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{Um mês depois...}

Pov Maraisa

- Pode ser esse mamãe? - Léo pergunta apontando para o bolo - Levar para a mamãe Lila?

- Esse é de maracujá, Léo - Explico para o pequeno - A mamãe Lila gosta mais do de chocolate.

- Mas o Léo gosta desse.

- Pode ser esse então, amor...

Abro a geladeira do mercado e pego o bolo de maracujá para levarmos para a minha mulher. Assim que eu coloco no carrinho, eu e o Léo continuamos andando pelos corredores do supermercado, pegando as coisas para fazer o café da manhã da nossa família.

Hoje é o grande dia do ultrassom para termos a certeza se realmente são gêmeos e qual o sexo de ambos. As semanas passaram rápido, ao mesmo tempo que estou ansiosa para saber se realmente são gêmeos, ainda sinto o frio na barriga por essa possibilidade, mas ao mesmo tempo que minha ansiedade vai aumentando, a fome da minha mulher aumenta junto, já que Marília está devorando a geladeira inteira devido a gravidez, me obrigando a ir ao supermercado praticamente todos os dias.

- Aquele, mamãe - Léo pede apontando para o morango.

- Tem em casa, amor..

- Mamãe Lila comeu, mamãe - Ele nega com a cabeça - Ela comeu tudo do Léo.

- Amor...

- O docinho do Léo também, mamãe, tudo do Léo, tudo.

Vou ter que comprar uma geladeira separada para mim e para o meu filho, penso sozinha.

- Vamos ir pegar o seu docinho, tá bom? - Falo beijando a sua cabeça - Só...vamos esconder dela.

- Tá bom, mamãe.

Passamos pelos corredores e pegamos o que falta na nossa dispensa, ou seja, quase tudo. Assim que fazemos as nossas compras, saímos do supermercado, comigo levando as sacolas e Léo andando saltitando na minha frente. Quando estamos chegando perto do nosso caro, uma família composta por uma mãe, um pai e duas crianças passam por nós e eu vejo meu pequeno parando de pular, olhando para a família que passa por nós, indo em direção a entrada do supermercado.

- O que foi, Léo? - Pergunto confusa.

Léo me olha e eu vejo que ele parece apreensivo em falar, então meu pequeno nega com a cabeça e vai andando para o carro, sem a sua animação de antes. Léo e tristonho na mesma frase é raro, principalmente porque meu filho é agitado, falante, emocional, feliz, uma criança feliz e alegre, então ver ele tristonho por qualquer coisa me deixa incomodada, como se tivesse algo errado.

Assim que entramos no carro, eu coloco as compras no porta-malas e ajudo meu pequeno a ir até a sua cadeirinha.

- Filho, aconteceu alguma coisa? - Pergunto fechando seu cinto - Você está quietinho.

- Não, mamãe...

" - Marília...

- Eu não quero falar sobre isso - Ela fala e continua comendo - Eu não gosto de falar sobre isso.

- Deveria tentar...

- Eu perdi a fome - Marília levanta irritada, colocando a bandeija de lado - Vou ir tomar um banho.

- Eu só perguntei, Marília - Falo tentando segurar seu braço mas ela afasta - Para de fugir igual uma pessoa covarde."

Anos trás quando Marília não conseguia me falar o que sentia, eu ficava na defensiva com ela e não sabia como agir, mas ao longo da nossa relação, eu fui aprendendo a lidar com os seus medos e inseguranças, mesmo que aos poucos. E agora, temos um filho, que provavelmente puxou esse traço da sua mãe, mas agora é diferente, porque eu aprendi a lidar.

War of hearts (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora