Parte 2 - Tudo em família

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Naquela noite Christian buscou na internet tudo que podia sobre o caso Brianna O'Connell e junto com as informações que tinha pedido para sua secretária levantar sobre a moça que ia defender. Muitas perguntas perambulavam em sua mente. Porque uma menina de dezenove anos mataria o padrasto que aparentemente vivia em harmonia com toda a família?

Ela alegou legítima defesa, mas como o advogado experiente que era sabia que não tinha sido. O corpo de delito não havia acusado marcas de violência, nem indícios de estupro. Alguma coisa, além disso, havia acontecido e por algum motivo ela não estava falando.

Ele releu o pequeno dossiê. O padrasto era um cara jovem, sem passagem pela polícia, emprego fixo, poucos amigos e nada que aparentemente o desabonasse. Um tiro nas costas foi tudo que precisou para tirar-lhe a vida.

O advogado analisou as cópias das fotos da perícia que tinha conseguido pegar com um amigo que trabalhava dentro da delegacia. O homem estava sem camisa, vestia apenas calça jeans e estava caído de barriga para baixo e um buraquinho singelo no lado esquerdo que havia perfurado o pulmão.

Segundo o delegado, a polícia tinha sido chamada pela mãe da menina, umas duas ou três horas depois do ocorrido. Brianna não fugiu e não tentou encobrir os fatos. Apenas assumiu a culpa.

Christian releu o prontuário dela e dos demais membros da família. A mãe parecia claramente desajustada. Três filhos de três pais diferentes e aparentemente não havia cuidado bem de nenhum deles.  Ele folheou umas páginas de volta e encontrou a informação que procurava.

Brianna tinha um irmão mais velho que havia sido criado por seu pai. O rapaz não cresceu em contato com a família da mãe e agora estava com vinte e poucos anos. Caramba, a mulher parecia não saber o que era controle de natalidade.

O homem foi avaliando as informações para montar processo com todos os detalhes importantes. Não eram ainda oficiais, mas já conseguia dar à ele um parâmetro que definiria o caminho a seguir na defesa da menina.

O tiro foi dado por uma pistola nove milímetros seminova, cujo dono era o próprio padrasto que não tinha licença para porte de armas. Possivelmente o tiro tenha sido disparado por uma distancia de cinquenta metros.

Christian pensou alto.

-Estranho, muito estranho...

Os pensamentos do homem eram um turbilhão de possibilidades. Ele olhou as horas, duas da manhã, precisava dormir. A equipe do BSS que estava trabalhando com sua irmã chegaria na manhã seguinte e ele precisava acompanhar o trabalho dos agentes de perto.


O telefone de Christian tocou e ele  acordou a contragosto. Olhou as horas e pulou da cama. Merda, merda e merda, não conseguiria chegar ao aeroporto a tempo. Ele atendeu rapidamente seu irmão mais novo que já foi reclamando.

-Está atrasado.

-Eu sei. Fui dormir muito tarde e perdi hora, não consigo chegar ao aeroporto a tempo e ainda tenho que levar o habeas corpus de uma cliente as nove horas na Bayview.

-Relaxa Christian eu vou até lá e recepciono o comandante e sua prole.

-Não dê moleza pra eles Clint.

-Quer que eu dê uma porrada na cara de cada um deles?

O irmão riu e Christian se irritou.

-Não, apenas não deixe a Chloe sozinha com os bastardos.

-São agendes especiais do governo Christian e não uns malditos criminosos.

-Dou uma merda para quem eles são. Ela está machucada por negligência deles. Ponto final.

A Assassina - 3o.Coligado aos "Agentes do BSS"Onde histórias criam vida. Descubra agora