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AO BRILHO DO LUAR

Nem deu tempo de olhar para o meu joelho, porque todos já estavam em cima de mim perguntando se estava tudo bem. Eu já tinha percebido que meu joelho estava ralado pelo fato de estar doendo e ardendo. Aquela suja daquela Kimberly.

— Aurora, você está bem? — Christian perguntou, pondo as mãos em mim para me ajudar a levantar.

— Eu tô legal... — respondi, não fazendo questão de falar muito.

— Tem certeza, Aurora? Não é melhor voltarmos para as barracas? — Lisa perguntou.

— Não, a gente pode continuar a caminhada, isso não foi nada.

— Amiga, seu joelho está todo ferrado, como assim não foi nada? — Hannah arregalou os olhos.

— Eu já disse que não foi nada, eu só... tropecei.

— Deve ter sido isso mesmo, gente. Ela só tropeçou, é toda atrapalhadinha. — Kimberly deu uma risada forçada, andando na frente — Não se preocupem, se ela já disse que está bem, é porque realmente está. Vamos, não vamos perder esse passeio por causa de um joelho ralado, né?

Consegui ver o seu sorrisinho de vitória por ter estragado todo o clima, e ter feito isso como se eu fosse a culpada. Balancei a cabeça em repreensão e apertei o braço de Hannah, que estava ao meu lado.

— Ai, você tá apertando meu braço — murmurou.

— Hannah, eu preciso conversar com você.

— Fala.

— Eu tenho certeza que foi a Kimberly que me empurrou, ela me olhou feio e depois eu caí no chão, e olhe que ela estava atrás de mim. Você não viu nada?

— Eu estava muito distraída conversando com o Christopher, não vi se ela de fato te empurrou, mas se foi ela, ah se essa piranha vai pagar por isso.

— Não vai arranjar barraco por minha causa não, tá? O que eu mais quero é que esse acampamento seja o mais calmo possível.

— Mas você já percebeu que não está sendo.

Dei de ombros e a caminhada continuou normalmente.

* * *

Quando voltamos para a barraca, todos estavam reclamando que eu estava meio calada, mas eu não liguei muito. Eu estava seriamente pensando em voltar para casa. Pedir para meus pais me buscarem, me levarem de volta para casa, para o lugar que eu nunca devia ter saído.

Na hora de dormir, eu não conseguia pregar os olhos. Hannah, como sempre, já estava no décimo oitavo sono. Então decidi sair da barraca e me sentar na fogueira. Encontrei Christian sentado lá. Ele estava com uma camisa branca e uma bermuda meio amarronzada, seu cabelo estava semi-preso.

Ele nunca esteve tão bonito. Pensei rapidamente.

Apaguei esses pensamentos ridículos da minha cabeça e me sentei em um dos bancos da fogueira. Olhei para Christian e ele olhou para mim. Os olhos azuis dele pareciam mais brilhantes ao fogo e ele parecia pensativo.

— Dia chato, não é? — comentei, dessa vez olhando para frente.

— É, pois é — ele também olhou para frente.

Suspirei.

— Acho que estou sendo muito chato com você — Christian falou, me fazendo olhar para ele novamente — Me desculpe por isso.

— Ainda bem que você percebeu — olhei para os lados para ver se alguém estava escondido atrás das barracas ou das árvores — E aquilo que eu falei sobre a Kimberly, você não precisa acreditar em mim. Eu sei que ela fez tudo aquilo e a Hannah também, mas contanto que o clima entre a gente fique bom, nós não precisamos entrar em uma briga por causa daquela menina — a última parte fiz questão de falar com desdém.

— Eu acredito.

Meio que arregalei meus olhos.

— Como é que é?

— Eu vi ela te empurrando hoje, na trilha. Eu não quis dizer nada para não piorar a situação.

Por alguns segundos não sabia o que falar, mas depois, deixei escapar um suspiro que nem sabia que estava segurando.

— Ainda bem que você viu — falei, aliviada.

— É, agora eu acredito em você. Me desculpa por ter duvidado.

Eu assenti com a cabeça. Nós ficamos nos encarando por alguns segundos e esse clima estava bem estranho, comecei a sentir alguma coisa esquisita que não sabia dizer exatamente o que era, tipo um calor interno. Quando Christian começou a se aproximar de mim, foi aí que eu percebi o que havia de errado: eu não conseguia recuar. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ele me deu um beijo na bochecha.

Quando se voltou novamente para trás, nós voltamos a nos encarar, mas não estávamos mais de lado, estávamos um na frente do outro. Foi aí que o ápice aconteceu. A testa de Christian chegava cada vez mais perto da minha, na minha cabeça, isso foi como um ato em câmera lenta, mas ele conseguiu fazer isso rápido demais.

Ele me beijou. Christian Convery havia me beijado. NA BOCA.

Antes que eu pudesse me afastar, ele fez isso, assustado com seu próprio ato.

— Me desculpa! Eu... eu não quis fazer... eu juro que eu... — ele parecia bem nervoso — Eu fiz isso... eu te beijei? Essa não era a minha intenção... mas eu...

— Eu acho melhor eu ir dormir — me levantei em um ato rápido — Eu... vou para a barraca. Já está ficando tarde.

— Espera, Aurora!

— Boa noite, Christian! 

Gritei, já fechando o zíper da barraca.



E aí, meus lindinhos? Gostaram da surpresa?? Surtaram mto??? E se preparem porque muito surto vem pela frente, e eu posso dizer com certeza agora, EU VOLTEI COM A FIC!!! 🎉🎉

𝐌𝐘 𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, christian convery.Onde histórias criam vida. Descubra agora