Cinders and Ashes - ziam

7. Nova descoberta

O sol estava espreitando no horizonte enquanto Thalanil bebia seu chá na varanda, um cobertor de pele em volta dos ombros. Tony se aproximou e ajustou o cobertor para que o cobrisse mais antes de se sentar.

O jovem estava mais frio do que ele. Ele havia oferecido para Tony ficar dentro de casa, mas Tony insistiu em ficar ao lado dele.

— Eu prometi a Liam que faria, — Tony respondeu levemente obstinadamente e ficou ao seu lado.
Depois da perturbação da noite anterior – como ele poderia chamar a onda de poder que o inundara e todo o castelo – ele não conseguira voltar a dormir. Na verdade, ele não precisava dormir. Ele se sentiu supercarregado. Ele passou de estar perto da morte para o mais poderoso que ele tinha sido em sua vida em menos de um nascer e pôr do sol.

— Lorde Lemos prometeu que traria o alfaiate, Milius, para vê-lo hoje, — disse Tony com ansiedade. — Você vai precisar de roupas apropriadas para – para o seu tempo aqui. Tenho certeza de que Liam vai querer você devidamente equipado.

Os lábios de Thalanil se achataram ligeiramente. Ele queria dizer ao jovem que ele não ficaria aqui. Ele estaria voltando para o Império. Seu Império. Ele retomaria seu trono. Ele esmagaria seu irmão e aqueles que estiveram ao lado dele nesta traição! Ele iria... A delicada xícara quebrou em sua mão e o chá quente se acumulou em sua palma.

— Oh! Não! Você está ferido! Deixe-me ajudá-lo! — Tony chorou enquanto pulava de seu assento e pegava um guardanapo. — Está tudo bem. Estou bem-

— Você está sangrando! — Tony protestou enquanto pegava a xícara de chá quebrada dele e embrulhava desesperadamente a mão ferida de Thalanil com o guardanapo.

— Eu posso consertar isso, — Thalanil sussurrou e a ferida foi curada. Seus poderes eram extremos até mesmo para ele.

— Se-se foi! — Tony engasgou enquanto limpava o sangue da mão de repente não ferida.

— Sim, eu não sou uma flor frágil, — Thalanil disse, seus lábios se contorcendo para trás de seus dentes, mas então ele se lembrou que estava falando com um jovem humano que não queria nada além de servir a ele e seu filho. — Eu-eu aprecio sua preocupação, mas estou perfeitamente bem e capaz. 

— Sim, é claro, Rei Thalanil, — Tony concordou, balançando a cabeça demais para ser qualquer coisa menos que medo ou um tique nervoso. Talvez ambos.

O arrependimento tomou conta dele. Ficar com raiva de Tony era como bater em um cachorrinho. Foi totalmente errado. Mas ele sabia que Tony também era meio-irmão de Liam, alguém que não tinha sido gentil com ele.

No entanto, Liam havia confiado a Tony seus cuidados. Ele sabia que seu filho o amava, então ele não confiaria levianamente. Mas sua raiva era tão grande que queimava como um sol dentro dele.
Seu irmão havia matado seu pai. Tinha drenado Shadeheart a nada.

Tinha tomado seu trono. Corrompeu seu povo. E ele não acreditou por um momento que Marikoth pretendia ser um bom governante. Ele estava doente como seu pai havia dito. Não doente o suficiente para morrer, mas doente em sua mente, em sua alma.

Não havia mais nada dentro dele do irmão mais velho que uma vez conhecera e adorara. Foi como ver uma terrível paródia de Marikoth ser trazida de volta à vida. Qualquer que fosse a intenção de Marikoth, terminaria em ruínas e ruínas e quem sabe quantas pessoas morreriam.

— Você e seu irmão, — Thalanil começou.

— Steven, — Tony ofereceu prestativamente.

Thalanil assentiu. — Liam trouxe vocês dois para o castelo sob a proteção do Rei Zayn?