Capítulo 4

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•Ethan Foster•

Era só mais um dia comum enquanto me dirigia ao restaurante "La Petite" pela terceira vez somente nessa semana.
Estava apressado pois já deveria estar lá nesse momento, andei ainda mais rápido e aumentei o volume da música que tocava em meus fones de ouvido na tentativa de abafar um pouco os meus pensamentos.

Estava prestes a chegar ao restaurante quando quando percebi que algo iria acontecer. A mulher, baixinha de cabelos escuros estava distraída no celular enquanto um idiota a observava e se aproximava cada vez mais, era óbvio o que ele iria fazer.
Tudo aconteceu tão rápido que quando me dei conta eu já estava segurando o imbecil pela gola da camisa.

— Devolve o celular agora ou então eu não respondo por mim.

— Calma cara... — respondeu o homem um tanto nervoso — Eu devolvo, Eu devolvo, só fiz isso porque preciso de grana pra ajudar minha família.

— Então deveria procurar um emprego e não roubar as pessoas, você por acaso quer ser preso e deixar sua família ainda pior? — Pude notar que ele estava realmente desesperado, as lágrimas já começaram a se acumular no canto dos olhos

— Faz mais de um mês que procuro trabalho e ninguém quer contratar alguém que não terminou os estudos, minha família passa necessidade e eu estou de mãos atadas.

Soltei aquele homem enquanto ele me devolvia o celular, ele parecia estar falando a verdade então decidi ajudá-lo.
Entreguei para ele o cartão do restaurante junto com uma nota de 50 dólares.

— Vá pra casa, pense na sua atitude. Acredito que isso deva suprir suas necessidades por hoje, se realmente deseja ajuda esteja amanhã de manhã nesse endereço e terá um emprego. — O homem me abraçou em um gesto de gratidão e partiu enquanto todos julgavam a nós dois com os olhares.

Andei mais um pouco e lá estava ela, a pequenina estava sentada no chão da rua chorando e se lamentando.
Abaixei e toquei seu ombro sentindo sua pele macia em atrito com a minha.

— Não chore... Eu consegui recuperar seu celular — Seus olhos repletos de lágrimas vieram de encontro ao meu e assim vi o quanto a garota era linda

— Obrigada!... — Respondeu um tanto surpresa enxugando suas próprias lágrimas

— Vem aqui que eu te ajudo, se ficar aí é capaz de ser pisoteada — ela sorriu meio sem graça enquanto tentava se recompor — Você está bem?

— Agora sim... Você nem imagina o tanto que me ajudou.

Me despedi, e segui andando novamente em direção ao restaurante que ficava no próximo quarteirão.

Simon estava andando de um lado para o outro quando cheguei.

— Até que fim você chegou, achei que tinha se perdido no meio do caminho! — Disse ele um tanto nervoso

— Estou bem aqui, não estou?

— Agora sim. Porque se atrasou?

Éramos sócios no restaurante, mas sempre deixei Simon à frente de tudo já que ele era o chefe, responsável por todos os pratos e organização do restaurante.

Depois de explicar tudo o que havia acontecido e Simon escutar atentamente minha história ele finalmente me deu razão.
Mas não se prolongou muito, pois havia alguns detalhes a serem resolvidos ali já que a grande inauguração seria no dia seguinte.

— Preciso que me ajude a escolher o cardápio estou em dúvida entre...

— Simon você é o chef, como que eu, um simples mortal poderia ajudar o grande Simon... — Paralisei quando vi a mesma mulher que havia ajudado agora a pouco entrando pela porta do restaurante.

Automaticamente Simon seguiu meu olhar e também a viu.
Com um lindo sorriso no rosto ela caminhava lentamente até a mesa onde estávamos sentados e assim que se aproximou ela estendeu a mão para Simon e em seguida para mim.

— Bom dia, me chamo Emma!

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