Capítulo 2

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— Mamãe, acorda, você pode me ajudar com o café da manhã? _ escuto a voz de Bia, minha cabeça dói, mas não mais que meu corpo

— Já estou indo, querida, termine de se arrumar, a van logo vem buscar você

 _ ouço seus passos para fora do meu quarto, e me forço a levantar, vou direto para o espelho, minha bochecha está roxa, e meu lábio cortado, mas o estrago no meu corpo é maior, todo dolorido, sento para fazer xixi, e arde

tomo uma ducha rápida, e vou ainda de roupão preparar o lanche de Bia, ela vem até a cozinha, se senta na bancada de mármore

— Mamãe, o que houve com seu rosto? _ ela pergunta tocando meu rosto, seus olhinhos ficam vermelhos, e cheios de lágrimas

— Não foi nada querida, eu cai, no banheiro, escorreguei no sabão _ suas lágrimas escorrem

 sirvo seu cereal com leite, e um copo de suco de morango para mim, e me sento devagar, para não mostrar a Bia que tem mais alguma coisa de errado, assisto minha filha comer;

 limpando as lágrimas que escorriam silenciosas, ela nem termina e vai ao seu quarto escovar os dentes e pegar seu material, e se senta no sofá, ouço a buzina da van, ela se levanta, me dá um beijo e sai, sem dizer nada

— Meu Deus, me ajuda! _ assim que ela sai, eu solto tudo que está preso, e desabo no chão, em posição fetal, eu não aguento mais, após chorar mais uma vez, me levanto e faço meus afazeres

a casa pé grande, e preciso me apressar, ele vem para o almoço, e não tolera atrasos, ele é engenheiro chefe em uma empresa renomada aqui no rio, e vem almoçar todos os dias, bom quase, já que esporadicamente, tem algum almoço de negócios

a casa é localizada em um condomínio de luxo, termino o almoço a tempo, a casa está toda organizada, a tarde só preciso engomar suas camisas

— Olá querida, que cheiro maravilhoso _ ele beija minha bochecha, esquerda, em cia da marca roxa

— Hoje temos um jantar de negócios para ir, por favor, tampe isso, e não se atraze_ assinto e coloco a mesa, e ouço a van de Bia estacionar, ela entra e tira o calçado e deixa na porta

— É aí que deixa Bia? _ Luiz diz em seu tom ríspido, e ela pega seu tênis e guarda no armário ao lado da porta

— Desculpe, papai _ ela diz assim que passa para seu quarto para guardar seu material

ele se senta e espera que nós nos sentemos, eu sirvo ele e Bia, e me sirvo, e comemos juntos, como diariamente tem sido

foi um alívio ao vê-lo sair, ele tem piorado seu comportamento explosivo, tenho medo de um dia ele machucar Bia, na verdade, morro de medo dele, uma vez tentei deixá-lo apanhei tanto que fiquei quase uma semana com febre;

 além dele me ameaçar com sua arma, que fica no cofre em seu escritório

ontem foi um deslize, que costumo não cometer, ele é bruto, mas quando é contrariado é muito pior

chegando a noite, a ansiedade me consome, pois, qualquer palavra ou olhar que ele não goste, minha noite pode não terminar bem

— Está belíssima, amor, espero não ter que bater em nenhum macho que ouse olhar para você _ ele abraça minha cintura, onde ainda está dolorido pela noite de ontem, eu gemo pela dor

— Assim terei que te foder antes mesmo de sair _ rezei para que ele coma e beba tanto que não se sinta inclinado a nada

saímos e deixamos Bia com a babá, uma jovem que é filha de uma das vizinhas, não conheço nenhum de nossos vizinhos, não me dou ao luxo de socializar com ninguém, tenho pavor de que ele pense que estou dando trela para alguém, o ciumes dele é exacerbado

ME AMEOnde histórias criam vida. Descubra agora