War of hearts (Malila)

64.

Pov Maraisa

- Mara...ach- Maiara tenta falar.

- Eu vou achar ela - Falo colocando meu casaco - Somos casadas, ela não...não quis dizer aquilo.

- Você não acha que seria bom vocês duas terem um pouco de espaço agora? - Maiara pergunta colocando as mãos sobre os meus ombros - Tentar se acalmar, amanhã vocês conversam.

Afasto as suas mãos e passo por ela, pegando a chave do meu carro, já me preparando para sair, mas Maiara continua andando atrás de mim.

- Mara... está muito tard-

- Leva o Léo para ficar com você e a Luísa - Aponto para a bolsa do meu filho em cima do sofá - Eu vou procurar ela, não sei que horas eu volto.

- Ele vai acordar assustado sem vocês duas, Maraisa - Maiara fala alto, brigando comigo.

Nego com a cabeça e as lágrimas começam a descer dos meus olhos, pela dor no meu peito, que está passando de um coração machucado para uma dor física e intensa.

- Maraisa, eu estou falando com você - Minba irmã desce as escadas na minha direção.

- Eu preciso achar ela, Mai - Falo com a voz embargada - Eu só...preciso ver ela.

- Você precisa cuidar de você, Maraisa.

- Eu vou ficar bem, quando ela estiver totalmente em segurança.

- Eu só...espero que você saiba que agindo assim, você está se matando aos poucos.

Engulo a seco as palavras da minha irmã e saio da minha casa, indo até meu carro e entrando, ignorando o que Maiara acabou de dizer, para ir em busca da minha esposa.

Sei que errei, sei que fui errada em esconder, mas eu tive tanto medo naquela época, chorei, passei mal e depois de toda essa tempestade, eu fui tão feliz nos últimos anos, tão feliz com tudo que estava acontecendo, Léo tinha nascido, fez um ano, a empresa da minha esposa cresceu, eu recebi mais casos, foram tantas coisas boas e que eu não quis atrapalhar essa felicidade, porque eu sabia que uma briga assim aconteceria e eu sabia que a reação da minha esposa não seria a melhor, mas ainda sim eu sabia, só quis fechar os olhos para isso.

O choro de culpa começa a sair, os meus soluços são altos, meu corpo inteiro dói, como se eu estivesse voltando a dias atrás quando minha esposa estava em coma, e eu sentia que estava prestes a entrar em um colapso a qualquer instante.

- Eu não quero mais me sentir assim - Falo soluçando - Eu só quero um pouco de paz.

Apoio minha cabeça no volante e abraço meu próprio corpo, passando as mãos no meu braço, tentando me acalmar, por mim, pelo meu casamento, e por tudo que vivemos.

Limpo minhas lágrimas e começo a respirar e inspirar, pensando aonde a minha esposa pode estar, aonde Marília usa como refúgio, para aonde ela sentia saudades de voltar...

" - Está tudo bem - Marília concorda e tenta fechar a porta - Mas eu quero ficar sozinha.

Marília tenta forçar a porta a fechar, mas eu coloco a mão na frente, impossibilitando a loira de me deixar do lado de fora.

- Você pode...pode só...pode vir comigo? - Pergunto baixinho - Eu quero te mostrar uma coisa..."

As memórias começam a voltar e eu lembro aonde tudo começou, aonde nos conhecemos, aonde tivemos nossa primeira relação, aonde a grande chama do nosso amor começou.

Limpo o meu rosto e dou marcha o mais rápido possível para o apartamento, pouco me importando com faróis, sinais, quebra-molas, nada disso, o mais importante é chegar até a minha esposa, só isso me importa nesse exato momento. Assim que eu chego, deixo meu carro no estacionamento e vou o mais rápido possível para o meu antigo apartamento.