o que o destino nos reserva- o fim || Lizkook

Cap. 27

Lalisa pov's

Assim que saí da consulta com Jihyo, fui levada para o pátio para ter o tempo livre que todas nós tínhamos. Era um período curto para descansarmos do almoço e voltarmos a fazer nossas tarefas diárias. Eu trabalhava na biblioteca do presídio, organizava livros, limpava e emprestava alguns para as presidiárias. 

Me sento em um banco do pátio e fico observando as minhas colegas de cela jogarem cartas com outras mulheres. Eu não quis me juntar a elas pois queria ter um tempo sozinha. Pensar em tudo o que está acontecendo, torcer para que Jungkook aparecesse e torcer para que eu saia daqui. Ainda não sei a data do julgamento e nem tenho uma previsão, isso me deixava ainda mais com medo. 

Observo a foto dos meus dois filhos enquanto a brisa agradável balançava meus cabelos. Jang Mi estava tão sorridente, como sempre. Eu sinto tanta falta das suas risadas, seus carinhos no meu rosto com as mãozinhas quentes e dos beijinhos que ela me dava todo dia quando acordava. Quando Rosé disse aquelas coisas sobre ela, meu coração se apertou. Mi não era de chorar. Jungwon, por outro lado, parecia estar contente, mas eu sabia que não estava. Esse não era o sorriso do meu filho. Ele sempre foi mais apegado a mim, desde pequeno, mas é claro que ele também amava Jungkook na mesma intensidade. Não vejo a hora de abraçar os dois e nunca mais soltar. 

De repente, senti alguém se sentar ao meu lado.

Rillary- São seus filhos?

Olho para Rillary surpresa, ela estava com um olhar sereno. Completamente diferente de hoje mais cedo.

- Sim. Estes são Jungwon e Jang Mi.

Rillary- Lindos nomes.

- Sim.

Rillary- Como foi na consulta?

Agora ela queria ser minha amiga?

- Foi tudo bem. Descobri que estou esperando uma menina.

Pude jurar que os olhos de Rillary se encheram d'água.

Rillary- Uma menina... Olha Manoban, me desculpe. Eu não devia ter tratado você daquele jeito.

- Está tudo bem Rillary.

Rillary- Não. Não está. Quando vi que você estava grávida não pude deixar de me culpar.

- Por que? O que te deixou tão abalada?

Rillary- Há cinco anos atrás, eu e meu marido estávamos passando por muitas dificuldades, então ele acabou se envolvendo com as pessoas erradas. Com o tempo ele acabou desenvolvendo uma dívida muito alta e que não conseguiria pagar nem com uma vida inteira de trabalho. Nós voltamos a miséria.

- Sinto muito.

Rillary- Ainda piora. Os mafiosos foram atrás dele e disseram que se ele não pudesse pagar a dívida em dinheiro, iria pagar com a vida. Eles mataram meu marido na minha frente, com um tiro na testa.

- Meu deus... Rillary!

Rillary- E depois, ainda não satisfeitos, os mafiosos me agrediram cruelmente. Eu estava grávida, de uma menina.

Nesse momento eu só consegui segurar a mão de Rillary enquanto via suas lágrimas escorrerem. Mesmo chorando, ela continuou a contar sua história.

Rillary- Eu havia perdido tudo. Meu marido, minha filha e até mesmo a minha casa. A única coisa que estava me motivando era acabar com a vida daqueles inúteis. E foi isso que eu fiz. Retirei a vida de todos, um por um. Te garanto que não foi uma morte lenta, foi uma tortura. Eles iriam pagar por tudo o que fizeram para mim. Foram semanas de tortura até eles morrerem, eu quebrei os dentes de todos eles, por isso o apelido.