War of hearts (Malila)

48.

{Seis meses depois...}

Pov Marília

- É só você tomar o rem-

- Tudo isso é culpa sua - Maraisa fala nervosa, arrumando os travesseiros na cama - Seu filho está pisando na minha coluna, Marília Mendonça, minhas costas estão doendo.

- Eu sei, amor - Falo com calma e tento me aproximar - Se você tomar o remédio vai melh-

- Eu já tomei a merda do remédio - Ela briga nervosa - Não adianta, nada adianta.

- Vamos tomar um banho, amor, talvez ajude.

Fico sentada na minha cama, vendo ela surtar por não estar conseguindo achar uma posição confortável na cama, já que a barriga grande impossibilita ela de dormir como ela sempre dorme. Penso em uma forma para ajudá-la a dormir mas quando vou encostar no seu travesseiro Maraísa dá um tapinha irritado na minha mão. Minha esposa me olha nervosa e eu respiro fundo, esperando sua raiva de mim passar para eu ter a minha mulher novamente.

- Amor...

- Carregar nove meses para vir a sua cara é palhaçada - Ela começa a resmungar sozinha.

- Não sabem-

- Você vai dormir lá embaixo - Maraisa deita na cama e parece achar uma posição confortável - Não quero você aqui.

- Mara... eu estou cansada do trabalho - Falo baixinho - Não quero dormir lá embaixo de no-

- Saí, Marília.

Bufo irritada e levanto da cama, para desçer as escadas da minha casa, passando a mão pelo meu rosto, tentando me acalmar, mesmo já acostumada com essa situação. Maraisa já está com oito meses, faltando poucos dias para entrar no nono, e último, e mesmo assim os hormônios não me deixam ter paz, já que a todo instante ela quer brigar comigo, pede para mim dormir longe, enjoa da minha cara e quando passa, ela volta correndo porque está triste e quer ficar comigo.

Assim que eu entro na cozinha, vejo Luísa e Maiara conversando, mas quando elas notam a minha presença, ficam em completo silêncio.

- Ela te expulsou de novo? - Luísa pergunta rindo.

- Não te interessa - Resmungo pegando uma xícara de café.

- Lila... pensa que já está acabando - Maiara fala me olhando - Provavelmente ele vai nascer antes do que o esperado.

- Se ela não tentar me matar até lá.

Maiara começa a rir e se aproxima de mim, deixando um beijo na minha bochecha e me abraçando de lado.

- Eu vou tentar acalmar a fera, tá bom? - Ela fala rindo - Eu já volto.

- Tudo bem...

Vejo Luísa segurando a sua risada e eu sento na sua frente, ignorando a sua provocação, principalmente porque ela faz isso sempre. Vejo a minha irmã dando a volta na bancada e ela senta do meu lado, pronta para tirar o resto da paciência que eu tenho.

- O que você quer, Luísa?

- Nada... só quero rir da sua cara mesmo - Ela dá de ombros - Pelo menos dessa vez você pode dormir na sua casa.

- Espera quando Maiara engravidar.

- Eu vou saber lidar muito bem e ela não vai me expulsar da minha própria casa.

- Eu não fui expulsa da minha própria casa - Tento me defender.

Luísa me olha e eu conheço esse olhar, como se ela falasse que eu estou errada. Minha esposa pediu para mim sumir umas cinco vezes no último mês e eu sempre ia para a casa da minha irmã com Maiara.