22.

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Pov Maraisa

- Está doendo... - Marília fala baixinho - Isso arde.

- Desculpa, meu amor...

Passo o algodão com remédio nos machucados do seu rosto, limpando os pequenos cortes, enquanto Marília está deitada na cama, me olhando atentamente. Cuido dela o tempo inteiro mas por trás estou segurando o choro para não deixar Marília mais sensível, mesmo estando totalmente destruída por dentro, simplesmente por ver meu amor nesse estado.

- Os remédios estão fazendo efeito? - Pergunto tentando disfarçar a voz embargada e ela concorda com a cabeça - Tenta descansar um pouquinho.

- Você vai dormir comigo também?

- Não, eu preciso ir pegar as filmagens na farmácia - Sorrio fraco e troco o algodão - O mais cedo que eu for é melhor.

- Tudo bem... - Ela sorri fraco e afasta as minhas mãos, virando na cama e dando as costas para mim - Eu vou dormir agora.

Percebo que ela ficou chateada, Marília está muito assustada, não quer ficar longe, me segue pela casa, não consigo colocar em palavras o quão traumático isso deve ter sido para ela, mas ao mesmo tempo que eu não quero deixá-la sozinha, eu não posso ficar de braços cruzados, preciso agir, quero fazer aquele homem pagar por todo mal que ele fez. É tão estranho pensar que ele tentou me violar e eu não quis fazer nada, mas ao encostarem em Marília, eu sinto que posso mover as montanhas para fazer ele preso.

- Eu não consigo pensar como seria minha vida sem você, Lila - Falo baixinho e deixo a única lágrimas solitária descer do meu olho - Eu preciso fazer algo, para ele não te machucar novamente.

- Eu não deveria ter saído.

- Isso não é sua culpa, meu amor.

Marília respira fundo e eu me aproximo dela, abraçando seu corpo por trás, passando meus braços pela sua cintura com cuidado, deixando um pequeno beijo no seu pescoço.

- Eu fico aqui até você pegar no sono - Falo baixinho - Pode dormir...

- Você vai estar aqui quando eu acordar?

- Vou, Lila... prometo.

Marília se vira nós meus braços e deita a cabeça entre meu pescoço e meu ombro, respirando fundo, enquanto eu passo a coberta por cima dos seus ombros. Seus olhos me analisam, Marília me conhece, sabe dos meus medos, das minhas inseguras, ela me conhece totalmente.

- Você tomou seu remédio, amor? - Ela pergunta curiosa.

- Não, Lila...

- Por que não?

- Eu estou bem, amor - Falo passando a mão no seu rosto - O importante é você agora.

- Você sempre vai ser importante.

- Lila... descansa um pouco.

- Você vai tomar o seu remédio?

- Vou, amor.

- Tudo bem...

Ela sorri de lado e eu vejo a pequena covinha na sua bochecha, sempre aparece quando ela sorri assim. Deixo um pequeno beijo nesse local e deixo outro beijo na sua testa.

- Eu te amo - Marília sussura baixinho antes de dormir nos meus braços.

Fico olhando para Marília dormindo abraçada comigo, enquanto eu aliso a sua pele com a ponta dos dedos, decorando esse toque e mesmo toda machucada, continua sendo a mulher mais linda do mundo.

É tão assustador essa forma de amar, é tão estranho amar tanto a ponto de sentir uma dor física quando a pessoa que você ama não está bem, talvez esse seja o pior e mais verdadeiro tipo de amor, porque ele é o verdadeiro, o mais puro que existe. Sinto que minha vida simplesmente acabaria se eu perdesse ela, porque em questão de meses ela se tornou a minha vida inteira.

War of hearts (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora