Parte 18 - De frente com o inimigo

5.4K 507 17
                                    

Brianna foi até o quintal no fundo da casa e pegou a bicicleta de Gil. Ele quase nunca a usava, não ia se importar. Ela deu mais dois goles na garrafa de vodca, colocou a garrafa dentro do seu moletom, prendeu a barra na calça jeans e saiu. Sabia onde encontrar Austin. Ele teria seu direito de vingança.

Christian achou que aquele jantar fosse durar a noite toda. Mal acreditou quando se despediu do pai e da irmã e finalmente se viu livre para ir atrás de Brianna.  Marcela esteve grudada nele o tempo todo e ele sabia que ela tinha expectativas para aquela noite, mas estava quase insano para resolver o assunto com Brianna.

-Cansado?

-Muito.

-Foi ótimo, não foi?

-Sim.

-Não parece que está sendo sincero.

-Marcela, eu agradeço seu esforço para que tudo ficasse perfeito. Foi ótimo, mas eu realmente preciso ficar sozinho.

Ela encarou o advogado que procurava pelas chaves do carro, mas não teve tempo de elaborar uma resposta. Ele acenou com a cabeça e saiu em disparada. Marcela sabia onde ele estava indo e sentiu os olhos umedecerem. Respirou fundo e pensou que sua esperança era que Brianna levasse em consideração a conversa que tiveram, porque do contrário ela já era carta fora do baralho na vida de Christian Watson.

Ainda no trânsito Christian ligou para Brianna, mas ela não atendeu, ligou para Clinton e deu na caixa postal. Ligou para Michelle porque queria saber se o irmão estava com ela e que se danasse a privacidade deles, mas ela também não atendeu.

Ele não queria pensar na possibilidade que estava se formando em sua mente. Um Clint raivoso e uma Brianna magoada. Péssima combinação. Sua mente traiçoeira plantando imagens dos dois juntos e então ele quase podia ver o irmão abraçando a menina, assim como ele tinha feito quando ela foi agredida pela primeira vez pelo Austin. Ele limparia as lágrimas dela, e olharia para a boca macia e deliciosa que ela tinha, e então a beijaria.

Ela estaria frágil e se agarraria a ele, porque era o único que estaria ali a consolando. O advogado sentia os nós dos dedos apertarem o volante com força descomunal. As possibilidades que seu ciúme criou sufocavam seu peito e fazia suas entranhas retorcerem. Ele discou novamente para todos eles e nada.

-Merda, merda...

Christian parou em frente à casa da menina. Tudo escuro. Desceu do carro e chamou no celular, caixa postal. Ele se encostou no capô e ficou pensando. Seria prudente acorda-la nesse momento? E se ela não quisesse falar come ele? O que diria a ela? Gil poderia achar ruim a atitude dele. Por pior que fosse, teria que esperar e ainda tinha um hipótese que ele não podia descartar, a de que ela poderia não estar em casa.

O rapaz passou pelo condomínio do irmão e falou com o porteiro do prédio que garantiu à ele que Clint não tinha voltado pra casa. Ele passou pela casa do pai. Era comum o irmão dormir por lá, mas logo viu que o carro do rapaz não estava ali. Não sabia onde Michelle morava e também não sabia se era boa idéia tentar averiguar porque não queria saber que Clint não estava com ela porque isso o levaria à quem o rapaz provavelmente estaria.

Não havia outra opção senão voltar pra casa e esperar.

Brianna chegou ao flat que conhecia tão bem. Ela colocou a bike desajeitadamente no muro e subiu a pequena escada. A menina pensou um pouco, ainda podia se lembrar do código da porta que daria acesso ao interior do prédio antigo.

Ela digitou e deu erro. Depois inverteu os números e a porta se abriu. Ela tirou a garrafa de vodca e deu um gole. Estava muito frio, mas ela não sentia a baixa temperatura. A menina parou de frente a porta e sabia que devia ter uma campainha em algum lugar, mas sua mente estava anuviada pelo álcool e ela bateu três vezes.

A Assassina - 3o.Coligado aos "Agentes do BSS"Onde histórias criam vida. Descubra agora