Capítulo 9

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Mais uma semana se passou, ainda acordo com medo de estar sonhando, estar tão longe dele, não ouvir mais sua voz e nem sentir seu cheiro de whisky e seu perfume com aroma de café pelo ambiente, estou no céu.

— Como está indo?
_Marina se aproxima juntando seu cabelo castanho em um coque bagunçado

— Tudo bem, as crianças são ótimas, e o planejamento das aulas, bom, pensei que seria mais difícil

_ela se senta ao meu lado na mesa, na sala dos professores, apoia os cotovelos e me encara com um sorriso um tanto ardiloso

— Quero te convidar para um barzinho, noite das garotas? E não aceito não como resposta

_nunca em minha vida, participei de uma noite das garotas, e me preocupo muito com isso, não posso

— Não vai dar, não posso deixar Bia sozinha

_seu sorriso se alarga, no que ela está pensando?

— Josiane é uma ótima babá, e a Bia pode cuidar dela, vamos você precisa sair conosco

_o que faço? Não quero parecer mal-educada, mas não me sinto à vontade para sair em público, evitei por anos, qualquer interação, pensando bem eu preciso aprender a viver, eu nunca soube, respiro fundo pondero muito bem suas palavras, não pode ser tão difícil assim

— Tudo bem, vamos sim

_ agora mesmo estando livre, e não sei como me sinto, ainda é cedo? Talvez eu esteja atropelando as coisas, como direi a ela que mudei de ideia

— Ótimo, a Jô está na secretaria, vai falar com ela

_diz e sai apressada da sala, droga agora não tem mais volta, no caminho até a secretaria passo por pais que estavam a espera para algum atendimento, sorrio sem mostras os dentes, ainda me incomoda as pessoas olhando diretamente para mim

— Oi, Jô, sua mãe me disse que você trabalha como baba?

— Oi, Linda, sim, me ajuda a pagar a faculdade _sentada em frente o computador, ela sorri ao me responder

_Sorrio, a moça linda de cabelos cacheados a minha frente, que faz de um tudo aqui, tem outro emprego, e arruma tempo para estudar

— Estuda o quê? _ indago curiosa, e ela se apoia em seus cotovelos na mesa, onde tem umas pastas

— Psicologia, estou no quarto ano _ linda e esforçada, já imagino a loucura dos estágios

— Parabéns, e hoje você está livre? _ questionei esperando um não, minha coragem acabou quando disse que iria

— Claro, você vai sair com minha mãe? _ela sorri e coloca a mão direita sobre a boca, me deixando curiosa

— Preciso saber alguma coisa? _ela levanta as sobrancelhas com um sorriso arteiro, algo me diz que minha mais nova amiga, pode me surpreender

— Só que você vai se divertir _diz apenas, e eu uso a tarde toda penando sobre sus palavras, será que deixei passar alguma coisa?

_ me arrumando, meus saltos agulha, com uma calça jeans e uma camisa que comprei recentemente, em uma loja frente a escola, me olhando no espelho, parece que não sei como me vestir para um barzinho, na verdade, não sei nada;

 não quero usar meus vestidos que usava para aqueles jantares pomposos, parece ser algo demais

— Mamãe, aonde vai, você demora? _Bia se senta na minha cama com a carinha um tanto triste 

— Filha, não sei onde é, mas não vou demorar, e vou direto te buscar na casa da Marina, olha que legal, você vai à casa da diretora 

_ela sorri, as crianças adoram Marina, sempre trata as crianças com respeito e sabe os nomes de cada uma, as alergias eu respeito muito isso, compromissada com o trabalho, as crianças não são só um número

ME AMEOnde histórias criam vida. Descubra agora