War of hearts (Malila)

51.

{Duas semanas depois...}

Pov Maraisa

Acordo com um vento gelado batendo contra as minhas costas e eu vou abrindo meus olhos devagar, resmungando irritada por não ter a minha esposa abraçada comigo.

- Vamos, Léo - Marília pede baixinho - Não é difícil.

Levanto da cama devagar e vou lavar meu rosto, escovar meus dentes, fazer a minha rotina matinal para tentar acordar de uma vez. Léo passou a madrugada inteira acordado, simplesmente porque ele estava agitado demais para dormir e chorava quando eu colocava ele no berço.

Assim que termino de escovar meus dentes, eu saio do meu quarto e vou em direção ao do Léo, para ver o que eles estão fazendo. Paro na batente da porta e vejo minha esposa amamentando o nosso filho, enquanto a minha irmã está de joelhos na sua frente, explicando como fazer para amamentar.

- Ele vai ir se acostumando - Maiara explica baixinho - Mas ele está pegando fácil.

- Ele parece feliz...

- Ele está feliz...

Fico de longe observando a minha esposa que está com os olhos brilhando olhando para o nosso filho, que olha para Marília de volta, apertando seu seio devagar, estimulando com a mãozinha para sair mais leite, arrancando um sorriso da minha boca.

As vezes penso que coisas acontecem com um objeto único no final. Talvez eu não ter conseguido ter leite para o nosso filho, não signifique que eu sou incapaz, mas talvez signifique que estava na hora de Marília fazer parte disso, fazer ela se realizar com esse sonho também. Aos poucos vou aprendendo que a vida não precisa ser perfeita para sentir orgulho, pelo contrário, o mais imperfeito que a sua vida seja mais orgulho você deveria sentir. E eu sinto muito muito orgulho da nossa imperfeita história perfeita.

- Você é muito guloso - Marília sussura passando a ponta dos dedos no rosto do pequeno - Eu não vou sair daqui.

- Acho que ele prefere você do que a fórmula - Falo entrando no quarto devagar.

Me aproximo da minha esposa e deixo um selinho nos seus lábios e depois um beijo na cabeça da minha irmã.

- Bom dia, Léo - Falo baixinho - Você ganhou, acordou mais cedo que a mamãe.

- Ele estava com fome - Minha esposa sorri de lado - Desculpa não termos de acordado para ver ele assim, é que você não dormiu a noite inteira.

- Está tudo bem, Lila.

Sento no braço da poltrona, apoiando minha cabeça na da minha mulher, recebo um sorriso do Léo, que esquece do que estava fazendo e acaba engasgando, chorando logo em seguida.

- Está tudo bem - Marília fala rindo e ajuda ele a pegar o peito novamente - A mamãe te destraiu.

- A culpa é da mamãe - Maiara fala para o pequeno - Não precisa chorar.

- Quem precisa de inimigos - Resmungo baixinho.

Marília deixa um beijo no meu pescoço e eu continuo vendo ela cuidar do pequeno, até que eu escuto um barulho no andar de baixo como se fosse algo pesado caindo no chão. Saio do quarto e desço as escadas devagar e vejo uma barraca montada na minha sala, me deixando totalmente confusa.

- Será que isso está certo? - Luísa pergunta para Lauana - Acho que a gente fez errado.

- O que vocês estão faz-

- Não, acho que está certo - Lauana me interrompe.

- Mas a cabana está sem a parte de baixo - Minha cunhada nega com a cabeça.