinn

- Feliz aniversário, anjinho puro e inocente. - O Nolan desejou, um sorriso gigante no seu rosto enquanto ele colocava o seu braço sobre os meus ombros.

- Já enviei minha lista de presentes pro seu dormitório. - Lancei um sorriso de volta pra ele, continuando a andar.

- Eu não vou te comprar uma ilha. - Ele protestou indignado e eu tirei o sorriso do rosto na hora.

- Você é rico! - Semicerrei os olhos. - Você e a Niani viajam em jatinhos diferentes pra caso de algum deles cair, os seus pais ainda terem herdeiro.

- Você é ainda mais rica. - Argumentou de volta. - Nem tem competição pra herança, ficou com ela toda.

Empurrei o braço do Nolan pra longe, olhando feio pra ele.

- Sem ilha, sem conversa. - Falei, antes de lançar um olhar de canto pra ele. - Vou pedir a ilha pro James.

O James nem deve saber que hoje é meu aniversário.

- Larga de pedir coisa pro meu amorzinho. - O Nolan olhou feio pra mim e eu sorri dando de ombros.

Assim que viramos o corredor do escritório do diretor, o Nolan travou, o seu olhar pulando pra mim de imediato. Tinha algo no seu olhar que eu não conseguia exatamente identificar, o que me fez franzir os olhos.

- Ele te chamou? - Perguntou com um tom de preocupação.

- Você não foi a única pessoa que eu pedi uma ilha de presente. - Brinquei, tentando me livrar da sensação ruim no meu estômago.

Algo estava prestes a dar terrivelmente errado, eu apenas não sabia o quê ou como.

O Nolan assentiu, me oferecendo um sorriso fraco antes de ir embora. Eu caminhei até a porta do diretor, travando quando a mesma abriu, quase me batendo.

Niani.

Eu sorri pra Niani, pronta pra contar o que aconteceu com o James e como ela estava certa, como sempre.

O meu sorriso caiu, o meu olhar fixo nos os envelopes vermelhos na mão dela.

As cartas da mãe dela.

As cartas que eu não consegui encontrar nas últimas semanas.

Voltei a minha atenção pro rosto dela quase em desespero, o olhar que ela estava me lançando fazendo a minha garganta fechar. Ela sabe. Como ela pode saber?

O quê deu errado?

A Niani passou por mim sem falar nada, o seu ombro batendo no meu.

Dentro da sala, o meu tio estava sentado no sofá perto da janela, a sua mão cobrindo a sua boca com força e o seu olhar fixo no chão. Nem mesmo quando eu fechei a porta atrás de mim, ele ergueu o olhar pra mim. Desviei o olhar para a mesa de centro entre os sofás, encontrando uma pequena caixa sobre a superfície, acompanhada de um papel. Voltei a minha atenção para o meu tio, finalmente encontrando o seu olhar sobre mim.

Algo nos seus olhos azuis fez o meu estômago revirar e eu franzi as sobrancelhas confusa. Tinha tanto no seu olhar que eu não conseguia entender. Era como se ele estivesse decidindo algo.

Ele afastou a mão do rosto e gesticulou para o outro sofá, me convidando a sentar. Eu esperei que ele falasse alguma coisa, mas ele não disse mais nada. Sentei no sofá, perfeitamente na frente do meu tio. Quase sem querer, eu li o que estava escrito no papel do lado da caixa:

"Eu apenas quero o melhor para você. Que você seja feliz de novo."

Eu continuei olhando para o papel, me recusando a encarar o meu tio apesar do seu olhar me queimando. A caixa era pequena, com tamanho suficiente apenas para brincos ou um anel. Arregalei os olhos, desviando a minha atenção para a mão do meu tio. O anel de família tinha desaparecido do seu mindinho. O anel da minha mãe.

O Inocente Aluno NovoOnde histórias criam vida. Descubra agora