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DOIS EM UM.

Lisa riu, como se fosse uma piada engraçada.

— Essa foi boa, John! Adoro suas piadas.

Realmente, ela achava que era uma piada. Ah, pronto. Agora que a gente era expulso daquela casa mesmo, ou pelo menos meu pai. Ele só falava merda. Eu e Christian trocamos olhares boquiabertos ainda chocados com a informação.

— Já chega, não é John? - minha mãe o cutucou - Está constrangendo as pessoas.

— Pai... eu não entendi.

— O que você não entendeu, querida? Eu disse que eu aceito se vocês forem se casar.

Eu e Christian demos uma risadinha, eu não entendi muito bem o motivo daquilo, mas quis rir também.

— Do que vocês estão rindo hein, seus safadinhos?

— De nada. Da sua piada. - Christian falou.

— Isso não foi uma piada, rapazinho! 

— Não?

— Não! Você achou que fosse?

— Pai...

Tentei chutar o pé dele por debaixo da mesa, mas estava muito longe.

— Vocês formariam um belo casal, não acha Lisa? Não estou insinuando que eles vão ficar juntos de fato, mas eles poderiam.

— É... é! Formariam um belo casal sim, tenho certeza de que Aurora é uma ótima menina. - Lisa sorriu.

Por que ele tinha que estragar tudo? Eu sabia que isso não ia dar certo. Eu nem deveria ter contado do jantar para ele, e se Christian me perguntasse porque não aparecemos eu usaria qualquer desculpa, até que fui retirada da sala de aula e tive que limpar o banheiro.

A todo lugar que meu pai ia, ele tinha que falar alguma merda sobre mim, fosse nas melhores das intenções, tipo, fazer alguma graça ou alegrar ou até mesmo alegrar o lugar, porém ele acabava me constrangendo, e eu era a única que ficava triste. Um dia mesmo, quando eu tinha 9 anos, estávamos em um churrasco na casa de um amigo do meu pai, quando um casal que estava lá brigou, e ele decidiu contar uma "historinha" para alegrar o clima.

Eu gostava de um dos filhos dos amigos do meu pai nessa época, e ele era dois anos mais velho que eu, ele já tinha onze anos. Os pais desse garoto estavam no churrasco, e ele estava ouvindo a história. Meu pai literalmente expôs para todo mundo uma história que tinha acontecido comigo na escola, e que por sinal era muito constrangedora. Eu nunca contara essa história para ninguém, nem para Hannah.

Eu tinha 8 anos na época que a história aconteceu, e foi muito traumático para mim, mas meu pai via isso como uma história engraçada. "Apenas o dia em que ela apanhou de um garoto pela primeira vez." Ele falava aquilo como se eu fosse apanhar de mais garotos na vida, como se eles fossem me machucar, como se ele apoiasse isso.

Eu estava na sala fazendo desenhos no meu caderno de desenhos, eu estava junto da minha antiga amiga brasileira, o nome dela era Catharine. Estávamos pintando juntas, quando um garoto que eu achava muito chato na minha sala descobriu que eu tinha falado para uma de minhas amigas que ele era idiota, e ele não havia gostado nada disso. Ele puxou meu cabelo e me deu um tapa no rosto, claro que eu não bati de volta, porque só tinha 8 anos, mas se acontecesse isso comigo hoje em dia, ele iria ver só.

𝐌𝐘 𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, christian convery.Onde histórias criam vida. Descubra agora