— [Nome] é verdade que você está namorando o Hawks?
Tenho certeza que a careta que fiz quando Hagakure se aproximou junto das outras garotas da classe foi instantânea. Estava enfim cumprindo a minha promessa de as visitar no dormitório e essa foi a primeira coisa que me disseram.
Naquela noite, quando eu me encontrei com o herói e acabamos num restaurante, enquanto tínhamos uma refeição até que tranquila e agradável. Muitas fotos e especulações aconteciam do lado de fora.
"Quem é o encontro secreto de Hawks? Será que o herói encontrou o amor?"
Os tabloides foram a loucura no dia seguinte, isso porque supostamente ele teria deixado seu trabalho na agência de modelos para ter essa noite "romântica". Não tinha o rosto escondido nem nada, mas as vestes de civis me fazia uma pessoa também normal no meio deles. O angulo das imagens não mostrava completamente meu rosto, então havia uma dúvida pairando sobre a maioria das pessoas.
Mas não para as alunas que passavam uma boa parte do tempo comigo, e que me viram chegar naquela noite.
Respirei fundo — Somos amigos. Nos encontramos por coincidência, e jantamos, foi só isso.
— Eh, mas parecia tão romântico — Mina reclamou.
— Sim, sim! E o Hawks também não negou quando foram entrevistar ele! — Hagakure segurou no meu braço parecendo animada — Vocês fazem um casal tão bonito!
Aquele idiota alado a cada dia provava que tinha um cérebro também condizente com o de um pássaro. Só estava tornando as coisas cada vez mais difíceis, e quando tentei falar com ele para desmentir, fingiu qualquer desculpa. Claramente se aproveitando demais da situação.
— Mas é mentira — me mantive firme na resposta.
— Deixem [Nome] em paz — Momo se aproximou com chá —, devem acreditar em suas palavras.
— Ela também está morando na escola não torna as coisas mais difíceis? — Jiro que intercedeu a meu favor dessa vez.
— Só se for um relacionamento a distância — Asui completou.
— Parece um roteiro de filme.
Até mesmo Uraraka se juntou a conversa, puxei a cadeira e agradeci Momo que pedia desculpas pelo olhar. Os garotos deviam estar espalhados pela casa, e os pouco que vi apenas acenaram e também sumiram.
A maioria deles devia estar aproveitando o tempo extra para treinar, pelo menos é o que Katsuki me disse que ia fazer, uma vez que a prova da licença provisória está cada vez mais perto.
— [Nome] já que você diz que não está namorando o Hawks, já teve algum namorado? E o seu primeiro amor?
— Desde quando essa conversa se tornou sobre a minha vida amorosa? — questionei mantendo os olhos na xícara.
— Não seja chata, divida um pouco de experiência — Mina se deitou na mesa esticando os braços.
Levantei a mão para a orelha, esfregando ela de leve — Não tenho muito o que dividir com vocês, e acho que no momento deviam se preocupar mais com desenvolver suas habilidades.
— Ne, Ne, [Nome]-san você ficou vermelha. Se você contar, prometo que todas vamos passar na licença provisória!
— Não é bom fazer promessas com o nome dos outros Hagakure.
Jiro reclamou, mas no fundo sabia pelos olharem ansiosos que queriam de verdade saber. Também não as podia culpar. Tantas coisas ruins aconteceram desde que ingressaram na U.A que se permitir sonhar com esse tipo de fantasia é uma conquista.
Olhei envolta, não tinha ninguém além das garotas. Encostei na cadeira e cruzei os braços.
— Sim, eu já tive um namorado, faz uns dois anos. Era o ajudante de um detetive que trabalha diretamente com a Genius Office, durou alguns meses até ele receber uma proposta de estudar fora do país.
— Você amava ele? — Uraraka perguntou segurando as mãos firmes contra o peito, os olhos brilhantes pareciam simpatizar com uma dor não existente.
Resmunguei e tombei a cabeça para trás — Olhando para trás, não sei se podia chamar de amor. Eu gostava dele, mas nunca dissemos aquelas três palavras, me sinto até um pouco mal. Acho que acabamos nos usando como um apoio emocional mais do que qualquer coisa.
A partir dessa primeira confissão, as garotas perguntaram tudo que veio a mente. Respondi o que eu podia, e o restante deixei para suas mentes imaginar. A conversa não se estendeu por tanto tempo uma vez que os meninos começaram a chegar, eu também já havia ficado mais tempo do que o planejado.
Shoto também me cumprimentou quando passou, perguntando se eu estava bem. Sua presença, me fez realizar algo sobre todos os questionamentos românticos que foram feitos. Talvez Touya tenha sido meu primeiro amor, brigamos, mas no fim sempre ficamos juntos.
Se ele estivesse vivo, e bem. Será que minhas respostas hoje seriam diferentes? Provavelmente nem estaria conversando com essas garotas, já que um dos motivos de eu querer ser uma professora foi o perder.
— [Nome] — Katsuki se aproximou curvado para frente com as mãos no bolso —, quero falar com você.
Ele não gritou, por incrível que pareça, já estava na hora de ir embora mesmo. Me despedi das meninas e segui o loiro para fora do alojamento.
— Você está ausente esses dias — disse quando saímos. O sol começava a se por deixando os tons alaranjados borrando o horizonte numa linha.
— Estou com um trabalho fora da escola — respondi —, e Aizawa me pediu para ajudar outro aluno. Por isso não estou acompanhando muito vocês.
— Que aluno?
— É um segredo — coloquei a mão na boca apenas para ser alvo das suas indignações. Depois de reclamar sobre como eu me atrevo a esconder algo dele, Katsuki se acalmou e se meus ouvidos não me traíram o escutei suspirar.
— É verdade? Sobre você é aquela galinha vermelha?
O aluno definitivamente não tinha cara de quem ligava para esse tipo de notícia, abri a boca sem ter o que falar realmente. Essa é a sua verdadeira preocupação.
Me permiti rir da situação — Não é. Mas se fosse o que você faria?
— Ah? Só porque ele é o herói número 3 não quer dizer que pode ficar brincando com você por aí. Sabe a quantidade de rumor que saí sobre ele?
— Eu sei, mas você saber é uma surpresa. Não achei que era um fofoqueiro.
— Não é fofoca! — gritou com as mãos em posição para me atacar — Se vou ser o número um preciso saber dos meus concorrentes! E aquele cara está no meio!
Desviei do seu ataque rindo, e virei colocando o braço sobre seu ombro e encostando a cabeça na sua. Mesmo que a contra gosto — Obrigada pela preocupação, e não precisa ficar com ciúmes.
— Me solta cronômetro de parede! Não é nenhum dos dois!
— Então, por que você está vermelho? — apertei sua bochecha.
— Morre [Nome]!
N/A: Não morre não! É só jeito dele falar.
Capítulo de transição, levinho, com a querida se aproximando das garotas da U.A. E um ciuminho do projeto de irmão.
Obrigada por ler até aqui!
Até mais, Xx!
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Litō - (Dabi x [Nome] x Hawks)
Fanfiction◬ NÃO É TRISAL • 🥇 1° em Touya • Dezembro/23 Litō (do latin) - fazer um sacrifício aceitável - Ter uma habilidade que controla o tempo poderia ser considerado sorte, mas não ajudou [Nome] a evitar a perda de pessoas importantes. Treinar para evol...