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A OUTRA GAROTA


Minha garganta fez um nó. Era isso, eu estava condenada para o resto da minha vida, só podia ser isso. Eu tinha certeza que aquela garota era a Kimberly, o que ela fez com a cabeça do Christian?

— É a Kimberly, não é? — perguntei, dava para ver a raiva na minha voz.

Ele assentiu. Eu não podia acreditar no que estava escutando.

— Eu sabia — murmurei para mim mesma e soltei uma risada sarcástica.

— Não foi na intenção de te magoar. É só que... ela realmente me ajudou e foi legal comigo quando você terminou comigo. E a gente vêm se aproximando bastante, às vezes a gente até se vê em outros lugares e...

— Eu não quero saber da sua vida amorosa, muito obrigada — comentei, me levantando — Eu desejo muitas felicidades para o novo casal.

— Você não está chateada, está?

Eu realmente pensei no que iria dizer, mas a casa dele havia acabado de pegar fogo.

— Não. Por quê eu ficaria? — tentei sorrir, mas acho que não deu muito certo.

Eu me retirei dali, marchando. Eu sabia que tudo aquilo era por parte, culpa minha, mas justo a Kimberly? Não poderia ser outra menina? Eu até ficaria mais satisfeita. Desisti do copo de água e subi diretamente para o meu quarto. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo.


* * *

Quando acordei no outro dia, eram onze e meia da manhã. Não sabia que estava tão cansada desse jeito. Desci para o andar debaixo e os adultos estavam reunidos em uma mesa conversando sobre o ocorrido na casa da Lisa.

— É, realmente, isso só prova que realmente alguém queria prejudicar vocês — mamãe disse e me juntei à eles logo em seguida.

— O que está acontecendo? — perguntei.

— Nada, filha — papai disse — Assunto de adultos.

— Não, não tem problema a Aurorinha ficar sabendo — Lisa deu um sorriso gentil para mim — Bom, querida, encontraram mais provas de que foi realmente alguém que jogou aqueles fósforos na nossa casa e quis prejudicar a gente. Eles estão tentando catar as digitais agora.

— Ah, eu sinto muito por isso. Mas por outro lado, a investigação está tendo progresso.

— Você não precisa sentir nada, e você tem razão, estou feliz que a investigação está progredindo — ela sorriu para mim e acariciou meus cabelos.

— Eu posso contar isso para o Christian? — por um momento, havia esquecido do que tinha acontecido na noite passada.

— Claro! Ele só fica enfiado nesse quarto — Lisa riu e foi acompanhada por minha mãe e meu pai enquanto eu corria para o quarto de Christian.

— Christian! Christian — subi as escadas e abri a porta do quarto dele, freneticamente — Eu tenho uma ótima notícia...!

Eu escutei uma outra risada de uma outra pessoa vindo do telefone que ele estava segurando. Quando fui parar para reparar, era a Kimberly. Eles estavam fazendo chamada de Face Time. O sorriso dele desapareceu e ele falou:

— Espera aí, Kim — sorriu para ela — Eu já volto.

— Certo, claro — Kimberly falou.

Ele desligou o microfone e veio andando até mim.

— O que foi, Aurora?

— Eu... eu posso falar depois..

— Não, eu quero saber. O que foi?

— Ah, era só porque sua mãe me contou que confirmaram que alguém tentou realmente queimar a casa de vocês e agora só falta coletar as digitais para descobrirem quem fez isso.

— Sério? Isso é muito bom! — Christian sorriu.

— É. É muito bom.

Tentei continuar a conversa, mas lembrei que ele estava no telefone com a Kimberly e eu seria a última pessoa que gostaria de atrapalhar isso.

— Então, pode continuar falando com a Kimberly — sorri sem graça — Eu vou sair.

— Ah, sim, claro — ele pareceu meio sem jeito, como se aquela situação toda com Kimberly fosse a coisa mais esquisita do mundo, e realmente era — Obrigado.

Eu fechei a porta do quarto dele e saí. Fui em direção ao meu quarto contar a novidade para Hannah. Eu decidi ligar para ela e ficamos em ligação por duas horas, até que eu ouvi uma batida na porta do meu quarto. Christian abriu e deu um sorriso de leve para mim, como se quisesse avisar alguma coisa. Ele estava arrumado.

— Vou sair com a Kim — ele falou — Volto mais tarde.

— Ah, certo — falei como se aquilo fosse da minha conta.

Ele fechou a porta do meu quarto e eu fiquei me perguntando: Como Christian tinha essa proeza de sequer gostar da Kimberly? Achei que nenhum ser humano seria capaz de gostar dela, até encontrar Christian que antes gostava de mim. 


* * *

Mais tarde, depois que Christian foi embora, Lisa desceu as escadas eufórica e encontrou nós três (eu e meus pais) na mesa de jantar. A cara dela estava assustada como se tivesse visto um fantasma.

— O que houve, Lisa? — mamãe perguntou. 

— Acharam o DNA da pessoa que tentou destruir a nossa casa.

Eu levantei do sofá de curiosidade e perguntei:

— Quem foi? 

— Brooklynn Kimberly. Foi ela que tentou queimar nossa casa.


𝐌𝐘 𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, christian convery.Onde histórias criam vida. Descubra agora