Parte 26 - Ajustando os Pontos

5.8K 541 26
                                    

No dia seguinte, bem cedo Brianna se levantou e seguiu para o escritório do seu advogado. Alícia a recebeu com simpatia.

-Doutor Christian ainda não chegou, sirva-se de café enquanto espera, ele não deve se demorar.

Brianna aceitou o café. O principal jornal do Estado trazia seu rosto na primeira página ao lado de Christian e uma foto menor a imagem de Franklin O'Connell. Ela ficou apreensiva ao ler a notícia e tentou não focar mais sua mente nessa questão. Esperava que com o passar do tempo as pessoas se esquecessem completamente dela. Estava livre e queria refazer sua vida e isso era tudo.

As oito em ponto o homem entrou pelas portas de vidro e franziu a testa, surpreso em vê-la ali tão cedo. Ele cumprimentou a secretária e fez sinal para que Brianna o acompanhasse. A menina entrou no escritório e trancou a porta atrás de si, colocando a chave entre seus seios sem que ele percebesse.

-Deveria ter aproveitado seu primeiro dia de liberdade total para dormir até mais tarde.

-Quero aproveitá-lo ao lado da pessoa que me deu essa liberdade.

-Então deveria estar na porta da casa do juiz.

-Foi você quem me defendeu. Ele apenas leu o que o júri decidiu.

A menina se aproximou e Christian não se moveu. Ficou parado exatamente onde estava, com as mãos no bolso, esperando o momento certo para dizer o que tinha passado a noite inteira pensando.

Ela colocou as mãos no peito dele.

-Foi embora ontem sem se despedir de mim.

-Era seu momento. Não quis interromper.

-Um momento que foi responsabilidade total e absolutamente sua. Era justo que participasse da minha felicidade.

Brianna se esticou para beijá-lo. O advogado aceitou o beijo embora tenha mantido as mãos no bolso e longe da pele dela. A menina sabia o que ele estava fazendo, mas não se intimidou. Ficou na ponta dos pés e segurou-o pelo pescoço para aprofundar o contato. A língua dela brincando com os lábios dele. Os dedos na nuca acariciando-o com delicadeza.

O homem não se conteve. Abraçou-a pela cintura e a trouxe para perto. Seus sentidos masculinos todos em alerta pela proximidade e o cheiro da pele dela. Beijaram-se por bastante tempo antes que precisassem respirar e se soltassem um do outro.

Bri passou o dedo indicador pelo contorno do rosto dele.

-Não se afaste de mim.

-Estou bem aqui.

-Mas está tentando me evitar.

-Só acho que precisa de algum espaço.

-Se eu precisasse, eu o pediria.

Christian tentou se desvencilhar, mas Brianna o impediu.

-Disse que depois do julgamento não haveria nada que nos impedisse.

-Só não quero ser aquele que vai te impedir de viver.

-Isso é clichê. Posso viver tudo que eu quiser e ainda estar ao seu lado.

Ela se sentou na mesa e ergueu a barra do vestido enganchando os panos entre as pernas. Christian arregalou os olhos surpresos. Ela fez sinal com o dedo indicador para ele se aproximar e o homem teve que sorrir para a cena, mas continuou onde estava.

Brianna colocou as mãos na cintura.

-Estou tentando te seduzir, mas para isso você precisa colaborar.

-Não no meu escritório, com minha secretária do lado de fora e podendo entrar a qualquer hora.

-Ela só poderia entrar se a porta estivesse destrancada.

A Assassina - 3o.Coligado aos "Agentes do BSS"Onde histórias criam vida. Descubra agora