🗡️ 26. O Que Vem Depois? 🗡️

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chrispires26
Toda sua florzinha 😍❣️

Escrita com
Carolleite26 ❤️✨

Victoria: Lógico que quer, eu vejo isso - sorri sem vontade - já te falei, não precisa usar desculpas, eu já entendi Heriberto e vou me cuidar, não se preocupe - peguei a minha bolsa - não precisamos conversar, você me deu a porção antes de questionar as minhas vontades, tem feito isso todas as vezes. Sempre foi a ligação com essa fada, nunca foi comigo - balancei a cabeça sem vontade - boa tarde - falei e fui para a sala pegar alguns livros.

Heriberto: Não é o momento - falei baixo e sai para dar as aulas que restavam. Não conseguia me concentrar pensando na Vicky, o que me deixava mais inquieto era o Nicolas, o que ele disse "me mataram na sua frente e não fez nada para me ajudar" ficava repetindo em minha cabeça sem parar, dispensei toda a sala pedindo um extenso trabalho sobre trasgos e as poções que poderiam ser feitas com seus órgãos. Talvez fosse um erro, só que teria que arriscar, então me dirigi para a entrada das catacumbas, guardei minha varinha sua luminosidade não seria suficiente, acendi uma chama em minhas mãos assim poderia controlar sua densidade para o caso de uma emergência.

Peguei minha bolsa e sai de lá, fui para fora do castelo, o mais escondido possível. Fechei os meus olhos imaginando o meu lugar e quando os abri estava lá. Entrei, fechei a porta e fui direto para o escritório estudar os livros que havia tirado daquele lugar.

Nas Catacumbas...

Descia as escadas lentamente, o cheiro da morte carregava o ar mesmo tendo passado tantos anos, a umidade aumentava o frio, podia ouvir as vozes suplicando por suas vidas, outras jurando vingança, conseguia sentir o rancor, o ódio impregnando tudo. Tive que aumentar as chamas para enxergar melhor, podendo perceber que o lugar era visitado com frequência. Algumas criaturas tentaram me atacar sendo necessário queimá-las, vi alguns escombros recentes, me aproximei encontrando um medalhão que ao abrir vi a foto da Marcela carregando Nicolas ainda bebê, era a certeza que ele esteve ali, segui os rastros de sangue que levaram aos restos de um corpo, me ajoelhei tocando os trapos, chorei, conhecia quem era pelo brasão da nossa família. Olhava para os restos do meu irmão, desejei que tudo fosse diferente, guardei seus ossos junto com seu anel, ele merecia um sepultamento digno do que ficar ali, na verdade todos mereciam. Guardei os restos dos que consegui encontrar o que foram muitos, cada vez era atacado por mais criaturas, suas vozes ficando mais e mais alta, o frio aumentando, o que me deixava cansado, caí por diversas vezes ao me defender, me machucando ainda mais. Permanecer ali era demasiado arriscado, nem minhas chamas dariam conta das milhares de criaturas que vinham em minha direção. Corri para fora sem olhar para trás, assim que saí aparatei na floresta, era noite e mesmo cansado, machucado comecei a cavar fazendo os sepultamentos, não sabia seus nomes, nem quem eram suas famílias para ao menos devolver os pertences que encontrei. Ao menos pude dar um descanso para eles, estava amanhecendo quando voltei para a escola.

Após terminar tudo guardei as minhas coisas e voltei para a escola. Era quase hora do jantar, entrei bem a tempo de ver todos indo para o refeitório. Não vi o Heriberto em momento algum e assim foi durante aquela noite, ele não voltou para casa. Passei toda aquela noite sem conseguir fechar os olhos, por minha cabeça passavam-se tantas possibilidades e eu não sabia qual delas poderia ser real. O dia estava amanhecendo quando ouvi a porta do quarto abrir e ele entrar.

Victoria: Onde você estava Heriberto? Aonde passou toda a maldita noite? Cansou da idiota aqui? - estava com os olhos inchados de tanto chorar.

Heriberto: Eu preciso de um banho - estava todo sujo das catacumbas e de fazer buracos na floresta, achei que cavando com as próprias mãos seria uma forma de reparar o mal que minha família causou - essa pergunta eu que deveria estar fazendo - coloquei o medalhão e o anel deixando na mesinha que tinha no quarto. Entrei no banheiro tirei toda a roupa a queimando, olhei todo meu corpo no espelho procurando por feridas ou algo que pudesse indicar alguma criatura em mim, somente hematomas, arranhões e as bolhas nas mãos.

Victoria: Não me vire as costas, não fuja de mim, me enfrente, fale a verdade - entrei no banheiro furiosa - saiu depois de nós discutirmos e não voltou, se fosse ao contrário o que iria pensar? Hum? Eu não sou idiota Heriberto, não sou e não vou permitir que brinque com os meus sentimentos. Me fala - esbravejei furiosa.

