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CONVERSAS AO AR LIVRE.

Depois daquela noite, ninguém em casa falava mais comigo. A única pessoa que podia conversar era minha cachorrinha, Lolla. Meu pai nem na minha cara olhava, e minha mãe as vezes me lançava algumas olhadas das quais eu sabia que significava: "Peça desculpas à ele", mas no fundo, ele sabia que estava errado e se não conseguiu reconhecer ainda, eu ficaria de mal dele até ele perceber.

A única pessoa em que falei da noite de ontem para o dia de hoje, foi a Lolla mesmo. Decidi sair de casa e ir na casa do Christian, na verdade nem sabia se realmente era uma boa ideia já que causei aquele transtorno todo no jantar.

— Aonde você vai, Aurora? - minha mãe perguntou da cozinha, a primeira coisa que ela falou comigo.

— Vou dar uma volta. - menti.

— Ok, não volte tarde.

— Não vou.

Bati a porta de casa. O que meus pais iriam falar sobre mim juntos já que eu não estava em casa? Parei em frente a porta da casa de Christian, não sabia se batia na porta ou se tocava a campainha. Se continuava ali ou se fugia e fingia que nada tinha acontecido, mas quando eu menos esperei, Christian abriu a porta.

— Aurora? O que você tá fazendo aqui?

— Eu... eu... nada.

— Não, nada não. Você está aqui por algum motivo.

— Tá. Eu tô aqui por que queria...conversar com alguém.

— Então entra!

— Eu prefiro ficar aqui fora mesmo. Não quero incomodar ninguém.

— Está com medo da minha mãe?

— Eu só quero evitar confusões e mais transtornos. A gente pode conversar andando pelo condomínio?

— Tá, eu estava indo fazer isso agora!

Ele bateu a porta de casa e fomos andar.

— Agora fala o que você quer falar.

— São meus pais.

— O que têm seus pais?

— Depois de ontem à noite, eles não falam mais comigo. A casa está toda em silêncio.

— Eu não sou muito bom de conselhos, mas vou tentar te falar alguma coisa útil.

Dei risada. Era impressionante o jeito em que ele conseguia me fazer rir em qualquer situação, mesmo que a gente tenha se conhecido faziam dois dias.

— Bom, provavelmente essa situação vá passar, não precisa se preocupar. Você só quis se expressar lá no jantar, estava entalada, você tem seus direitos.

— É, eu sei, mas parece que meu pai não conseguiu reconhecer ainda as coisas que ele fazia, ele levou isso simplesmente como uma grosseria que fiz com ele na mesa de jantar da casa dos outros, sendo que eu só queria desabafar. Ele já me constrangeu muito na frente das pessoas.

— Eu te entendo, fica tranquila.

— Af, parece que isso vai durar uma eternidade! - bufei.

— Não vai, para de ser dramática.

— Não estou sendo! É porque parece mesmo!

— Brasileiras são assim?

𝐌𝐘 𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, christian converyOnde histórias criam vida. Descubra agora