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TRILHA

Acordei no dia seguinte e Hannah ainda não estava acordada. Fiquei mexendo no celular um pouco na barraca, até que decidi sair de lá. Encontrei Christian em um dos bancos da fogueira, estava fazendo alguma coisa que não conseguia distinguir o que era. Me recusei a falar bom dia, apenas sentei em um dos bancos e assisti ao que ele fazia.

— Bom dia, Aurora. - Christian falou, ainda em um tom suave na voz.

Apenas o olhei, acho que ele tinha entendido a mensagem.

— Você está chateada comigo? — perguntou, na maior cara de pau.

— O que você acha? Estou com cara de quem está feliz?

— Mas o que eu fiz para você estar desse jeito?

— O que você fez? — ri com sarcasmo — Você ainda pergunta? Defendeu aquela piranha mesmo sabendo e vendo o que ela fez comigo. É daí que a gente conhece o caráter das pessoas.

— Para de falar assim, ela não é piranha.

— E lá vem o defensor dos oprimidos — revirei os olhos.

— Eu só não quero me envolver em confusão, tá?

— Você já está envolvido, mas não vou ficar disputando com aquela mocreia.

Ele parou o que estava fazendo e olhou para mim.

— É melhor pararmos de falar antes que ela acorde.

— Por mim — dei de ombros — Que ela escute tudo isso.

A barraca onde a sonsa da Kimberly estava dormindo se abriu, e lá surgiu ela. Parece que é só falar no nome que invoca.

— Bom dia, Chris — tocou no ombro dele com um sorriso, até que olhou para mim e seu sorriso desapareceu — Bom dia, Aurora...

Dei uma pequena risada irônica. Ela realmente achava que eu ia dar bom dia pra ela? Depois que ela acordou, os outros foram acordando também. Finalmente, eu não ia ter que ficar sozinha com o Christian e com ela.

Nós hoje iríamos fazer uma trilha. O céu estava meio nublado e estávamos todos com receio de que iria chover, mas resolvemos ir mesmo assim, uma aventura na vida não iria fazer diferença. A vida é feita para ser vivida. Colocamos todos nossas roupas e capas de chuva somente por precaução.

— Todos prontos? — Tia Lisa perguntou.

— Sim! — respondemos em couro.

— Ai tia, eu estou tão feliz em estar nesse acampamento. Está sendo tão divertido! Espero que possamos fazer isso mais vezes. — Kimberly forçou um sorriso.

Eu e Hannah trocamos olhares.

— Quanta falsidade... — Hannah balançou a cabeça em reprovação.

— Eu tô te falando. — respondi.



O local onde estávamos fazendo a trilha era muito alto. Estávamos em cima de uma montanha e estava começando a chover. Mamãe não iria gostar nada disso se soubesse aonde eu estava.

— Eu acho que não foi uma boa ideia a gente ter vindo para cá... — Hannah resmungou.

— Fica tranquila, não vai acontecer nada — Christopher pôs a mão em seu ombro, e eu logo soltei uma olhada para Hannah.

Percebi que Christian arqueou a sobrancelha e dei uma risadinha. Mal percebi que Kimberly estava do meu lado e rapidamente foi para o lado de Christian e agarrou seu braço.

— Chris, você pode me proteger? Eu tenho medo de altura — fez beicinho, o que me deu vergonha alheia.

— Uh... com licença, Kim. Você está me apertando. — ficou meio sem graça, empurrando Kimberly para o lado levemente.

— Ah, desculpa Chris — coçou atrás do pescoço.

Kimberly voltou para seu lugar e me lançou um olhar debochado, que foi respondido com uma risada sarcástica minha e um arqueio de sobrancelha. Andei mais um pouco para frente só para ficar longe dessa garota.

Eu estava caminhando, admirando a bela paisagem em que estávamos tendo a oportunidade de ver. Eu estava conversando com a tia Lisa, quando ela chamou Christian para falar sobre um assunto pessoal e depois fiquei sozinha, somente ouvindo o papinho de Hannah e Christopher, para poder pirraçar ela quando chegássemos na barraca.

Subitamente, senti alguém pondo as mãos nas minhas costas e me empurrando, me fazendo cair de joelho nas pedras. Escorreguei no chão que já estava meio molhado pela água da chuva.

𝐌𝐘 𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, christian convery.Onde histórias criam vida. Descubra agora