Capítulo 11

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Emma Miller

Retirei a alça do vestido deixando minha pele livre para ele.

— Você tem certeza? — Perguntou Ethan pela última vez antes de começar

— Certeza absoluta!

Assim que a agulha tocou minha pele senti como se estivesse me rasgando aos pouquinhos, mas aquilo não era nada comparado ao seu toque que mesmo com a luva era delicado.
A dor era suportável e como era uma palavra pequena ele terminou mais rápido do que eu esperava.

— O que achou? — levantei da maca e fui até o espelho que cobria toda a parede, Ethan me acompanhou e observou minha reação pelo reflexo do espelho

— Eu amei, ficou perfeita — apesar da pele estar levemente avermelhada eu conseguia ver claramente que estava do jeitinho que eu sempre imaginei

— ATMAN... — disse ele — O que significa?

— Alma individual, se refere a essência da vida como um todo, ATMAN é eterno e infinito. — meus olhos se encheram de lágrimas pois as lembranças vieram de uma só vez — Eu já senti que estava morta mesmo conseguindo respirar... Isso nunca mais vai acontecer comigo novamente. — Sequei as lágrimas que teimaram em cair — Aprendi com meu passado que devo me colocar em primeiro lugar sempre, pois sou única e no fim será apenas eu, comigo mesma. E essa palavra está gravada em meu corpo para me lembrar disso.

Senti meu corpo ser acolhido por um forte abraço cheio de carinho, me deixei sentir o calor do seu corpo sobre o meu. Não demorou muito para que meu corpo interpretasse aquele gesto de uma outra forma.

Eu detestava admitir, mas estava carente!

Aos poucos fomos nos afastando até que nossos olhares se cruzaram e então pude sentir que de alguma forma queríamos a mesma coisa.

Tudo parecia estranhamente quieto e lentamente nossos corpos voltaram a se aproximar, meus lábios estavam prestes a tocar os dele quando a porta do Studio se abriu e a loira apareceu.

— Chefinho... — Ela arregalou os olhos em nossa direção — sinto muito interromper....

— Não está... — disse eu me afastando de Ethan e pegando minha bolsa que estava jogada na cadeira ao lado

Eu pudia interpretar aquilo de qualquer forma, mas talvez a repentina aparição da loira fosse um aviso sobrenatural de que eu não poderia me apaixonar pelo sócio/melhor amigo do meu chefe.

Acho que devo me contentar em sermos bons amigos e nada mais.

— Pode dizer Carly, o que ouve? — Disse Ethan nada contente

— Já deu minha hora e eu queria saber se já posso ir... Você sabe, preciso cuidar da minha mãe.

— Pode ir, eu fecho tudo.

— Desculpa interromper. — Ela fechou a porta e saiu

— Acho que eu também preciso ir — Falei trazendo o olhar emaranhado de mistério e desejo do Ethan de volta a mim — Amanhã será um longo dia e quero deixar tudo organizado antes da viagem...

— Você vai viajar? — ele parecia um tanto curioso

— irei visitar meus Pais nesse final de semana.

— Você não parece nada animada — sorri com o comentário dele.

Era como se ele me conhecesse tão bem.
E isso era realmente impossível, não é mesmo?

— É o aniversário dele e teremos uma pequena reunião em família. O fato é que terei que socializar com pessoas indesejáveis e só de pensar nisso sinto meu estômago embrulhar.

— Você sabe que não precisa fazer nada que não queira — sua mão encontrou a minha e nossos olhares se cruzaram mais uma vez — você pode ir visitá-los um outro dia e não será preciso passar por esse momento desagradável.

— Ethan... — Aproximei ainda mais dele sentindo o calor que emanava de seu corpo para o meu, sua respiração tão pesada quanto a minha.

— Emma... — Meu coração acelerou quando suas mãos ficaram em volta da minha cintura me trazendo ainda mais para perto

O que eu estava fazendo?

Precisava ficar longe dele para tentar pensar com clareza sobre tudo, mas cada parte do meu corpo implorava por ele, pelo toque dele.

Nossos lábios se tocaram e uma mistura de emoção, desejo e paixão se instalou entre nós.

Seu beijo era quente e lentamente me vi envolvida por aquele momento que era arrebatador.

Entre beijos ardentes senti  sua mão caminhando lentamente até a alça do meu vestido e eu sabia exatamente o que estava prestes a acontecer bem ali naquela sala.

— Eu não posso — me afastei dele com muita dificuldade

— Então me diz o que está te impedindo de continuarmos?

— Você... — Respondi — Eu simplesmente não posso.

Ele parecia um tando confuso mas não questionou e quando estava prestes a pegar minha bolsa ele quebrou o silêncio perturbador que  havia se instalado ali

— Vou te levar pra casa.

— Não precisa, eu posso pegar um táxi.

— Esta tarde, lá fora pode ser  perigoso para uma garota desacompanhada e eu prometi a Olívia que te deixaria a salvo em casa.

....

O Estranho Jeito De Te Amar Onde histórias criam vida. Descubra agora