Heriberto: Passei a madrugada sepultando os ossos que retirei das catacumbas.

Victoria: Claro! Seu idiota - avancei batendo nele - não passou por essa sua estúpida cabeça que poderia ter morrido, me deixado sozinha... idiota... idiota - me afastei dele chorando - não, não toque em mim - saí do banheiro batendo a porta com força. Tirei aquela roupa e logo vesti outra, iria sair dali.

Tomei meu banho esfregando fortemente o meu corpo querendo tirar não somente a terra, o que fosse das catacumbas, assim que terminei passei emplasto nos ferimentos que mais precisavam de atenção, fui para o quarto enrolado na toalha e a vi se arrumando.

Heriberto: Precisava ter a certeza de que o Nicolas esteve lá.

Victoria: Precisava? Precisava me desestruturar dessa forma, enlouquecer o meu psicológico, me deixar aqui sem saber onde você estava, se estava vivo. Mas claro, é o todo poderoso do clã. Você só pensa em você e foda-se o resto... é assim que você quer ter uma família, ah esqueci, isso não existirá entre nós dois... não está preparado para isso... temos muitas responsabilidades - fechei a bolsa e lhe olhei - estou indo para casa professor - joguei na cama o envelope que recebi na noite anterior.

Heriberto: Nicolas disse algo que precisava investigar, não pensei, apenas fui até lá e você nem estava aqui, não sou o todo poderoso do clã porque se fosse não teria permitido que meu pai matasse o meu irmão, está colocando palavras em minha boca. Eu disse que quero uma família com você, não entende, tem o mundo em suas mãos, não precisa ir é a nossa primeira briga, vamos conversar e resolver - peguei o envelope sem abrir - o que é isso?

Victoria: Claro, só agiu sem pensar. Acontece que fez um voto e se não estava disposto a pensar em mim, que não fizesse. Você não está sozinho, tem uma esposa. Se te acontecesse alguma coisa? Chegou a pensar nisso? Você morreria e eu? Como eu ficaria? - o olhei chorando - eu tenho um mundo maravilhoso em minhas mãos, um mundo perfeito - sorri sem vontade - resolver o que? Você fez as suas escolhas, já eu não posso fazer as minhas - sequei o meu rosto - o convite do baile que os seus pais darão em meu aniversário, se é que poderá comparecer.

Heriberto: Nicolas falou que o mataram na minha frente e eu não fiz nada, isso ficou martelando na minha cabeça, não foi minha intenção te preocupar ou morrer naquele lugar - respirei fundo - eu te amo Victoria, pode parecer mentira só que foi a primeira mulher para quem falei, se te pedi em casamento, fiz os votos foi para valer, não da boca para fora, nem levianamente, eu te quero, te desejo, quero uma família. Tem Victoria um mundo maravilhoso, depois que enfrentarmos a nossa família vai poder voar mais alto, me quer lá? - a olhei.

Victoria: Mas preocupou - sequei o meu rosto - não sou eu quem deve querer e sim você, afinal eu sou a sua esposa, não sou? Se não puder ir não se preocupe, estou acostumada com isso. Preciso ir, estão me esperando - peguei a bolsa e fui para a sala.

A vi partir sem ao menos nos despedir, me deitei na cama fechando meus olhos e as imagens vinham, meu irmão morrendo, eu sendo atacado pelas criaturas, fazendo as sepulturas, fiquei ali quieto.

Fui para a sala do diretor, ele abriu o portal e eu passei, acompanhada de um dos vários empregados dos meus pais. Mau coloquei os pés lá já fui fazer as coisas que a minha mãe designava. Se a minha vida era um verdadeiro martírio antes, imagine agora que havia saído da escola brigada com ele e nem sabia como ficariam as coisas depois. O dia foi uma tremenda tortura, agradeci quando anoiteceu e eu pude me esconder em meu quarto. Naquele momento pensei na fadinha, em lhe chamar para ficar comigo, me sentia tão sozinha. Mas não poderia, seria lhe colocar em um extremo perigo. Tomei um banho, vesti uma roupa quente e fui para o telhado da casa, era lá que eu gostava de me esconder e muitas vezes o meu pai me fazia companhia, o que era meio estranho. Meu pai aparentava ser uma coisa totalmente diferente da minha mãe quando não estava na frente dela e era isso que me confundia muito. Olhei para o céu e fechei os meus olhos sentindo as lágrimas saírem por meu rosto.

Continua...

Um 🗡️oque De Mag🧚🏻‍♂️🧚🏻‍♀️a - Victoria y Heriberto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora