3. Luminus

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Thalanil conduziu Liam até a base da torre oriental de Aymar. Era uma das muitas partes do palácio que Liam ainda não tinha explorado. Havia uma entrada externa.

Thalanil tinha um sorriso travesso nos lábios enquanto abria a porta de madeira com faixas de metal e gesticulava para Liam entrar primeiro. 

— Existem dragões na torre? — Liam perguntou enquanto levantava sua sobrancelha direita.

— Eles são realmente wyverns. Não seus primos muito maiores, embora eu tenha montado um dragão totalmente adulto. Foi uma experiência interessante, embora eu não a recomendasse, — explicou seu pai enquanto eles começavam a subir um conjunto de escadas curvas que subiam em espiral e desapareciam de vista. — Wyverns têm apenas 1/10 do tamanho dos dragões. Construímos tocas para eles no topo da torre.

— Toca? — Ambas as sobrancelhas de Liam levantaram.

— Eles gostam de pequenos espaços para se enrolar, — disse seu pai. 

Liam detectou um leve odor quase ofídico no ar. Não era desagradável, era mais seco, cheirava a papel velho com um tom quase picante.

Sua cabeça disparou enquanto os sons vinham de cima. Mesmo aqui embaixo, na base da torre, Liam podia ouvir o bater de grandes asas e rugidos baixos da garganta dos draconídeos.

Seu batimento cardíaco acelerou e suas palmas estavam escorregadias de suor quando seu pai pegou uma de suas mãos.

Thalanil viu sua ansiedade e estava tentando acalmá-lo. Liam piscou quando um calor inesperado o encheu. Thalanil pode não estar tolerando-o apenas por causa de sua mãe.

— Minha montaria se chama Shadeheart. Você vai amá-lo. Ele é bastante travesso às vezes, mas é um amigo robusto, — disse Thalanil entusiasmado.

Falar em wyverns parecia ter desbloqueado a reticência de seu pai. Liam quase diria que seu pai estava borbulhando de excitação. Seus pés eram leves e rápidos nas escadas e Liam teve que se apressar para acompanhá-lo.

— Um wyvern travesso? Isso o faz parecer fofo em vez de perigoso. Eles são perigosos? — Liam perguntou. 

— Eles são, mas não para aqueles que eles chamam de amigos. Acho que Lightheart será o wyvern para você. Ele está firme e calmo. Mas o cavaleiro e a montaria devem escolher um ao outro.

— Escolher? Você quer dizer que o wyvern tem que gostar de mim? — Liam perguntou enquanto subia as escadas atrás de seu pai.

Foi a vez de seu pai levantar uma sobrancelha. — Gostar? Suponho que seja parte disso. Mas, na verdade, o wyvern deve achar você digno.

Liam engoliu em seco. Ele era um Mago da Morte. Ele era um príncipe há menos de uma semana. Antes ele tinha sido um mero servo. Será que um wyvern o acharia digno? Isso parecia altamente improvável.

Naquele momento, o corvo mágico que salvou Liam uma e outra vez, sem falar que mostrou a ele o caminho que ele precisava seguir, passou por eles e por uma porta entreaberta à sua esquerda. Ele não tinha visto o corvo desde que o levou a Thalanil.

O coração de Liam se alojou em sua garganta. Quando o corvo apareceu, havia algo importante para ele ver ou fazer. Seu pai, como todos exceto Marikoth, não viu o pássaro que era feito de penas soltas, ossos velhos e uma bola de energia negra cintilante. 

— Espere! — Liam chorou quando eles desenharam em frente à sala.

Ele derrapou até parar, praticamente empurrando seu pai para trás um degrau, já que eles ainda estavam de mãos dadas.

Cinders and Ashes  - ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora