capítulo 11

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Logo cedo o telefone tocou, era Angela a assistente social, tenho que ligar para Luiz, ele exigiu falar com Bia, ela me instruiu a ligar do celular, chamada privada, mesmo que troquei de chip;

O número dele agora está na tela, minhas mãos estão tremendo, é apenas uma ligação, o que ele poderia fazer, do outro lado da linha;

— Mamãe, precisa mesmo ligar pra ele? _Bia está visivelmente com medo, eu sorri, mesmo que meu coração esteja disparado, e minhas mãos geladas, pelo que preciso fazer

— Querida, é só uma ligação, seu pai quer saber como você está, ouvir sua voz

_ela respirou fundo afirmando com um menear
_chamou apenas duas vezes, e ele atendeu, passei o telefone para Bia

— Alô, papai _minha filha está suando, me deixa com o coração doendo vê-la assim

— Estou, sim, sim 

_ela respondeu a alguma indagação dele, então ela sorriu

— Gosto

_alguns segundos, ela me olhou nos olhos

— Ela está _ Bia colocou a mão na boca, e começou a roer uma unha, havia alguns dias que essa mania tinha sumido

— Minha escola? _peguei o celular da mão dela, e levei ao ouvido

— O quê você está perguntando? _ indaguei já sabendo, ele quer saber o nome da escola dela

— Estou com saudade de vocês, volta pra casa, chega dessa birra infantil, quero minha família comigo, em casa _disse ele, nem o reconheci, sereno e sua voz amorosa

— E esse negócio de você me acusar de agressão, sabia que fui intimado? _senti medo pelo tom que usou, pareceu ameaçador pra mim

— É só você assinar o divórcio e me deixar em paz _ disse em súplica

— Você é minha mulher, e Bia é minha filha, não vou abrir mão de vocês _ sua respiração pareceu descompensada

— Preciso de uma conta de banco, como tem alimentado e vestido minha filha?

_ pensei um pouco, engolindo meu nervosismo, ele já aflorou tantos sentimentos em mim, mesmo por telefone ainda me intimida

— Vou abrir uma conta no banco, depois te mando por mensagem
_respondi querendo encerrar a ligação

— Sabe que não vai poder se esconder de mim pra sempre, eu tenho direito de ver a Bia _ meu coração acelerou tanto que minha respiração falhou, e fiquei tonta

— Fale com a minha advogada _ respondi e desliguei o aparelho, o coloquei na mesa e me sentei, se não fizesse cairia, tantas vezes pensei em como responderia, foi a primeira vez em anos

— Mamãe, você está bem? _ a voz de Bia me trouxe de volta para o presente, olhei minha filha e ela estava com os olhinhos cheios de lágrimas, e eu fiquei com o coração apertado

— Tudo bem filha, vamos nos arrumar, teremos um dia divertido hoje_ me levantei, ainda em choque, mas Bia não precisa saber disso

Ficamos prontas, Bia estava ansiosa, e era ainda duas e meia, ouvi o som do carro de Gael, olhei pela janela e seu sorriso segurou meu olhar;

 vi seus olhos azuis e o brilho fez meu coração errar uma batida, sorri e corri para a porta, ansiosa para ver os três

— Oi, não vim muito cedo, né? _perguntou receoso, e eu sorri, seu olhar pareceu preocupado

— Já estamos prontas, só vou passar um batom _ disse e seguia para meu quarto

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