Capítulo 12

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Não dormi, passei a noite em claro, eu o beijei, devo ter enlouquecido, no que estava passando?

Passei dez anos com uma mistura de ódio, raiva e medo, muito medo

Depois que Bia nasceu, ele se transformou, chegou a sugerir um aborto, mas eu jamais faria, os ciúmes que ele demonstrava aumentou desproporcionalmente

No começo pensei ser normal, que ele voltaria a ser como antes, apesar que ele sempre mostrou ser inclinado a ser violento, eu só ser burra demais para perceber

Essa é a minha chance de reescrever minha história a meu gosto, mesmo ainda sentindo as mãos de Luiz em meu corpo às vezes, não me lembro de ser tratada com tanto respeito, como Gael me trata

— Mamãe, está derramando o leite _ me servia uma xícara de café com leite, mas a mesma transbordou

— Desculpe _ pedi e peguei o pano para limpar

— Pelo que, mamãe, não aconteceu nada _ velhos hábitos não morrem, Bia estava sorrindo

Depois do café da manhã jogamos um pouco de xadrez, em seguida fomos nos arrumar, Bia ficou tão feliz em saber que veríamos Isa e Isaac de novo

A ansiedade foi a minha companhia toda noite, e também essa manhã, Gael espera mais de mim, não sei como agir, nem o que fazer

A buzina da Hilux do Gael tocou alto na rua, meu coração não sabia se acelerava ou se apertava, saímos e ele esperava encostado no portão, bonito como sempre, suas tatuagens, o sol reluzindo em sua pele branca desenhada, acompanhado com dois dos mais enormes sorrisos

— Olá, meninas estão prontas para provar a lasanha do chefe Gael? _eu sorri, quando ele fez reverência como se estivesse se apresentando

— Seu pai cozinha? _ Bia indagou ao abrir o portão, encarando Isaac

— Sim, e está nos ensinando também _ respondeu orgulhoso, e eu não consigo parar de sorrir. Gael piscou pra mim, e me chamou com um leve aceno de mão esquerda

— Tudo bem? _ perguntou assim que me aproximei

— Sim, tudo bem! _ respondi, meio se jeito

— Então, vamos? _ Bia já subia no carro, então isso era pra mim

Apenas assenti e entrei no carro, tocava
Uma música do Cristiano Araújo, não reconheço, mas era: você vai ficar em mim, pode crer, não dá pra esquecer,

Me lembro desse cantor, me lembro quando morreu, houve uma grande comoção, Luiz não gostava de música em casa, eu até ouvia às vezes, mas bem escondida

— O que vamos fazer hoje? _ observei Bia indagar Isa, que colocou o dedinho na bochecha, como se estivesse pensando, uma fofa

— Podemos andar a cavalo, e ir até a cachoeira, vamos papai? _ olhei para Gael que estava com um enorme sorriso, olhando pelo retrovisor

— Podemos, sim, tem um parreiral e uns pés de jabuticaba, devem estar carregados_ uhmm foi o que ouvimos, os três se animaram com a informação, o caminho todo eles riam, falavam e falavam, esse som de crianças se divertindo, sempre almejei isso

— E podemos pegar as frutas assim? _ questionei, Gael, ele estava esperando seu portão eletrônico abrir para entrar e estacionar

— Podemos, sim, é de um amigo, ele não se importa, contando que não destruamos nada _ ele estacionou, e os três desceram rápido, e correram para o estábulo

_Gael desceu, e. Se virou para trás, pareceu esquecer algo

— Pode pegar minha carteira no porta-luvas, esqueci no carro_ eu que estava ainda com a porta aberta, me virei e abri, o susto que levei, havia uma arma, em um coldre, meu Deus, onde fui me meter? Peguei a carteira e entrei na casa

ME AMEOnde histórias criam vida. Descubra agora